terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

J.Ferreira:Temos de ser corajosos e competentes

23-02-2009 FUTEBOL

O F.C. Porto quer seguir em frente na UEFA Champions League e tem um plano de jogo adequado às exigências. «Temos de ser corajosos e competentes», resume Jesualdo Ferreira, na abordagem às emoções europeias e em pleno Vicente Calderón. A contenda será dura, mas o Dragão respira ambição.

O F.C. Porto está preparado para o ambiente de amanhã, tendo em conta a expectativa que está a ser gerada em torno deste encontro?
Estamos preparados para o jogo. Creio que com a vida desportiva que o F.C. Porto tem, ambientes difíceis e com muitos espectadores motivam ainda mais, obrigam a alerta maior e, acima de tudo, o ambiente de Champions é um acréscimo de motivação e rendimento. Tem sido assim e estou seguro de que será assim. Não há outra atitude que não seja a de discutir a eliminatória com uma grande equipa, que é um histórico do futebol espanhol, um clube que não tem experiencia de Champions como o F.C. Porto, mas tem jogadores com experiência internacional. A generalidade dos jogadores tem muita experiência. As duas equipas vão discutir a passagem e nós queremos muito passar. Vamos fazer tudo para o conseguir. Temos de ser corajosos e competentes. Temos um plano de jogo preparado. Vamos esperar tranquilamente para
 que o desafio comece.

O facto de o F.C. Porto estar a atravessar uma boa fase e o Atlético um mau momento de resultados, faz com que a sua equipa carregue alguma dose de favoritismo?
São duas historias diferentes… estamos a falar de dois jogos e não de uma prova de regularidade. Tem um clima completamente distinto. Como disse há pouco, não creio que sejam factores decisivos para aquilo que vier a acontecer. O que conta é o que fizeram para chegar aqui. O Atlético qualificou-se sem derrotas e o F.C. Porto venceu o seu grupo. Sentimos que estamos num momento bom, porque lideramos o campeonato, mas isso não nos põe por cima pelo facto de o Atlético não estar a fazer bom campeonato em Espanha.

Que diferenças detecta entre o Atlético de Aguirre e este de Resino?
Não são muito evidentes ainda. Aguirre teve uma equipa durante mais de ano e meio, qualificou-a para a UEFA Champions League e conseguiu apurá-la para os oitavos-de-final. O novo treinador chegou recentemente. Poderá existir um certo factor surpresa, mas quem vai decidir estes jogos vão ser os jogadores a partir do momento em que os planos de jogo estiverem traçados e as estratégias definidas em conjunto.

Depois de uma paragem na UEFA Champions League, nota-se que o F.C. Porto evoluiu. Em que aspectos?
O crescimento da equipa deu-se através da maior maturidade e da assimilação dos processos. É algo normal no crescimento de uma equipa. O F.C. Porto está mais equilibrado e a integração dos novos jogadores tem sido feita com mais segurança. O tempo não existe em futebol e cabe-nos a responsabilidade de equilibrar as competições e este é o momento. Estamos a seguir de acordo com os nossos objectivos.

Um jornal de hoje analisa o F.C. Porto e aponta a fragilidade dos laterais. Por outro lado, espantam-no os comentários recentes do Paulo Assunção?
Em função de determinados lugares, há sempre acções tácticas mais complexas que outras. Defender por dentro com adversários que jogam um contra um não é fácil, cruzamentos também não… Quanto mais complexas as acções tácticas, mais complexo se torna. Entendo que os laterais do F.C. Porto estão a evoluir, vão continuar a cometer erros, como todos, mas com o tempo os jogadores vão sabendo controlar melhor as coisas. Em relação à segunda pergunta, o que o Paulo Assunção fez foi defender a sua equipa. É esse o seu papel. Não me parece que conheça assim tão bem este F.C. Porto, mas é mais um desafio e nós gostamos disso.

Não está cansado de ficar pelos oitavos-de-final da UEFA Champions League?
Amanhã, se não acontecer nada de especial, será o 23º jogo na UEFA Champions League. Depois espero fazer o 24º e fazer ainda mais. Ao longo destes dois anos fizemos fases de apuramento muito boas. Tivemos experiências dolorosas, mas sentimo-nos de alguma forma pouco felizes, não só em relação à primeira eliminatória, com Chelsea, mas também em relação à última com o Schalke. Mas não estou cansado, pois tal como eu, todos os jogadores querem muito passar esta fase. São as 16 melhores equipas da Europa em discussão e os adversários são cada vez mais fortes. Queremos muito passar. Isso para mim é o mais importante.

PS - Diferenças? Assunção tem 29 anos e eu (Fernando) 21.

As diferenças entre os dois na minha opinião. Paulo Assunção quando jogava no FC Porto era um jogador empenhado e com grande capacidade de desarme com a bola à flor da relva. Já não era tão bom a jogar de cabeça, ou seja, no futebol aéreo, o seu calcanhar de Aquiles portanto. Quanto ao Fernando, tem a mesma determinação do seu conterrâneo, tal como ele,tambem uma grande disponibilidade (estofo) para correr, a mesma facilidade de corte das jogadas, só precisa de aperfeiçoar mais a precisão do passe,para ser um dos melhores trincos do Campeonato de Futebol Português.

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