“Fundamentalmente, as contas que se fazem nesta altura são de obrigação, responsabilidade e de honrar o nosso trabalho. É uma responsabilidade de toda a época, pelos nossos adeptos. Isso faz-se ganhando os jogos que faltam e são essas contas que devemos fazer. É esta a nossa responsabilidade e obrigação”, começou por dizer Vítor Pereira, que fez depois uma análise do adversário, que o FC Porto já defrontou por três vezes esta época.
“A Choupana é um campo difícil para qualquer adversário. A qualidade individual dos jogadores da frente, pela sua velocidade e mobilidade, coloca problemas a qualquer equipa. O trabalho do Manuel Machado tem sido de qualidade e permitiu à equipa ir subindo e ainda aspirar a um lugar europeu. Teremos dificuldades e o facto de já os termos vencido por três vezes não tem relevância, porque cada jogo tem sua história. Vamos à Madeira com a percepção de que se trata de um adversário difícil, mas vamos para honrar o nosso trabalho e qualidade de jogo e para conquistar os três pontos”, afirmou.
Depois, questionado sobre o alegado interesse do Benfica por um jogador do Estoril, equipa que os lisboetas defrontam na próxima segunda-feira, Vítor Pereira considerou “impossível” que a equipa da Linha traga pontos da Luz. “O Estoril tem apresentado qualidade de jogo e é uma equipa difícil, mas sinceramente, pelo que tenho visto, acredito que de uma maneira ou de outra, com ou sem mérito desportivo, o nosso adversário directo acabe por ganhar. Não vejo hipótese do Estoril conquistar pontos. Não sou ninguém para julgar, mas penso pela minha cabeça e digo aquilo que penso, não estou agarrado a nada e não devo favores a ninguém. Lembro-me que o Jardel foi contratado no próprio dia em que o Olhanense jogava com o Benfica. Ainda que a lei permita, de um ponto de vista ético e moral parece-me incorrecto. Ainda esta época, num confronto com o Paços de Ferreira, foi também notícia a contratação de Vítor pelo Benfica. Agora, acontece o interesse pelo Steven Vitória. À mulher de César não basta ser, tem de parecer. Do meu ponto de vista, e é a minha opinião e não a do clube, no mínimo isto são coisas que não dignificam o futebol português. FC Porto e Benfica são as duas equipas que se têm destacado em termos de resultados, qualidade de jogo e regularidade. Gostava que o título fosse atribuído e reconhecido por mérito desportivo, por quem tiver os pontos suficientes, mas infelizmente não me parece possível”, declarou.
Vítor Pereira reconheceu que, até há duas jornadas atrás, pensava ter “tudo” para discutir a vitória na Liga até à última ronda, uma opinião que alterou, mas sem esquecer todo o “trajecto ao longo da prova”. “Não é com folclore que me distraem, nem com o barulho de foguetes me atordoam ou fazem esquecer outras coisas. Felizmente, recordo-me de muita coisa ao longo do campeonato e nomeadamente recordo-me do último jogo do Benfica com o Sporting, que não deixo branquear. Foi demais. Gostava que fosse limpinho, limpinho, limpinho. Para mim fica manchado, passa a sujinho, sujinho, sujinho, pelo jogo inadmissível de há duas jornadas atrás”, acrescentou.Sem revelar se Alex Sandro e Maicon estarão disponíveis para o desafio com o Nacional, Vítor Pereira fez uma análise de uma época em que o FC Porto está no segundo lugar da Liga, mas invicto na prova: “Orgulho-me que a minha equipa tenha um modelo de jogo bem definido, mesmo que umas vezes tenha estado mais inspirada e mais rápida, outras vezes menos inspirada e mais lenta. Gosto de futebol de domínio com bola, não gosto de ver a minha equipa a correr a maior parte do tempo atrás da bola. Não fazemos posse cá atrás, mas sim no interior das linhas adversárias, somos pressionantes e agressivos quando perdemos a bola e tem sido esse o FC Porto que foi construído e tem sido visto ao longo da época. Dou mais importância à qualidade dos comportamentos do que às notas artísticas. Temos muitos golos marcados, poucos sofridos, concedemos poucas oportunidades aos adversários e temos muito mais posse de bola do que os adversários. Fomos a única equipa portuguesa que teve qualidade para se manter entre as grandes da Europa. Não fomos eliminados para depois saltar para a Liga Europa, com adversários muito mais acessíveis. Fomos eliminados por uma equipa que levou até aos descontos dos quartos-de-final um dos finalistas da Liga dos Campeões. Infelizmente, sempre com jogadores a menos, acabámos por sair nas outras duas taças. Somos uma equipa com uma matriz bem definida, para dominar e ganhar”.
Sem comentários:
Enviar um comentário