sexta-feira, 22 de março de 2013

Izmaylov e Jackson

"Izmailov é mais imprevisível no meio"
Yuri Semin treinou médio russo do FC Porto e assegura que, pelo seu carácter competitivo, o antigo leão está agora no clube certo, mas ainda não na posição em que encaixa melhor.
Antigo jogador, treinador e presidente do Lokomotiv, Yuri Semin, 65 anos, viu Marat Izmailov nascer para o futebol: comandou-o no clube moscovita e também na seleção russa, que orientou em 2005. 
Há algum treinador, jogador ou dirigente que conheça tão bem Marat Izmailov como Yuri Semin?
 Não. Ele era ainda muito novo, tinha 17 anos, quando o conheci no Lokomotiv. Esteve comigo durante muitos anos.
 Antes do clássico Sporting-FC Porto, Marat Izmailov foi acusado pelo médico do Sporting de se ter negado a treinar e a jogar, inventando, segundo argumentou Frederico Varandas, dores e lesões como forma de justificar as faltas. Por tudo o que conhece do jogador, acha possível que ele tenha simulado?
 Não, isso não pode ser verdade. É impossível acreditar nessas afirmações. O Marat quer jogar sempre; difícil é fazê-lo parar e impedi-lo de jogar. Quando ele diz que não dá, é porque não dá mesmo. Ele nunca me escondeu a simpatia e consideração que tinha pelos adeptos do Sporting, e não foi por acaso que estes sempre o apoiaram. Talvez por isso tenham aparecido certas informações.
 Para muitos ex-treinadores e ex-colegas, Marat é um exemplo de superação e sacrifício. Guarda memória de algum episódio que comprove tal ponto de vista?
 Durante os muitos anos em que trabalhámos juntos, uma das preocupações do Marat foi o lado perfeccionista dele: tentava estar sempre nas melhores condições para ajudar a equipa. Nas conversas que tinha comigo, nunca me escondeu que quando não estava a cem por cento, ele próprio tinha receio de defraudar os colegas. Isso trouxe-lhe alguns problemas. Mas em termos profissionais, há poucos jogadores que tenham uma paixão tão grande como a dele pelo futebol. Vive para o que faz.
 Um futebol de toque, com elevada percentagem de posse de bola, como o do FC Porto, favorece mais as características dele?  Encaixa muito bem, porque o Marat se impõe pela capacidade técnica. Mas fundamental para ele, sendo um jogador muito competitivo, são os objetivos. Quer ganhar sempre. E o FC Porto dá-lhe essa oportunidade. É o clube ideal para o Marat, porque joga regularmente na Liga dos Campeões e se bate sempre para ganhar o campeonato português.
 Nesta fase da carreira, vê-o a jogar mais pelos flancos ou por dentro, como médio-interior?
 Do meu ponto de vista, pela criatividade e qualidade técnica que ele tem, gosto mais de o ver jogar pelo meio, tendo em conta que é um jogador de grande capacidade técnica e de passe, com uma leitura de jogo que não é "standard", foge aos padrões normais. Tudo isso faz dele um jogador diferente, mais imprevisível, difícil de controlar pelos adversários.
 O que lhe falta para estar a cem por cento?
 Tenho alguma dificuldade em responder de uma forma tão precisa. Só quem está em campo com ele todos os dias é que pode ter essa sensibilidade, essa perceção. Esteve muito tempo parado por causa das operações, mas tem uma grande margem de crescimento da condição física. Estando em pleno, se continuar a jogar como está a jogar, voltará à seleção russa.
VALDERRAMA - "Jackson? Tem de esperar"
Na Colômbia abundam os avançados e por isso o problema para o selecionador José Pekerman é decidir com que dupla iniciará os próximos dois confrontos da fase de qualificação para o Mundial'2014.
 Com parte da comunicação social do país a fazer pressão para que Falcao tenha a companhia de Jackson na frente de ataque, há quem ache ainda que "em que equipa que ganha não se mexe".
 "Teo e Falcao, essa é a equipa", defendeu esta quarta-feira o mítico Valderrama. "Se a seleção não marca, então temos Jackson, temos Bacca", acrescentou.
 Perante a insistência no avançado portista, por oposição à titularidade de Teo Gutierrez, o ex-jogador insiste na ideia. "Jackson? Tem de esperar, não podemos jogar com quatro avançados".

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