segunda-feira, 2 de julho de 2012

Laszlo Boloni sobre a selecção Lusa no Euro 2012

Por ter opinião semelhante, resolvi publicar este artigo de Laszlo Boloni sobre a participação da selecção portuguesa no europeu de futebol de 2012.
Treinador romeno elogia Portugal, mas diz que jogou sempre com nove, por não ter ponta de lança à altura e laterais sem convencer.
Na opinião de Laszlo Boloni, ex-treinador do Sporting, que assinou, durante o Euro'2012, uma crónica semanal na edição de papel de O JOGO, a Espanha foi uma justa campeã, mas Portugal foi a seleção que mais lhe complicou a vida. Eis, em síntese, a sua análise:
 "Venceu a Espanha e pode dizer-se que bem, porque foi a melhor equipa deste Europeu. Não há grande coisa que se possa apontar de negativo à equipa de Vicente del Bosque, que foi um técnico inteligente porque não se incomodou em deixar transparecer, nesta seleção, a força de Barcelona e Real Madrid, afinal os dois melhores clubes do mundo. É uma seleção que se distingue pelo forte jogo coletivo, que não tem uma individualidade que se sobreponha, apesar de ter vários jogadores cheios de talento como Xabi Alonso, Jordi Alba e Silva; são bons, mas não excecionais, ao ponto de se transformarem em Ronaldos ou Messis. Daí que eu sublinhe esta força coletiva e que isso torne difícil encontrar outras explicações para este vencedor. Viu-se capacidade técnica, capacidade de pressão, inteligência tática e muitas daquelas características, ou lógica de jogo, de um Real Madrid ou de um Barça.
 Este Europeu fica marcado por essa força da Espanha, mas também pela qualidade dos quatro semifinalistas. Qualquer um podia ter chegado a esta final. Acabou por ser a Itália, mas acredito que se tivesse sido um Portugal-Espanha, teríamos um jogo mais equilibrado. Como vimos, Portugal foi a única equipa que soube dar uma resposta tática e até física a esta equipa espanhola. Não me engano até se disser que foi contra Portugal que esta Espanha teve o jogo mais complicado do Europeu, apesar de sublinhar que, para mim, a seleção portuguesa jogou sempre com nove jogadores e nunca com 11, porque não tem ponta de lança à altura e os laterais, principalmente João Pereira, não me encheram as medidas. Se Paulo Bento conseguir corrigir isso, terá uma equipa mais forte, a jogar noutro patamar, até. Mas não vai ser fácil".

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