Porque Pinto da Costa não deixa o barco (a galinha dos ovos d’oiro)
Extracto do artigo de Miguel Sousa Tavares n'A Bola sobre o desempenho financeiro do administrador da FC Porto-Futebol,SAD Fernando Gomes
...tudo está do lado da receita, nada do lado da contenção de despesas – que aumentam sempre, haja crise ou falência técnica ou não haja. É o caso dos próprios vencimentos dos administradores da SAD, aumentados mesmo quando o clube está sob as restrições financeiras impostas pela UEFA: Pinto da Costa, por exemplo (e suponho que também os restantes) viu o seu vencimento anual aumentado em 5%, de 609 mil para 641 mil euros. Pior ainda é a questão dos prémios, de que já aqui falei em outras ocasiões. Custa-me a entender a justificação para que os administradores da SAD recebam prémios de desempenho quando o clube de futebol conquista alguma coisa. E dantes, (suponho que agora já não), até recebiam prémios por um terceiro lugar no campeonato! E custa-me a entender por quarto razões fundamentais: porque não foram eles que estiveram em campo ou no banco a conquistar títulos; porque não é legítimo que uma Sociedade Anónima ande a pagar prémios aos administradores sem jamais ter pago um euro de dividendos aos accionistas; porque, se ganham prémios quando são campeões, então deviam igualmente ser penalizados quando o não são; e, finalmente, porque me parece insustentável que recebam prémios numa empresa que vive cronicamente endividada e que, ano sim, ano não, está sob iminência de falência técnica. A isto acresce que, se eu acho que os administradores devem ser remunerados num montante que pague a sua dedicação exclusiva à SAD, acontece que as remunerações da SAD do FC Porto já são mais do que suficientes para garantir isso. Segundo escreveu A Bola (e, até agora não vi que fosse desmentido), entre vencimento e prémios, Pinto da Costa recebeu, no último exercício, um total de €1, 141 M – ou quase 100.000 euros por mês. E cada um dos outros administradores, para além do seu generosíssimo vencimento anual, ainda recebeu 280.000 euros em “prémios de desempenho”. Incluindo (petulante e vaidoso economista) Fernando Gomes, o responsável directo por este lindo desempenho financeiro. Será possível?!
* As palavras em itálico são da minha autoria
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