quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Jesualdo Ferreira (extractos)

Já provámos, durante este processo, que qualquer um deles pode jogar no FC Porto. Para isso, tem de estar bem, trabalhar bem, entrar na equipa e justificar essa entrada. Temos 22 jogadores para escolher os 18 do estágio e desses escolher 11, escolhas que, por vezes, são dolorosas e difíceis. O primeiro critério das opções é a equipa, o segundo passa pelas alternativas à equipa, o terceiro critério é premiar e o quarto critério é punir. Também existe este. Dentro desse quadro de 22 jogadores, e na primeira escolha, há seis que ficam de fora. A nossa perspectiva é que ninguém se desmotive. As avaliações que faço são diferentes das vossas, ou das que fazem na bancada. Muitas vezes, por diversas razões, quando os jogadores não correspondem, nem é o treinador que toma decisões, é o próprio jogo que os atropela. A bola vai rolando e quem não se puser a pau fica debaixo; a nossa ideia é pôr essa bola a rolar e todo o mundo a correr à frente, porque a bola do FC Porto é pesada. Alguns jogadores já entenderam, outros começam a entender.

...Trata-se de eficácia. A pior coisa que acontece a uma equipa que está a defender é recuperar a bola e perder o primeiro passe. Ninguém gosta de defender. Defender exige solidariedade, humildade, espírito de sacrifício e união. Na minha opinião, essas perdas resultam da falta de eficácia nos posicionamentos no momento em que se ganha a bola. Uma equipa tem de defender bem, e é isso que preconizo, não por medo ao adversário, mas porque é essa a forma de ganhar a bola mais rapidamente para poder atacar. No momento em que a recuperam, os jogadores sabem que devem ter posicionamentos claros para que a primeira transição saia. Se isso não acontecer, falham-se passes com mais facilidade, independentemente de quem os falha. Claro que a isso há que acrescentar fadiga, o momento menos bom e o mérito dos adversários. Mas, basicamente, a equipa não está bem posicionada a defender e a primeira transição não sai. As equipas mais rápidas nas transições são as que têm mais sucesso; um segundo a mais ou a menos, faz com que se ganhe ou perca uma bola. O FC Porto não está tão forte nas transições ofensivas e também não o está nas defensivas. Isso enerva-me, incomoda-me, chateia-me, fico doido quando vejo a equipa trabalhar, ganhar a bola e, tendo tudo aberto, perde-a. Isso está a acontecer com frequência.

O meu comentário:
Só os medíocres é que não gostam de defender! Os grandes craques de equipas como o Chelsea ou o Barça defendem e atacam muito e bem com personalidade, raça, atitude e técnica. E é precisamente por isso que são considerados grandes, os melhores do mundo.

Paulo Sérgio (resposta a Jesualdo Ferreira)
...isto em jeito de resposta a Jesualdo Ferreira, que, na véspera, e durante a antevisão à partida, reforçou a ideia de não estar à espera de um Vitória à defesa porque os adeptos não deixam: "Quem define a estratégia sou eu e não o público. O FC Porto tem características diferentes dos outros e temos que ter esse conhecimento. Quero que sejamos uma equipa humilde, responsável, coesa, com capacidade e qualidade, pronta a atacar quando tiver a bola e a defender bem", sublinhou Paulo Sérgio

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