O Jornal O Benfica, órgão oficial do clube, em 28 de Julho de 1970, na sua edição nº 1449. MORREU O PRESIDENTE SALAZAR (Titulo). O país está de luto.com a morte do presidente Salazar(…), Portugal perdeu uma das mais eminentes figuras da sua historia. Curvamo-nos sentidamente perante a memoria de um notável português, cujo nome faz parte da galeria de honra dos grandes de Portugal. Para além do génio politico que se impôs ao respeito e à admiração do mundo, o presidente Salazar traçou as linhas de ressurgimento do país numa altura em que as convulsões internas enfraqueciam as forças da nação e ameaçavam o seu futuro. A solidez da sua doutrina política reconduziu o país a uma fase de revitalização surpreendente, recolocando Portugal ao nível do prestígio internacional a que os oito séculos da nossa história dão pleníssimo direito. Profundamente patriótica nas suas determinações, a política do presidente Salazar difundiu-se pelos mais variados sectores da vida nacional. (…) acompanhou sempre com grande atenção o fenómeno desportivo nacional (…) daí o seu inegável interesse pela construção de recintos desportivos, que sempre acompanhou com especial carinho não só ao nível governamental como também no sector privado dos clubes. (…) durante a construção do estádio da Luz, o presidente Salazar inteirou-se frequentemente do andamento da obras visitando inclusivamente o local onde o Benfica erguia com esforço notável (…) diante da memória da figura ínclita (ilustre; célebre; egrégio) de português que foi o presidente Salazar, o Benfica associa-se dolorosa e sentidamente ao luto nacional que envolve o País (fim de citação).
Nos corredores da Luz andou muitos anos um tal de Silva Pais “só” o responsável pela PIDE.
Mas mais, quando na ONU Portugal foi condenado pela Ocupação das Colónias, foi precisamente o SLB que via FPF criou um movimento de apoio ao Estado com o argumento de Portugal ser um Todo, negando dessa forma o direito à independência dos Estados ilegalmente Ocupados. Essa iniciativa, foi concluída, recorde-se, com a leitura de um comunicado aos microfones da Emissora Nacional com o patrocínio do presidente do Benfica e perante o então Ministro da Educação. O SLB usou e foi usado pelo regime.
Mário Morais de Oliveira. Este Ministro Adjunto de Caetano, era conhecido por ser um fanático benfiquista. Após o sinal do 16 de Março que obrigou Caetano a refugiar-se em Monsanto, foi este Ministro Adjunto que promoveu a manifestação a favor do regime, promovendo uma ovação de 80 000 pessoas num Sporting/Benfica realizado no dia 31 de Março de 1974. Era o cantar do cisne! De um regime opressivo, sonegador da Liberdade mas tão apreciado pelos adeptos destes 2 clubes! O Estádio do Benfica, chamado de Carnide, então é bom que nem falem nele. Basta só lembrar que os terrenos onde foi construído o tal Estádio foi expropriado pela CM de Lisboa, doado ao clube e os expropriados nunca viram a cor do dinheiro. E só uma curiosidade: a primeira sede do Benfica foi, curiosamente, ocupada ilegalmente após a queda da monarquia e da fuga atribulada destes. Salazar servia-se do Benfica, e o Benfica servia-se de Salazar para exibir o portuguesismo dos nascidos nas colónias, que nos anos 60 na equipa do Benfica, eram aos pontapés. O Xenofobismo e a subserviência a Salazar continuou mesmo após a morte deste. E só em 1975, depois do 25 de Abril, da revolução, o Benfica contrata um “estrangeiro”, Jorge Gomes ao Boavista. Mesmo assim foi necessário uma Assembleia Geral para permitir a sua contratação e terminar com a equipa de “portugueses”. Foram décadas de Xenofobia pura e dura para agradar a Salazar. E disso tirarem proveito. Para quem não se recorda, o Benfica jogava nas Amoreiras. Por causa da Construção da Auto-Estrada Lisboa/Cascais, Salazar expropriou o Benfica dando-lhe uma choruda indemnização e a utilização do Parque de jogos do Campo Grande uma renda irrisória. Como o Benfica estourou o dinheiro que deveria usar para comprar os terrenos em Monsanto, foi desta vez a CM de Lisboa que expropriou os terrenos e os doou ao Benfica para que lá fosse construído o Estádio de Carnide, Luz mais popularmente. Os subsídios foram de tal forma díspares na construção dos estádios do Benfica e Belenenses que Acácio Rosa considera que foi aí o início do fim do Belenenses. Em pleno apogeu de Eusébio, este recebe de Itália uma proposta fabulosa para a época: Eusébio quer abandonar o Benfica. De emergência, o Ministro dos Desportos reúne com os dirigentes do Benfica e faz o acordo: Salazar “obriga” Eusébio a permanecer em Portugal e o Benfica aumenta-lhe significativamente o salário. E assim foi, Salazar promoveu aquilo que foi conhecida por “Nacionalização de Eusébio”. Para quem não se recorda, em plenos anos 60, o Benfica foi jogar uma eliminatória a Viena, contra o Áustria. O que teve de particular essa partida foi o facto dos adeptos do Áustria de Viena terem perseguido, em pleno relvado, os jogadores do Benfica, enquanto os austríacos gritavam por “Fascistas, Fascistas, Fascistas” e só a intervenção policial não permitiu um linchamento que se adivinhava. Só por aqui dá para ter a ideia de como o Benfica era conotado e representava o Regime.
Mas mais, quando na ONU Portugal foi condenado pela Ocupação das Colónias, foi precisamente o SLB que via FPF criou um movimento de apoio ao Estado com o argumento de Portugal ser um Todo, negando dessa forma o direito à independência dos Estados ilegalmente Ocupados. Essa iniciativa, foi concluída, recorde-se, com a leitura de um comunicado aos microfones da Emissora Nacional com o patrocínio do presidente do Benfica e perante o então Ministro da Educação. O SLB usou e foi usado pelo regime.
Mário Morais de Oliveira. Este Ministro Adjunto de Caetano, era conhecido por ser um fanático benfiquista. Após o sinal do 16 de Março que obrigou Caetano a refugiar-se em Monsanto, foi este Ministro Adjunto que promoveu a manifestação a favor do regime, promovendo uma ovação de 80 000 pessoas num Sporting/Benfica realizado no dia 31 de Março de 1974. Era o cantar do cisne! De um regime opressivo, sonegador da Liberdade mas tão apreciado pelos adeptos destes 2 clubes! O Estádio do Benfica, chamado de Carnide, então é bom que nem falem nele. Basta só lembrar que os terrenos onde foi construído o tal Estádio foi expropriado pela CM de Lisboa, doado ao clube e os expropriados nunca viram a cor do dinheiro. E só uma curiosidade: a primeira sede do Benfica foi, curiosamente, ocupada ilegalmente após a queda da monarquia e da fuga atribulada destes. Salazar servia-se do Benfica, e o Benfica servia-se de Salazar para exibir o portuguesismo dos nascidos nas colónias, que nos anos 60 na equipa do Benfica, eram aos pontapés. O Xenofobismo e a subserviência a Salazar continuou mesmo após a morte deste. E só em 1975, depois do 25 de Abril, da revolução, o Benfica contrata um “estrangeiro”, Jorge Gomes ao Boavista. Mesmo assim foi necessário uma Assembleia Geral para permitir a sua contratação e terminar com a equipa de “portugueses”. Foram décadas de Xenofobia pura e dura para agradar a Salazar. E disso tirarem proveito. Para quem não se recorda, o Benfica jogava nas Amoreiras. Por causa da Construção da Auto-Estrada Lisboa/Cascais, Salazar expropriou o Benfica dando-lhe uma choruda indemnização e a utilização do Parque de jogos do Campo Grande uma renda irrisória. Como o Benfica estourou o dinheiro que deveria usar para comprar os terrenos em Monsanto, foi desta vez a CM de Lisboa que expropriou os terrenos e os doou ao Benfica para que lá fosse construído o Estádio de Carnide, Luz mais popularmente. Os subsídios foram de tal forma díspares na construção dos estádios do Benfica e Belenenses que Acácio Rosa considera que foi aí o início do fim do Belenenses. Em pleno apogeu de Eusébio, este recebe de Itália uma proposta fabulosa para a época: Eusébio quer abandonar o Benfica. De emergência, o Ministro dos Desportos reúne com os dirigentes do Benfica e faz o acordo: Salazar “obriga” Eusébio a permanecer em Portugal e o Benfica aumenta-lhe significativamente o salário. E assim foi, Salazar promoveu aquilo que foi conhecida por “Nacionalização de Eusébio”. Para quem não se recorda, em plenos anos 60, o Benfica foi jogar uma eliminatória a Viena, contra o Áustria. O que teve de particular essa partida foi o facto dos adeptos do Áustria de Viena terem perseguido, em pleno relvado, os jogadores do Benfica, enquanto os austríacos gritavam por “Fascistas, Fascistas, Fascistas” e só a intervenção policial não permitiu um linchamento que se adivinhava. Só por aqui dá para ter a ideia de como o Benfica era conotado e representava o Regime.
2 comentários:
Bom artigo, que nos ajuda a conhecer o passado para se entender o presente!
Muito bom artigo, muito bom!
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