quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Só porque há que chamar os bois pelos nomes

Porque lógicas, éticas, justas e assertivas; resolvi divulgar aqui neste meu pequeno espaço os artigos de dois jornalistas com coluna vertical e intelectualmente honestos!

No ilusionismo ninguém bate o Benfica
de José Manuel Ribeiro

Truque barato para desviar as atenções de Jesus e vender assinaturas da Benfica TV
Jorge Jesus, treinador do Benfica, empurrou, puxou e até bateu em agentes da polícia para os impedir de imobilizar um invasor de campo. Se preciso fosse, o insólito da situação já ficaria suficientemente demonstrado pelo impacto que o caso teve na Imprensa internacional, mas não é necessário: bastam as imagens televisivas e uma pontinha de integridade. A mesma pontinha de integridade chegaria para compreender que a pergunta que o leitor faz a seguir é esta: o que pode acontecer agora ao Jorge Jesus?

Procurámos a resposta na pessoa insuspeita do professor José Manuel Meirim, especialista e, não é que interesse, mas adepto do Benfica. Dessa conversa resultou um artigo fornecendo os possíveis enquadramentos legais. Em comunicado, o Benfica diz que, ao fazê-lo, O JOGO "condenou Jorge Jesus por factos que carecem de apuramento" e acusa-nos de não dar o mesmo tratamento a uma altercação entre um administrador do FC Porto e o presidente da AF Lisboa, de que fizemos notícia dando voz às duas partes e a uma testemunha imparcial.

A isto que o Benfica engendrou chama-se ilusionismo. É um truque barato de prestidigitação que tem dois objetivos: desviar as atenções do disparate que Jesus fez e, à boleia, vender assinaturas da Benfica TV inventando seja o que for contra os órgãos de comunicação que lhe interessam. Já não é de hoje que o Benfica se empenha muito mais em desenvolver esse truque de salão do que o futebol, com os resultados conhecidos.


Uma pergunta: chamou ou não chamou?
de Joel Neto
Não sei se Nuno Lobo foi ou não agredido. E quero saber, note-se: se tiver sido agredido, tem toda a razão em recorrer aos tribunais. Aquilo que de facto sei, para já, é que o presidente da AF Lisboa quer "unir o Benfica e o Sporting" na luta contra o poder das "gentes lá de cima". E isso parece-me extraordinário porque significa que, aparentemente, o reequilíbrio de forças no futebol português não se obterá sem Lisboa fazer as mesmas coisas que durante anos acusou o Porto (e o FC Porto, e em particular Pinto da Costa) de fazer: erguer a bandeira regionalista, forjando em proveito próprio um debate político populista, e entretanto ir diabolizando o adversário em todas as oportunidades. Por mim, tudo bem: isto do poder é como os acordeões, e o do futebol lisboeta já está com o fole fechado há demasiados anos. O problema é que, quando alguém pretende moralizar, não pode escapar ao escrutínio da sua moral. E eu vejo mais gente a defender que Nuno Lobo apenas chamou repetidamente macaco a Hulk no Facebook quando ainda não era presidente da AF Lisboa do que a defender que Nuno Lobo não chamou repetidamente macaco a Hulk, nem no Facebook nem em lado nenhum. Portanto, também quero saber isso: Nuno Lobo chamou macaco a Hulk? Repetidamente? Então não pode moralizar. Ponto.

Olha, bem visto 
Foi a reportagem possível

O adepto que Jorge Jesus parece ter querido defender em Guimarães explicou à Benfica TV que não invadiu o terreno de jogo: estava a festejar a vitória pendurado no gradeamento, foi empurrado e, ao dar por si no relvado, decidiu tentar a sua sorte e partir em busca de uma camisola. Coisas mais estranhas já aconteceram, algumas até na vida real. Parabéns à Benfica TV, pois, pelo seu primeiro grande furo jornalístico.

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