sábado, 30 de setembro de 2023

Sérgio Conceição: “Nós somos fortes e temos um escudo”

O FC Porto perdeu nesta sexta-feira diante do Benfica (1-0), no Estádio da Luz, em jogo da 7.ª jornada da Liga. O clássico, decidido por Di María já na segunda parte (68m), fica claramente marcado pelo cartão vermelho direto mostrado a Fábio Cardoso logo aos 19 minutos. Com este resultado, o FC Porto mantém os 16 pontos somados até esta ronda.
Sérgio Conceição destacou a falta de critério da equipa de arbitragem, que deixou passar em claro um pisão a Galeno e, já depois da expulsão de Fábio Cardoso, não assinalou grande penalidade de Trubin sobre Mehdi Taremi, o que, “com o mesmo critério, se aceitaria, mas não foi assim”. “Preparados para todos os adversários no campeonato”, os portistas, de acordo com o treinador, ganharam “muito mais hoje” do que perderam num jogo em que sentiram que podiam “sair com pontos”.
Sérgio Conceição fez substituições sempre a pensar “na baliza do adversário” e no que “era melhor para a equipa”, depois de um golo que surgiu quando os portistas estavam “seguros no jogo”. No final da partida, o técnico quis estar em comunhão com os adeptos, que “fizeram tantos quilómetros e sacrifícios” para a apoiar a equipa, mas esse momento foi condicionado por “objetos” que “choveram” das bancadas e acertaram num membro do staff portista, algo que é reincidente já que, na Amadora, denunciou o mister, “um isqueiro passou muito perto” dele e um polícia, que estava perto do local do incidente, riu-se “para o adepto”.
“Podem atirar-nos com tudo porque somos fortes e temos um escudo que é a ligação dessa grande ligação aos adeptos, do trabalho, do compromisso, da grande vontade de ganhar este campeonato”, disse por último e de forma perentória antes de abandonar a sala de imprensa.
A análise ao jogo e a falta de critério dos árbitros
“Sobre o jogo, acho que o iniciámos muito bem, estrategicamente tínhamo-lo preparado muito bem e as indicações dos primeiros 20 minutos foram muito boas. O Benfica não conseguiu criar perigo. Ficamos reduzidos a 10 elementos, jogámos a partir daí contra muitos mais, mas mesmo assim chegámos ao intervalo com as situações mais flagrantes para ir em vantagem e era merecido. Na segunda parte, algum desgaste da equipa que e compreensível porque fizeram um trabalho muitíssimo bom no que foi o espírito que tivemos no jogo ao limitar ao máximo alguns dos pontos fortes do campeão nacional, que tem a sua qualidade. Quanto às incidências do jogo, quando o critério é igual e há erros, é normal. Eu e os jogadores também cometemos erros. Estou a lembrar-me do jogo do ano passado, no Dragão, em que o Eustáquio foi expulso por dois pisões. Aos 9 minutos, o Galeno é pisado também e não houve amarelo. Compreendo a expulsão do Fábio Cardoso. Pelas imagens que tive a oportunidade de ver, compreenderia também o penálti sobre o Mehdi porque o Trubin toca na bola e, com a mão alta, toca nele. Com o mesmo critério, aceitaria, mas não foi assim. Estamos preparados para todos os adversários no campeonato, faltam 27 jogos e estamos preparados para estas situações que nos têm sido algumas vezes desfavoráveis. Lamento porque era um jogo entre dois rivais que lutam pelos mesmos objetivos e era importante sairmos com uma vitória porque a merecíamos pela forma como entrámos no jogo e os meus jogadores estavam bem. Os jogadores que se estrearam no clássico deram uma resposta muito positiva. Custa a mim, aos adeptos, sócios e simpatizantes perder contra um rival direto, mas ganhámos muito mais hoje do que o que perdemos.”
A procura incessante pela baliza adversária
“Nós queríamos aproveitar esse espaço. As substituições que fui fazendo foram de acordo com o que eu pensei que fosse o caminho para a baliza do adversário. Jogámos contra uma equipa que tem a sua qualidade e é um esforço enorme dos meus jogadores jogarem desde os 20 minutos com menos um. Estávamos muito seguros no jogo. Os golos acontecem com erros, não fomos tão eficazes a defender a nossa baliza. Houve um crescimento normal do Benfica sem ser algo extraordinário. Houve uma outra situação no último terço, tentámos com as substituições dar alguma velocidade nas alas. Acabámos com o Galeno a lateral, o João Mário a lateral para chegar à baliza do adversário. Sentíamos que podíamos sair daqui com pontos.”
As mudanças no banco
“A primeira alteração estava para entrar o André para o lugar do Pepê porque ele estava a dar sinais de queixas físicas. Isto foi antes do golo, achei que fazia sentido para segurar a bola, está rotinado na posição e na ocupação espaços no meio. Entretanto sofremos golos e o jogo pede jogadores com outras caraterísticas. Havia jogadores com desgaste normal e fui vendo o que era melhor para a equipa.”
A impunidade dos adeptos adversários e a garantia de luta até final
“Quisemos estar perto dos nossos adeptos, que fizeram tantos quilómetros e sacrifícios para nos apoiar com a paixão e grande espírito e ligação que têm com a equipa. Fomos fazer a roda apesar de choverem alguns objetos perto. Na semana passada, na Reboleira, passou-me um isqueiro próximo. Hoje, houve um que acertou nos nossos colaboradores do departamento de análise e observação. Mas voltando à Amadora, o isqueiro passou-me muito perto, olhei para trás e quem estava atrás era um polícia, não era um steward, e estava a rir-se para o adepto que atirou. Se eu pego no isqueiro e retribuo, sou capaz de apanhar seis meses. Não entendo, hoje magoou-se um dos nossos colaboradores, mas podem atirar-nos com tudo porque somos fortes e temos um escudo que é a ligação dessa grande ligação aos adeptos, do trabalho, do compromisso, da grande vontade de ganhar este campeonato.”

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