Acompanhado por Sérgio Conceição, Jorge Nuno Pinto da Costa esteve ontem no Thinking Football, um evento organizado pela Liga Portugal que está a decorrer até hoje no Super Bock Arena, no Porto. Entre as várias histórias contadas pelo nosso presidente, como a da saída de Otávio para o Al Nassr ou os milhões árabes recusados pelo nosso treinador, o líder máximo do clube não esqueceu aqueles que se dedicam a falar mal do FC Porto. O mundo do futebol “está pintado de azul e branco”.
Jorge Nuno Pinto da Costa abordou vários temas da atualidade na Thinking Football Summit
Jorge Nuno Pinto da Costa foi um dos oradores do segundo dia da Thinking Football Summit, cimeira que está a decorrer na Super Bock Arena, no Porto. Em entrevista, o presidente mostrou “satisfação”, não só por ver o clube “num momento bom desportivamente”, com “o estádio completamente esgotado” e o “grande apoio das pessoas”, mas também por “ver que o Mundo do futebol está pintado de azul e branco, por gente que passou pelo FC Porto”. Um dos exemplos positivos estava na plateia. Sérgio Conceição, que tal como António Oliveira faz “o sucesso de quem estiver na presidência” é uma garantia de “estabilidade”, ao contrário de quem “lança campanhas” a promover o contrário.
Pinto da Costa abordou também a saída de Otávio no passado defeso, que foi contestada por “quem não sabe o que diz” e as polémicas declarações de Carlos Xavier, antigo jogador do Sporting, que se referiu “a Taremi como o muçulmano que não sabia nadar e agora só sabe mergulhar”. Por último, orientou o discurso para o panorama internacional, sobre o qual afirmou de forma perentória: “É ridículo que a vitória [na Liga Conferência] valha tanto como uma vitória na final da Liga dos Campeões”.
O clube aos olhos do seu dirigente máximo
“É um FC Porto que está num momento bom desportivamente. Vencemos três provas, estamos à frente do campeonato, embora não isolados e, nas modalidades, estamos muito fortes. Na época passada, vencemos dois títulos europeus, o número de sócios tem aumentado gradualmente, o estádio esteve completamente esgotado, sinto um grande apoio das pessoas presentes e do passado da história do FC Porto. Sinto uma grande união entre todos os que trabalham para o bem do futebol. Agora, aqueles que têm de encher programas a dizer mal do FC Porto... Seja presidente, treinador ou jogador, vamos vivendo com isso e não nos impede de seguir o nosso destino.”
A satisfação de ter sempre os melhores junto a si
“Qualquer pessoa para ter sucesso, a principal coisa é saber escolher os colaboradores. Se não souber escolher, não tem sucesso. Tenho tido felicidade de encontrar pessoas que estão de alma e coração comigo, técnicos que se identificam com o pensar comum do bem do FC Porto. Estão aqui dois, António Oliveira e Sérgio Conceição, que fazem o sucesso de quem estiver na presidência. Tenho a consciência tranquila, sempre defendi quem comigo trabalha, levam a missão a sério pensando apenas no FC Porto. Prazer em ver que o Mundo do futebol está pintado de azul e branco, por gente que passou pelo FC Porto, quer por treinadores, como José Mourinho, quer por jogadores que fazem parte de grande equipas, até dirigentes hoje em lugar de destaque, que se formaram no FC Porto. É uma grande satisfação.”
A estabilidade dada por Sérgio Conceição
“A instabilidade é mental de quem lança essas campanhas. Em seis anos, o Sérgio Conceição deu-nos dez títulos, o que se pode dizer quando esse treinador mantém a sua equipa de trabalho há seis anos, trabalha sempre da mesma forma e com os mesmos objetivos? Que falta de estabilidade pode haver quando ele recusa ir para a Arábia Saudita receber milhões? Onde está a instabilidade?”
A saída de Otávio
“Fizemos uma venda dos direitos de um jogador, o Otávio, para a Arábia Saudita, mais concretamente para o clube do Ronaldo. Negócio que, como todos sabem, podia ter saído por 40, não saiu porque não deixei, depois surgiu uma oferta de 60 milhões que não aceitei, porque não queria. Mas, num dia em que, infelizmente, o treinador tinha sido operado, o Otávio veio ter comigo a chorar e dizer que não o podia prejudicar, que era a oportunidade da vida, porque em três anos ia ganhar 45 milhões de euros sem impostos, que é uma coisa que eles lá não sabem o que é, nós cá pagamos por nós e por eles. Tinha prometido quando renovou que não lhe cortaria as pernas e decidi deixá-lo sair. Tínhamos parceiros, um deles um banco brasileiro. Falei com o presidente do banco e disse que tinha a proposta de 60 milhões de euros, mas que não aceitei porque iam receber uma pipa de dinheiro. Se estivessem disponíveis para baixar essa percentagem, eu iria pensar. No dia seguinte telefonou a dizer que era preferível receber 12 milhões de euros do que nada. Fizeram um bom negócio. Houve um senhor, um tal Pinotes, que disse que não compreendia como é que o banco tinha baixado o preço e vendido por mais e que a Polícia Judiciária (PJ) já devia estar à porta para apurar a questão. Isto é de uma desfaçatez inacreditável. Para o banco, foi um bom negócio, entre receber zero e 12,5 milhões foi um grande negócio. Houve outro comentador que foi diretor do Benfica e presidente do Estoril, António Figueiredo, que disse a mesma coisa, que a PJ tinha de intervir. É lançar suspeição num negócio que foi o mais claro possível e bom para todas as partes porque não tínhamos condições para manter o jogador naquele estado psicológico. Não sei se a PJ já está lá no jornal, mas se estão a agir voltem para trás, porque esses senhores não sabem o que dizem.”
As declarações de Carlos Xavier sobre Mehdi Taremi
“Um antigo jogador referiu-se a Taremi como o muçulmano que não sabia nadar e agora só sabe mergulhar, isto é inacreditável. Como é que uma televisão permite isto, não sei se o SOS Racismo vai protestar. Se calhar, se o Taremi tivesse dado um beijo a uma mulher era um escândalo. Esse é o grande cancro do futebol. O único canal que não tem um programa assim é a SIC e parece que está no topo das audiências. Se calhar, as pessoas já perderam a paciência para tantas asneiras.”
Os erros de pontuação que afetam o ranking europeu
“Os clubes portugueses que vão à Liga dos Campeões têm mantido bons pontos. Na Liga Conferência, em que esteve o Arouca, é ridículo que a vitória valha tanto como uma vitória na final da Liga dos Campeões. É inconcebível. Foi a UEFA que decidiu para benefício não de Portugal. Quando os pontos são divididos por todos os que entram nas provas europeias, significa que os nossos pontos vão continuar a ser divididos pelas equipas que não se apuraram. E não faz sentido que a final da Champions ou meia-final ou final da Liga Europa tenham o mesmo valor que os pontos do Arouca. Mas como os Países Baixos têm muitos clubes nessa prova, beneficiam.”
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