segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Estoril 0 FC Porto 2 - Taça da Liga 2009/10

Dragões nas meias finais da Taça da Liga 2009/10 - 3ª e última jornada do grupo A da competição.

Apesar da vitória quero realçar que não gostei do futebol praticado pela equipa do FC Porto. Não existe na equipa fio de jogo, nem tão pouco futebol consistente e muito menos fluente. O futebol é jogado aos repelões, sem jogadas de entendimento entre todos os sectores da equipa, vivendo muito dos rasgos individuais de alguns dos seus elementos. Nota-se que a equipa não é capaz de jogar ao primeiro toque, nem tão pouco se notam, os chamados esquemas de laboratório. É por demais evidente a ausência de ligação (entendimento) entre todos os sectores da equipa, a falta de conjunto é confrangedora, talvez por esse facto acontecem muitos passes transviados, demasiadas perdas de bola para os adversários dos jogadores azuis e brancos, e, em alguns elementos do ataque notou-se até deficiente recepção da bola. Constatei com alguma surpresa que alguns elementos da equipa precisam de aperfeiçoar a sua técnica individual, porque demonstraram um certo défice de técnica, ou então estão a atravessar um mau momento de forma.
Diz-me como treinas e eu te direi como jogas! E o inverso também é verdade: Diz-me como jogas e te direi como treinas! Isto para referir que me parece que o Plantel treina a passo e depois nos jogos não consegue meter a 5ª velocidade. Resultado: muitos passes interceptados pelos adversários, futebol muito denunciado...etc.
Destaques
Pela positiva: Rúben Micael, Tomás Costa (a espaços), Maicon, Belluschi (tb a espaços) e Falcao.

Pela negativa: Guarin (mau domínio de bola e passes errados), Mariano (está visto que rende mais a jogar pela faixa direita do campo) e Orlando Sá (apesar do golo que marcou, nota-se que tem ainda de evoluir muito e ganhar experiência, é uma espécie de diamante em bruto, que precisa de ser lapidado).

Os momentos mais decisivos do jogo
Belluschi na conversão dum livre e Orlando Sá numa jogada à ponta de lança, marcaram os golos dos Dragões.
O FC Porto apresentou um onze com algumas alterações e estreou Rúben Micael, que procurou integrar-se no jogo atacante da equipa.Do lado do Estoril, jogou uma equipa muito próxima da sua máxima força, que procurou contrariar as intenções da equipa Azul e Branca e tentar em rápidos contra ataques criar perigo junto da baliza do FC Porto.

FICHA DO JOGO
Estádio António Coimbra da Mota, no Estoril
Árbitro: João Capela (Lisboa)
Assistentes: Ricardo Santos e André Campos
4º árbitro: Hugo Miguel


ESTORIL: Leão; Marco Silva «cap.», Luiz Alberto, Jardel e Ismaily; Ângelo Varela e Erick; Lulinha, João Coimbra e Raphael; Rodrigo Hote
Substituições: Rodrigo Hote por Antchouet (54m), Erick por Bruno Matias (75m)
Não utilizados: Paulo Santos, Euzébio, Arthur, Tiago Conceição e Joãozinho
Treinador: Neca


FC PORTO: Nuno «cap.»; Miguel Lopes, Rolando, Maicon e Nuno André Coelho; Tomás Costa, Belluschi e Rúben Micael; Guarín, Orlando Sá e Mariano Gonzalez
Substituições: Guarín por Falcao (46m), Nuno André Coelho por Alvaro Pereira (46m) e Rúben Micael por Sérgio Oliveira (84m)
Não utilizados: Beto, Valeri, Prediger e Abdoulaye
Treinador: Jesualdo Ferreira


Ao intervalo: 0-0
Marcadores: Belluschi (53m) e Orlando Sá (77m)
Disciplina: Cartão amarelo a Marco Silva (24m), Erick (47m), Rúben Micael (49m) e Ângelo Varela (56m)

DECLARAÇÕES DE JESUALDO FERREIRA

Jesualdo Ferreira e Rúben Micael consideraram justa a vitória do FC Porto, este domingo, no estádio do Estoril.

Jesualdo Ferreira: «Era preciso gerir o plantel. Fizemos três jogos numa semana e era necessário gerir o esforço, tendo em conta o que já jogámos e o que temos para jogar. Interessava forçar o andamento após o intervalo. Creio que o FC Porto ganhou bem, foi melhor, num terreno muito difícil, que não permitia circulação de bola mais segura, mas os jogadores bateram-se bem e foi uma vitória justa. O Rúben? Para primeiro jogo, parece que está cá há muito tempo. Agora tem de continuar a seguir os processos da equipa.»

Rúben Micael: «Mais importante foi a equipa ter vencido, isso era o mais importante. O FC Porto criou várias oportunidades e mereceu ganhar o jogo. Vou trabalhar no dia-a-dia e, se o treinador me escolher, vou dar o melhor quando jogar. Trabalho todos os dias para melhorar.»

Confirmação da minha análise do Jogo (extracto de OJOGO)
Naquele que foi o onze mais português da temporada, Jesualdo Ferreira reservou algumas novidades no escalonamento da equipa. Não tanto pela estreia de Rúben Micael, que era aguardada por todos, nem pelo desenho táctico, que foi o do costume, mas sim pela colocação de Guarín. O colombiano ocupou o lado direito do ataque e o resultado foi… calamitoso, sinistro, catastrófico. É uma questão de escolher o sinónimo mais adequado. Para piorar as coisas, Mariano, a jogar como extremo-esquerdo, não conseguiu desequilibrar e Orlando Sá, entre os centrais, fez figura de corpo presente. Tudo somado, resultou num ataque demasiado trapalhão, com a equipa portista a ter uma produção penosa em termos ofensivos durante a primeira parte. Outra coisa: Tomás Costa, muito bem na segunda parte, foi o trinco e Prediger ficou no banco, ou seja, nem na Taça da Liga El Perro consegue marcar território. Valeu a boa exibição de Rúben Micael, que com um futebol simples e pensado, não deixou de aparecer no ataque. O intervalo confirmou o que se disse de Guarín. Claro que o colombiano ficou no duche a refrescar as ideias que nunca teve (maus passes, más recepções, más opções, tudo mau…) e no seu lugar surgiu Falcao. Também Nuno André Coelho foi substituído por Álvaro Pereira. As alterações permitiram ao FC Porto passar a jogar em 4x4x2, porque Mariano recuou para o meio-campo e Rúben Micael, sobre a esquerda do miolo na primeira parte, ficou como número dez. Pouco depois do reatamento (53') surgiu o tal golo de Belluschi na cobrança de um livre directo, que retirou pressão aos tetracampeões nacionais.

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