domingo, 14 de dezembro de 2008

Cinfães 1 FC Porto 4 - Taça de Portugal

13-12-2008
Constatação: A grande maioria dos jogadores que jogaram, são as segundas opções e por via disso como não jogam, revelaram falta de ritmo, e terem os indices de confiança em baixo. É evidente que é preciso jogar para se ter ritmo e se adquirir a confiança necessária indispensável às boas exibições.

Guarín só deu dois minutos ao sonho
Tudo mudou após o intervalo, com Farías a desfazer dúvidas: além do golo, assistiria Candeias no lance que selou a qualificação portista para os quartos-de-final da Taça de Portugal e a oitava vitória consecutiva dos Dragões. Guarín, uma das figuras maiores do encontro, marcou antes e depois.
FICHA DE JOGO
Taça de Portugal, Oitavos-de-final13 de Dezembro de 2008Estádio Municipal Prof. Cerveira Pinto, em CinfãesAssistência: 7.500 espectadores
Árbitro: João Capela (Lisboa)Assistentes: Gabínio Evaristo e Luís Campos4º Árbitro: António Resende
CINFÃES: Miguel Matos; Nakata, Jonas, Kipulo e Luís; Pinto, Rogério e Rui Gonçalves; Mauro, Sérgio Silva e MikiSubstituições: Mauro por Zé Pedro (85m), André Pinto por Serra (86m) e Sérgio Silva por Sidon (88m)Não utilizados: Padeiro, Domingos, Carlitos e NogueiraTreinador: Vítor Moreira
F.C. PORTO: Nuno; Tengarrinha, Stepanov, Rolando e Lino; Tomás Costa, Pelé e Guarin; Sektioui, Farías e MarianoSubstituições: Tengarrinha por Candeias (35m), Sektioui por Hulk (71m) e Farías por Rabiola (87m)Não utilizados: Ventura, Benítez, Lucho e BolattiTreinador: Jesualdo FerreiraAo intervalo: 0-0Marcadores: Farías (52m), Sérgio Silva (76m), Guarin (78m e 86m) e Candeias (82m) Disciplina: nada a assinalar

O FC Porto um a um
CARLOS GOUVEIA
Nuno 5
Apesar do ímpeto dos homens da casa e de a bola ter rondado várias vezes a sua área, acabou por não ser obrigado a grandes intervenções. Controlou bem os cruzamentos e saiu bem dos postes. Nada podia fazer no golo.
Tengarrinha 4
Não foi por estar a jogar mal que saiu aos 34', mas porque era preciso sacrificar alguém para tentar "acordar" a equipa. Calhou ao mais novo. Antes, ofereceu o corpo à bola, evitando que um remate de Miki seguisse para a baliza.
Stepanov 4
Um toque de calcanhar em zona proibida quase resultou num golo madrugador do Cinfães. O erro maior de uma tarde em que acabou por cumprir sem outros sobressaltos.
Rolando 5
Não devia estar a contar com a entrada forte do Cinfães e demorou a acertar. Antes, alguns erros: cedeu um canto desnecessário e uma fífia ao não cortar uma bola que permitiu a Mauro criar pânico.
Lino 4
Os lances mais perigosos do Cinfães nasceram do seu lado. A culpa foi da rapidez e técnica de Mauro, mas também da displicência do brasileiro. A mesma que permitiu que Sérgio Silva fizesse o golo do empate. Redimiu-se ao marcar o livre para Guarín, que devolveu a vantagem ao FC Porto.
Pelé 5
Desastrado no passe, imponente na recuperação de jogo, impondo bem o físico. Subiu de rendimento no segundo tempo quando se aproximou mais da área do Cinfães e melhorou a qualidade do passe.
Tomás Costa 5
Começou no miolo, mas a bola nessa altura andava por outros lados. Fechou à direita a partir da meia-hora, contendo as investidas de Miki e Luís. E ainda teve pernas para dar alguma profundidade.
Guarín 6
Dois bonitos golos - um de cabeça, inédito na sua carreira - num jogo em que parecia condenado a receber uma nota mais baixa. Lutou bastante e recuperou bolas, é certo, mas também algumas.
..."Queremos chegar ao primeiro lugar do campeonato e vamos continuar a trabalhar muito para isso", prometeu. O colombiano reconheceu que, o Cinfães "complicou as coisas" e que Jesualdo pediu mais à equipa. "Tínhamos de jogar melhor e acabámos por impor o nosso jogo", sustentou. E desta vez, Guarín até jogou na posição que prefere. "Assim posso fazer assistências e rematar mais", concluiu.
Mariano 5
Como extremo pouco acrescentou ao jogo, sobretudo porque sofreu bastantes faltas. Mais tarde, recuou para o meio-campo e melhorou. Assumiu a responsabilidade da construção de jogo. Num lance individual, deixou três adversários para trás e rematou para uma defesa incompleta que resultaria no golo inaugural.
Tarik 4
Esteve tempo a mais em campo. Um desastre no remate, nas fintas e na entrega a um jogo em que deveria ter dado mais, muito mais, para convencer Jesualdo Ferreira a devolver-lhe um espaço que já foi seu, por mérito, no onze habitual.
Candeias 6
Aposta acertada de Jesualdo Ferreira para dar acutilância ao ataque. Começou com uma boa antecipação seguida de remate, colocando de imediato a defesa do Cinfães em sentido. Depois, o golo num rápido contra-ataque, concluído com um bom remate cruzado.
Hulk 4
Foi obrigado a entrar, o que só abona a favor do Cinfães. Ajudou a encostar o adversário às cordas.
Rabiola -
Os primeiros minutos da época com a equipa principal. Um prémio merecido depois do calvário de sete meses.

Jesualdo Ferreira
"Atitude mental reprovável"
Três dias depois de ter elogiado a maturidade da equipa, na vitória sobre o Arsenal, Jesualdo Ferreira viu-se obrigado a mudar o discurso. A Taça, lamentou, mostrou uma "atitude mental reprovável", e que teve uma excepção: Guarín. "Fica aqui o destaque para o Fredy [Guarín], que interpretou o que queríamos, um jogo de equipa. Fez dois golos, foi um exemplo para o presente e para o futuro", sublinhou o técnico portista, numa rara individualização do mérito. Jesualdo Ferreira enumerou as virtudes que o jogo ofereceu e que a equipa desprezou. Um "excelente relvado, curto e muito rápido, molhado", tornou "difícil controlar a bola", e um adversário "rápido nas transições defensivas", que deixou o tricampeão com "falta de espaço", exigia "uma equipa mais forte", lamentou. Candeias entrou para "dar maior velocidade nas faixas", mas a vitória tardou. "Na segunda parte, o FC Porto nunca conseguiu controlar, senão a partir do 2-1", recordou, incomodado com a falta de motivação que alimentou a esperança do Cinfães - "Jogou muito bem", elogiou -, um risco evitável: "Quando se representa o FC Porto, é preciso uma atitude mais dignificante".

1 comentário:

dragao vila pouca disse...

Concordo com a tua análise. Não se pode deixar de contar com os jogadores, não lhes dar moral e estímulo e depois, dizer ide para lá e brilhai. Isto apesar de um profissional ter de estar sempre disponível e motivado, porque isso é só na teoria, o subconsciente não funciona assim.
Um abraço