Não há outro adjectivo que possa simbolizar melhor a entrada arrasadora do FC Porto na partida que “À Porto”. Os Dragões partiram praticamente em vantagem com um golo no primeiro minuto de Evanilson. Num lançamento longo de Zaidu, Fábio Cardoso ganhou o duelo aéreo no primeiro poste e a bola sobrou para Mehdi Taremi. O iraniano foi derrubado e o esférico sobrou para o brasileiro, que encostou para o fundo das redes adversárias. Redes essas que viriam a voltar a balançar por culpa da classe e arte de Vitinha. Depois de um canto batido pelo 20 azul e branco, Otávio ficou com a bola e voltou a colocá-la na área. Após um duelo aéreo, com Helton Leite fora da baliza, o esférico sobrou para Vitinha que, de primeira, colocou a bola por cima do guardião benfiquista.
O FC Porto destacava-se, nesta altura, pela positiva e, pelo contrário, Fábio Veríssimo e Luís Godinho começavam a deixar a desejar no ajuizamento do jogo. Aos 11 minutos, Luis Díaz foi empurrado ostensivamente por Otamendi dentro da área encarnada, sem que o central tenha mostrado qualquer intenção de jogar a bola, e nem o árbitro nem o VAR escrutinaram de forma correta o lance, tendo deixado seguir. O Benfica tentou, a espaços, responder ao domínio portista no encontro e, aos 16 minutos, chegou ao golo por Darwin, bem anulado por fora de jogo, já que o avançado uruguaio estava quatro centímetros adiantado.
Luis Díaz, no seu jeito habitual, mostrou em campo porque é um dos 100 melhores jogadores do mundo no momento, tal como o The Guardian o elegeu, e foi fundamental no terceiro golo do FC Porto. À passagem da meia hora, o génio colombiano desmarcou-se em diagonal a partir da esquerda, deixou Vertonghen no chão e, com a frieza que só um jogador de topo tem, assistiu Evanilson para o seu bis no embate.
Até ao final da primeira parte, os pupilos esta noite orientados por Vítor Bruno dispuseram de várias ocasiões claras para aumentar a diferença no placar, mas não conseguiram chegar ao quarto tento. Primeiro, Mehdi isolou Evanilson que, com alguma atrapalhação, ainda conseguiu entregar a bola a Luis Díaz, mas o extremo não encontrou o caminho da baliza benfiquista (35m). Aos 41 minutos, Luis Díaz (quem mais haveria de ser?) ganhou na velocidade à defensiva lisboeta, passou por Helton Leite, mas tentou o mais difícil: entregar a Mehdi Taremi.
A equipa de arbitragem teimou em ser protagonista e em condicionar a partida e, primeiro aos 33 minutos, sancionou uma cotovelada intencional de Taarabt a Otávio com…uma falta do brasileiro. Aos 45 minutos, numa intenção declarada há vários minutos, o árbitro da partida expulsou o avançado portista por uma falta inexistente sobre João Mário e, além de o tirar deste encontro, impediu-o de estar presente no próximo jogo do campeonato…frente ao Benfica.
No regresso dos balneários, foram novamente os azuis e brancos que estiveram no limiar do golo, não fosse um poste com grossura a mais que a desejada. Numa incursão pela direita com grande protagonismo de Zaidu, o nigeriano cruzou ao segundo poste e Mehdi Taremi, isolado, acertou no poste esquerdo da baliza de Helton Leite (55m). Perante um Benfica com mais uma unidade, mas sem clarividência para sequer ousar em criar perigo junto de Marchesín, Fábio Veríssimo assumiu o protagonismo ao estar envolvido em várias decisões contraproducentes, sempre em prejuízo dos azuis e brancos. Como a justiça tarda, mas não falha, Otamendi acabou por ver o segundo cartão amarelo e o respectivo cartão vermelho na sequência de uma das muitas faltas sobre Luis Díaz. Ainda se celebrou o quarto golo azul e branco antes do final do jogo, mas foi assinalado fora de jogo a Fábio Cardoso.
Com rigor, ambição, paixão e muita competência, com os valores que honram o símbolo e a história do FC Porto, os Dragões ultrapassaram toda e qualquer peripécia e seguiram em frente no que foi um clássico à antiga. Três laços bem atados na prenda que todos os portistas queriam: o FC Porto está nos quartos de final da Taça de Portugal.
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