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…E, se dúvidas restassem, bastaria atentar nos comentários dos benfiquistas à capelada da Luz: o alvo deles não eram vocês, mas nós. Assim, enquanto que uns, assobiando para o ar, diziam coisas piedosas tais como “não há derby sem casos” ou “tirando as polémicas, o Sporting não teve nenhuma oportunidade de golo” (pudera, se o árbitro negou todas!), os outros, os institucionais, lá vieram com o Apito Dourado e o Papa e o passado – na versão deles e com o condão de desculpar todo o presente e qualquer futuro. Vocês, desculpa que te diga, foram apenas um peão na engrenagem, como a Académica e outros neste campeonato, colocados no caminho do “legado de transparência e verdade”. E agora que o novo presidente do teu clube me parece tão ansioso por encontrar uma fórmula de amizade e vassalagem com o campeão da verdade e transparência, deixa apenas que te recorde coisas de um passado recente de tal campeão: - todos os clubes têm claques pouco recomendáveis, mas o único clube que tem claques condenadas e tribunal criminal, enquanto organização, é o SLB. O único cuja claque matou um adepto adversário em pleno estádio foi o SLB (numa final da Taça contra o Sporting). O único cuja claque atacou um autocarro de um clube adversário no seu estádio, deixando um jogador em coma, e nem um pedido de desculpas apresentou, foi o SLB (num Benfica – Porto em hóquei em patins, na Luz); - o único clube cujo treinador insultou, com gestos de uma ordinarice inimaginável, os adeptos adversários em pleno pavilhão destes e nada lhe sucedeu, foi o SLB (no último jogo do campeonato de basquete do ano passado). - O único clube que disputou a primeira Liga com um director de futebol que era simultaneamente presidente de outro clube da primeira Liga, foi o SLB, com José Veiga. - o único clube que, em consequência do facto anterior, convenceu o adversário a transferir um jogo em sua casa para campo neutro e onde o jogo lhe era mais favorável, foi o SLB, num decisivo jogo contra o Estoril, transferido para o Algarve; - o único clube que compra, ou anuncia o seu interesse em comprar, de um clube adversário nas vésperas de o ir defrontar, é o SLB (o último consumado foi o Jardel, do Olhanense, comprado na manhã do próprio jogo e logo impedido de o disputar); - o único clube que tem um presidente na cadeia (e só depois de ter perdido a reeleição e se ter apurado que roubara o próprio clube) é o SLB; - o único clube que montou toda uma operação engendrada ao pormenor e com cumplicidades no topo para retirar da competição o melhor jogador do adversário principal, foi o SLB (com o vergonhoso episódio do túnel da Luz, através do qual o Hulk foi afastado do campeonato num momento decisivo); - o único clube cujo presidente foi apanhado nas célebres escutas do Apito Dourado a escolher literalmente um árbitro para um jogo junto do presidente da Liga, foi o SLB; o único clube cujo presidente ousou afirmar que era mais importante ter os homens certos nos lugares certos da estrutura da Liga do que uma boa equipa, foi o SLB; - o único clube que, tendo ficado em terceiro lugar no campeonato, montou uma estrangeirinha para afastar o campeão (que lhe ganhara com mais de 20 pontos de avanço) e assim tentar conquistar um lugar de acesso à Champions, foi o SLB; o único clube que vos conquistou uma Taça da Liga através de uma arbitragem tão transparente e verdadeira que a Taça ficou para sempre conhecida pelo nome do árbitro, foi o SLB; - o único clube cuja direcção, precisando de favores do governo, compareceu a um acto público de campanha eleitoral de um partido político que as sondagens davam como vencedor (e veio a sê-lo), foi o SLB, na campanha de Durão Barroso. Porque, meu caro Eduardo Barroso, há uma diferença abissal entre nós e eles, entre os portistas e os benfiquistas. Eles são incapazes de jamais reconhecerem mérito aos adversários, e nós sim (ainda há três semanas aqui o fiz). Eles não se importam de ganhar nem que seja por decreto-lei e nós importamo-nos. Eles têm a imprensa desportiva a cortejá-los, temê-los, branqueá-los, reverenciá-los, e nós não. Não encontrarás um portista que não reconheça que, de facto, o golo do Maicon na Luz, na época passada, foi em off-side, mas não encontraste um só benfiquista capaz de reconhecer, ao menos, um dos penalties que o Sr. Capela não viu. Assim como não viste um único a reconhecer que também o segundo golo do Benfica, no jogo da época passada contra o Porto, nasceu de um livre que não existiu, que talvez tenha havido um penalty por marcar contra o Benfica ou que, sobretudo foi o Porto que fez por merecer ganhar o jogo. Eles são arrogantes e acham-se donos do futebol indígena por direito divino e nós não. Nós respeitamos o o Benfica do Eusébio e as suas conquistas europeias da década de sessenta, mas eles vivem a repetir que tudo o que nós ganhámos , na Europa e no mundo, foi com batota – como agora o voltou a dizer o seu presidente. Mas é por isso mesmo que o SLB é hoje dono de um estatuto, que eu devo confessar que também já foi nosso: o de ser o clube que, fora do universo dos seus adeptos, é o mais desprezado de todos. Quanto a vocês, Eduardo, o que eu digo e repito há anos que, quando, acumulando uma dívida de 500 milhões de euros, se consegue ficar habitualmente a 20, 30 ou mais pontos de distância do campeão, tentar explicar isso com as arbitragens é tapar o sol com uma peneira. Mais, até: em minha opinião, o constante choradinho do Sporting com os árbitros tem tido o efeito de auto-desresponsabilização, com os resultados à vista. Até porque certamente não irás ver nenhum correligionário a reconhecer, por exemplo, que acabam de ganhar dois pontos ao Nacional com um golo exactamente igual ao tal do Maicon na Luz ou que ganharam um ao Guimarães graças a um penalty evidente perdoado no último minuto, em Alvalade. Mas é evidente que vocês não beneficiam de arbitragens à Capela. Nem vocês nem nós. Porque o sistema tem um nome e é SLB.
O treinador do FC Porto, Vítor Pereira, pegou na expressão utilizada por Jorge Jesus no final do dérbi Benfica-Sporting e entre sorrisos repetiu-a.
Quero apenas preocupar-me em ganhar o campeonato.
Tenho de estar focado no que controlo, que são as vitórias do FC Porto. Não controlo os resultados dos adversários. Temos, isso sim, de ganhar os nossos jogos e ganhar num contexto que seja limpinho, limpinho, mas não limpinho limpinho daquela forma, que nem sequer me pareceu um adjectivo bem utilizado", disse o técnico portista.
Quero apenas preocupar-me em ganhar o campeonato.
Tenho de estar focado no que controlo, que são as vitórias do FC Porto. Não controlo os resultados dos adversários. Temos, isso sim, de ganhar os nossos jogos e ganhar num contexto que seja limpinho, limpinho, mas não limpinho limpinho daquela forma, que nem sequer me pareceu um adjectivo bem utilizado", disse o técnico portista.