segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Supertaça - FC Porto 2 Passos de Ferreira 0

09/08/2009

Um lance invulgar de Farias e um cabeceamento magistral de Bruno Alves deram expressão a uma incansável busca da felicidade protagonizada pelo FC Porto na conquista da 16ª Supertaça do seu palmarés. Imperou a determinação e o brio onde, a espaços, espreitou a falta de ritmo e a dureza excessiva. E ganhou quem mais fez por merecê-lo.

Em cima da hora de jogo da noite de Aveiro, Farias foi protagonista de um lance pouco usual no futebol, mas que espelha em pleno a receita do sucesso aplicada pelos Dragões no duelo com o Paços de Ferreira: o avançado argentino nunca deu por perdida uma jogada que parecia morrer nas mãos de Cássio e aproveitou um deslize do guarda-redes adversário para apontar o golo inaugural da partida.

Foi de determinação constante e de atitude irrepreensível que se fez o triunfo azul e branco, num encontro típico de arranque de temporada, com ritmo inconstante, animação variável e fulgor físico limitado. O êxito esteve sempre na mente do Dragão e nunca as fugazes tentativas pacenses colocaram em causa a permanente superação azul e branca.

Três ocasiões, no espaço de três minutos, abriram as hostilidades do ataque portista na primeira parte, com Varela e Belluschi a assumirem o papel de pr
imeiros artífices da avidez azul e branca. O golo não surgiu então, mas ficaram desenhados os contornos de um domínio que conheceria outros desenvolvimentos já após o descanso.

Sem se perturbar com a entrada enérgica, mas infrutífera, do Paços na segunda metade, a formação de Jesualdo Ferreira construiu com astúcia uma resposta condizente com o desafio colocado. A persistência de Farias sobressaiu no lance que abriria o marcador e lançaria os Dragões, definitivamente, rumo ao desejado triunfo.

E o que veio depois foi domínio evidente e controlo total por parte do FC Porto, espelhado em diversas ocasiões soberanas para o avolumar do resultado, não tendo então Hulk, Mariano ou Farias aplicado a mesma eficaz receita protagonizada por Bruno Alves já a caminho do apito final. Aos 89 minutos, o capitão portista subiu às alturas em plena área contrária e cabeceou, perante o desamparado Cássio, para o golo que sentenciou em definitivo a partida.

Estava encontrado o desfecho ajustado à discussão do Estádio Municipal de Aveiro e premiada a consistência de um Dragão ainda em processo de crescimento, mas já sem pudor em mostrar voracidade, elegância e um enorme potencial, que o presente reconhece com títulos e que o
futuro, uma vez mais, confirmará.

FICHA DE JOGO

Supertaça «Cândido de Oliveira»
9 de Agosto de 2009
Estádio Municipal de Aveiro, em Aveiro
Assistência: 15.722 espectadores

Árbitro: Jorge Sousa (AF Porto)
Árbitros Assistentes: José Cardinal e Tiago Trigo
4º Árbitro: Vasco Santos

FC PORTO: Helton; Fucile, Rolando, Bruno Alves «cap.» e Álvaro Pereira; Fernando, Raul Meireles e Belluschi; Mariano, Hulk e Varela
Substituições: Belluschi por Farias (46 min), Varela por Tomás Costa (74 min) e Raul Meireles por Guarin (89 min)
Não utilizados: Nuno, Valeri, Maicon e Miguel Lopes
Treinador: Jesualdo Ferreira

FC PAÇOS DE FERREIRA: Cássio; Filipe Anunciação, Ozeia, Kelly e Jorginho; Ricardo, Olímpio e Pedrinha «cap.»; Romeu Torres, Baiano e Cristiano
Substituições: Filipe Anunciação por Carlitos (65 min), Pedrinha por William (68 min) e Ozeia por J. Coelho (82 min)
Não utilizados: Coelho, Maikon, Leandrinho e Fábio Pacheco
Treinador: Paulo Sérgio

Ao intervalo: 0-0
Marcadores: Farias (59 min) e Bruno Alves (89 min)
Disciplina: Cartão amarelo a Jorginho (37 min), Álvaro Pereira (43 min), Filipe Anunciação (47 min), Bruno Alves (48 min), Romeu Torres (48 min), Olímpio (55 min), Ozeia (71 min)

09/08/2009
Jesualdo Ferreira: "abrir a época a ganhar é sempre importante"
Num regime de conquistas sucessivas, Jesualdo Ferreira acrescentou a Supertaça ao seu currículo. Feliz com o triunfo sobre o Paços de Ferreira, o treinador do FC Porto lançou o jogo de estreia na Liga, a propósito do qual lançou um alerta, ainda no rescaldo de nova vitória.

«O registo desta vitória é relevante, porque abrir a época a ganhar é sempre importante. É uma taça que me faltava e é mais um título. Nós jogamos para ganhar títulos. Este jogo lança aquele que vem a seguir. Não vou falar dele, é claro, mas fica o alerta. A minha equipa percebeu que teremos de jogar bem, mais do que jogámos hoje e num ambiente diferente, no campo do adversário. É aí que iniciaremos o campeonato, que temos grandes aspirações de ganhar. Parabéns à massa associativa do FC Porto, que esteve presente em grande número. Recordo que faz sensivelmente um mês que começámos a treinar e a resposta dos jogadores foi boa.»

...Jesualdo tentou quebrar o impasse ao intervalo: tirou o médio Belluschi, incapaz de soluções para os problemas causados pela organização defensiva do Paços de Ferreira, recuou Mariano para o meio-campo e acrescentou Farías ao ataque, deslocando Hulk para o lado esquerdo, onde a velocidade do brasileiro podia fazer mais estragos nos duelos com Filipe Anunciação. Na verdade, não foi preciso nada disso para chegar ao golo: bastou Farías forçar Cássio a cometer um erro enorme para o FC Porto chegar à vantagem, reduzindo a estratégia pacense a pó.
O segundo golo acabou por surgir com naturalidade, embora o voo de Bruno Alves sobre a defesa pacense para cabecear o canto cobrado por Raul Meireles tenha tido qualquer coisa de sensacional, fantástico. Um supergolo a encerrar a Supertaça.
... "O Paços tem uma belíssima equipa, com muito mais tempo de trabalho e mais jogos do que nós, jogos em que também teve de sofrer, de jogar com equipas de outros campeonatos; esses factores, associados, impediram que o FC Porto tivesse jogado ao nível que eu estava à espera, que os meus jogadores estavam à espera, daquilo que temos trabalhado e de alguns momentos que já tivemos anteriormente."

2 comentários:

Gaspar Lança disse...

Um jogo algo desanimado, com muitas faltas e sem grande ritmo. Helton continua mal na baliza.. mas pronto, arrecadámos o título que era o que interessava!

Um abraço, Gaspar
http://odragaozinho.blogspot.com

Dragaoatento disse...

Gaspar, penso exactamente o mesmo.
Afinal o melhor árbitro português o Jorge Sousa tb falha...! A mim pareceu-me que em determinadas situações beneficiou o Paços, permitindo entradas à margem das leis aos jogadores pacenses...!
Depois o Paços Ferreira tb mostrou estar em fase mais adiantada da preparação da equipa.
Quanto ao Helton, eu tb prefiro o Beto, mas o Profe é que sabe.

Esperemos que Domingo a nossa equipa já consiga dar uma resposta mais próxima do seu valor. Mais exigente e mais eficaz, isto é, se quiser ultrapassar o Paços Ferreira na casa deles.

Abraço