Porque concordo em absoluto com este capítulo do artigo do Miguel, resolvi publicá-lo aqui no www.dragaoatento.blogspot.com
Neste pobre país onde vivemos e pelo qual sofremos, há coisas que nunca mudam e que, de tão repetidas e previsíveis, são sinal certo da nossa mediocridade. Uma delas é o Sporting e o futebol: sempre que perde contra os rivais, é certo e garantido que os dirigentes do Sporting irão culpar a arbitragem, e sempre que inversamente, são decisivamente beneficiados pela arbitragem (como tinha sucedido nos últimos dois encontros do campeonato), é igualmente certo e garantido que eles se vão calar, muito bem caladinhos. Custa-me bater no ceguinho- e o Sporting do Dragão foi um ceguinho sem cão nem bengala, um triste arremedo de uma equipa de futebol, o fantasma de um candidato ao título. Mas também não convém que nos fiquemos, pois que eles nunca se ficam com as suas fábulas e as suas verdades deturpadas, que depois transformam em registos históricos, quando já ninguém se lembra de que estão a falar. Dentro de uns tempos, estarão a proclamar, como verdade histórica, que um dia foram ao Dragão, onde perderam 2-0, unicamente por força de uma arbitragem que lhes expulsou um jogador, mostrou amarelos a oito e inventou dois penalties contra eles. E com isso se consolam e desculpam para já e acrescentam para futuro a sua interminável crónica dos padecimentos sofridos às mãos dos maus.
Pois bem: os oito jogadores admoestados com os amarelos, todos eles o mereceram, quando a equipa, deserta de argumentos e de força, entrou por um festival de indisciplina e rudeza. O jogador expulso cometeu a insensatez de ter duas entradas violentas no curto espaço de dois minutos e a sua falta, pelo tempo que durou, foi compensada com o tempo em que o Porto jogou também com dez, devido às lesões de Maicon e Alex Sandro. O primeiro dos penalties, que a crítica especializada considera justo, é daqueles que eu detesto, tanto que dei por mim a torcer para que Lucho o falhasse, como falhou: por aí não teve o Sporting quaisquer danos. O segundo, que a crítica considera não ter existido, pareceu-me mais real do que o primeiro. Foi convertido, mas, ao contrário do que vi escrito, ele não “matou o jogo”- não só porque faltavam oito minutos para o fim, mas sobretudo porque não havia nenhum jogo vivo pelas bandas do Sportingg. Com ou sem o segundo penalty, o Sporting teria perdido. Aliás. Acho que quem tem razão para se queixar da arbitragem é o FC Porto. À quarta falta cometida (num total de dez), já tinha três cartões amarelos, e, dos quatro recebidos, um foi absurdo (uma inócua mão de Lucho a meio campo), outros dois foram por faltas que não existiram, e o último, a Alex Sandro, foi uma falta cometida por Elias (de que resultou a saída, por lesão, do defesa portista), e que o árbitro transformou num livre contra o FC Porto, do qual saíu o único remate perigoso do Sporting à baliza em todo o jogo.
Segundo o dirigente sportinguista, Luís Duque, foi a arbitragem que “parou o Sporting neste jogo” já que, a equipa “tudo fez para conseguir um resultado diferente e não fez mais porque não a deixaram”.
Mesmo dando o desconto da necessidade de se justificar em defesa própria, as declarações de Duque são quase revoltantes. O Sporting só entrou na área do Porto aos 15 minutos e beneficiando da superioridade numérica momentânea, com a ausência de Maicon. Teve esse único remate perigoso, que lhe ofereceu o árbitro aos 80 minutos, e não criou uma só oportunidade de golo em todo o restante tempo. Em contra-partida, viu duas bolas nas suas traves, vários remates a passar tangentes e várias oportunidades do adversário de que se salvou sem saber bem como. E, acima de tudo, foi uma equipa inexistente, em termos de disputa do resultado.
De facto, e de cima a baixo, o Sporting não aprende e não arrepia caminho. Em nada. É um calimero que, à força de se repetir sem sentido, está há muito desligado da realidade e das suas próprias responsabilidades e que, visto de fora, se torna patético. É patético ouvir o Oceano (e logo na estreia!) declarar que “fizemos os possíveis para ganhar…conseguimos controlar o jogo…e criámos oportunidades”. É uma repetição do discurso de Sá Pinto, que, depois de cada desaire e de cada frustrante exibição, jurava que o Sporting estava cada vez melhor. Será que eles acreditam que ninguém mais vê os jogos? Mais absurdo do que isto só talvez ouvir o guarda-redes do Benfica, Artur, declarar que jogaram de “igual para igual” com o Barcelona, depois de uma segunda parte em que tiveram 21% de posse de bola em casa e não criaram uma só oportunidade. Mas com o ridículo dos outros pode bem o Sporting. O que não pode é continuar, ano após ano, desaire após desaire, a queixar-se sempre da sorte e dos árbitros, do sistema solar e da lei da gravidade, e jamais olhar para dentro de si mesmo com olhos de ver.
Repito: faz falta o Sporting de volta para um campeonato a quatro. Mas, assim, não vão lá.
Contra o Sporting, o FC Porto ganhou com competência – como gostam de dizer os treinadores. Em vantagem desde os 10 minutos, com o fenomenal golo de Jackson Martinez, jamais viu a sua superioridade ser minimamente contestada.
3 comentários:
Francisco Marques!
Quem fica abismado com a sua cegueira e preconceitos sou eu...
Os sportinguistas são chorinhas compulsivos habituais, de há muito tempo atrás.Ponto.
O Miguel apelidou-os de calimeros com toda a propriedade.
Você é preconceituoso sim, tem ideias não alicerçadas sobre o Pinto da Costa, o qual foi inclusivamente absolvido, não só pela justiça portuguesa, como pelo Concelho de Justiça da Federação.
Mais! Já lhe disse e volto a afirmar-lhe que o PC até à data ainda não fez nada que os outros presidentes dos outros clubes não tenham já feito. E sobre as tais escutas a que se referiu digo-lhe o seguinte:
aquando do apito dourado, em princípio era para serem escutados outros presidentes, inclusivamente o LFV, só que a Maria José Morgado (Ministério Público)como o marido é um benfiquista ferrenho, decidiu não escutá-lo! Mais! Na altura o DN publicou uma notícia afirmando que também havia matéria que incriminava o "Orelhas".
E com isto se não quer irritar-me, não volte a fazer afirmações gratuitas sobre o PC, porque o que vocês queriam era ter um presidente com a competência dele.
AM
Ah! E se o Miguel é imbecil...!
Como hei-de classificar então os seus amigos: Fernando Guerra, Gomes da Silva, Sílvio Cervan, João Gobern...etc...etc.
Estes serão imb...ao quadrado!
AM
Mais! Os benfiquistas têm a mania que são os campeões da ética desportiva, e não são. Aliás estão muito longe de o ser.
E não é por acaso que a época passada alguns dirigentes e treinadores d'outras equipas de futebol puseram a boca no trombone afirmando que o Benfica parecia usufruir dum "estatuto especial" tal era a diferença de tratamento dado pelos árbitros às equipas adversárias...
E é por isso que muito sinceramente: eu não quero mais: só quero que a Imprensa desportiva portuguesa e os árbitros tratem o FC Porto com a mesma deferência/reverência com que tratam o Benfica
AM
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