sexta-feira, 25 de abril de 2014

PML como sempre, na mouche!

25/04/2014 - Pedro Marques Lopes é o meu cronista preferido
Objectivo, não inventa, intelectualmente honesto, é verosímil e plausível, algo mordaz na sua argumentação, mas sem exageros de espécie alguma, põe os pontos nos Is, sem precisar de ser deselegante com ninguém. Muito bem Pedro!

Pedro Marques Lopes - Brasão abençoado - Ciclos, dicionários e sonhos

 ...Ciclo será então "parte dum fenómeno periódico que se efetua durante certo espaço de tempo"

Vamos agora considerar a vitória dum campeonato nacional de futebol um fenómeno periódico.
Cabe, depois, definir os espaço de tempo. Cinco anos? Dez? Vinte? Trinta? O espaço de tempo entre o 25 de Abril e hoje, ou seja, quarenta anos? O facto é que seja qual for o período de tempo, relativamente próximo, considerado como ciclo, o FC Porto tem uma vantagem, face ao seu rival, Benfica, avassaladora. E se pensarmos em vitória internacionais, chega a ser embaraçoso para o clube de Lisboa.

Permitam-me que aconselhe um leitura lenta, é assim: perder um campeonato não define o fim dum ciclo, nem ganhar um anuncia desde logo um início de ciclo. Está claro? Dum clube que ganha sete campeonatos em dez (três nos últimos quatro anos), não se poderá propriamente dizer que viu encerrado um ciclo, pois não? Menos desejos e mais realidade, por favor.

Entretanto, talvez não fosse má ideia os comentadores e os adeptos declarados de outros clubes recuperarem os textos e comentários doutras alturas em que o FC Porto perdeu campeonatos - até é fácil, já que foram tão poucas vezes. Teriam menos trabalho. Basta irem aos arquivos de 2005 e 2010. Até os termos utilizados são idênticos.

Posso entender a euforia de alguns benfiquistas, legitimamente contentes e compreensivelmente deslumbrados (as longas esperas causam alegrias dobradas) pelo campeonato e a boa prestação europeia deste e do ano anterior.
Não custa admitir que o Benfica tem vindo, a pouco e pouco, a tornar-se num adversário com que se tem de contar. Mas ver adeptos sportinguistas a falar de fim de ciclo e a cantar amanhãs de glória é de rebolar a rir. Mas que tipo de cegueira ou amnésia lhes terá dado para não perceberem que é apenas por tradição, e antiga, que se fala dum Sporting à altura do FC Porto? Convenhamos, dois títulos em trinta anos não qualifica para ser adversário relevante. Ganhem primeiro qualquer coisinha que se veja e depois venham brincar com os grandes. Berrarias e idas à Comissão Europeia não dão títulos.

Bem sei que ultimamente se brinca muito com o significado das palavras, mas convém não exagerar. Quando um clube ganhar três campeonatos seguidos ou sete em dez, falem em fim ou início de ciclo. Até lá, podem inventar mil teorias acerca do declínio do FC Porto, mais duas mil suposições sobre as desgraças que irão acontecer ao FC Porto e contar as revoluções gloriosas dos seus clubes. Não passará de conversa oca, sem rigorosamente nada de substancial. Não será mais que o exprimir duma vontade. Um sonho com que tanta gente sonha. A realidade dos números é demasiado esclarecedora.
Claro que os portistas devem andar preocupados, claro que vitórias passadas não confortam derrotas presentes, claro que há erros colossais, claro que este ano foi um miderável descalabro, claro que é preciso mudar muitas coisas. Mas foi apenas um ano em que não se ganhou e mesmo assim já nos tentam passar a certidão de óbito. Uns não ganham nada há muitos anos e outros apenas vencem de vez em quando, mas são fantásticos


(Pedro! Para que conste: esta época, mesmo a jogar mal, se não tivesse-mos sido escandalosamente roubados por arbitragens tendenciosas: no Estoril, na Luz, em Alvalade e na Madeira; nesta altura, ainda estaríamos a discutir o título)


Vamos mas é trabalhar para ganhar o próximo campeonato e deixá-los a falar sozinhos.

O Penta do Benfica


 Desde que se percebeu que o Benfica ia ganhar este campeonato, que se iniciou uma gigantesca campanha para transformar essa vitória - justa e merecida - (Pedro, será que aqui e ali também não foram levados ao colo por arbitragens tendenciosas?) numa realização épica e a prova definitiva do tal fim de ciclo do FC Porto. No fundo, provar que este campeonato não é só este campeonato.
É assim, o FC Porto só ganhou o último campeonato porque o Kelvin marcou um golo ao Benfica aos 92 minutos. Tudo o resto não existiu (!). O FC Porto não ganhou esse campeonato sem uma única derrota, nem ganhou 24 jogos. Bom, ganhou, mas foi com sorte. está visto. Sorte e esquemas, bem entendido (entenda-se na ótica dos lampeões). Não valeu, portanto. Deve ser, assim sendo atribuido, o campeonato ao Benfica.

O campeonato de 2011/12 também não valeu. Maicon marcou um golo em fora de jogo (milimétrico diga-se) na Luz. Pois foi. O Benfica até nem levou um banho de bola nesse jogo, o Jesus até nem levou um enxovalho tático e o Benfica até não marcou um golo precedido de lance ilegal. E nem vale a pena falar dos seis pontos de avanço, do FC Porto ter tido o melhor ataque e a melhor defesa e da única derrota sofrida nesse campeonato ter sido fruto da mais escandalosa arbitragem desse ano. Nada disso importa, Maicon quer dizer campeonato para o Benfica. Assunto encerrado.

O de 2010/11 foi o mais escandaloso no que diz respeito ao cambalacho que mete sorte e sistema. Nesse é que não há dúvidas. Como seria possível o mago Jesus ter levado cinco no Dragão? Alguém pode acreditar que sem esquemas maliciosos, sistemas, milagres, o FC Porto podia vir ganhar o campeonato à Luz, nas barbas dos benfiquistas?
Foi tão evidente o cambalacho que até as luzes se apagaram e água jorrou. Impossível, foi tudo batota, não pode contar. Outro campeonato para o Benfica.
Façamos então as contas. O Benfica ganhou em 2009/10, ganhou também os três últimos - como se acaba de demonstrar - e ganhou este ano. Ainda não tinha sido conseguido, mas finalmente aconteceu: é o penta do Benfica.

1 comentário:

Dragaoatento disse...

Para responder à letra a certos excrementos (comentários) que de vez em quando aqui aparecem, teria que descer ao nível dos autores destes (escumalha de esgoto) e não estou interessado em adoptar discursos de insulto e provocação.
Aliás as ações ficam com quem as pratica, ou seja, caracterizam bem quem as produz...!