Procedimentos eticamente reprováveis dos actuais dirigentes benfiquistas na imprensa estrangeira
Depois da reportagem do New York Times (NYT), é a vez do Calciomercato dedicar um artigo ao Benfica, defendendo que o clube da Luz, "em Portugal, é uma instituição mais poderosa do que qualquer governo".
O jornal italiano Calciomercato publica nesta quarta-feira um artigo sobre a reportagem de que o Benfica foi alvo, na semana passada, assinada pelo New York Times. Aquele periódico segue a mesma linha de raciocínio do jornal norte-americano, partindo do caso que envolveu o juiz Paulo Registo. Aliás, é esse tema que dá título à peça. "O juiz ultra sorteado duas vezes", pode ler-se, numa alusão ao facto de o magistrado (adepto ferrenho do Benfica) ter sido sorteado para os processos de Rui Pinto e do e-toupeira. O episódio que envolveu Paulo Registo é classificado como “anedota”. O magistrado, recorde-se, iria julgar Rui Pinto, mas depois de ver visto posta em causa a sua imparcialidade decidiu pedir escusa. O autor destaca a reportagem do New York Times e sustenta que "para que um problema se torne evidente, é necessário denunciá-lo num órgão de comunicação internacional reputado".
"Foi o que o New York Times fez, com uma reportagem assinada pelo seu principal jornalista desportivo, Tariq Panja. O texto é acompanhado por um título eloquente: “’O clube de futebol como estado soberano’”, sublinha o autor do artigo, publicado hoje e citado pelo jornal Bancada.
Segundo o Calciomercato “o Benfica, em Portugal, é uma instituição mais poderosa do que qualquer governo”. Ainda sobre o comportamento de Paulo Registo, “o que desperta perplexidade” é o facto de o juiz ser “associado a um post em que se fala sobre Rui Pinto”, denunciante apelidado de “pirata”, nessa publicação. “O facto de Paulo Registo gostar desse comentário é inapropriado não apenas por ser juiz, mas também, e principalmente, por ser o juiz chamado a julgar Rui Pinto”, acrescenta o Calciomercato, que explica o processo do Football Leaks e as suspeitas que recaem sobre o Benfica. O jornal italiano viaja pelas controvérsias do futebol português, até ao processo Apito Dourado, “um dos mais graves casos de alegada corrupção na história do futebol português, pelo qual o FC Porto foi condenado (por Ricardo Costa conhecido como o “Pavão vermelho”)pela justiça desportiva, assim como o Boavista, sentenças posteriormente anuladas”.
Abordando os alegados poderes do Benfica em Portugal, o autor lembra que "basta ver que autoridades se encontram nas partidas disputadas no Estádio da Luz: magistrados, banqueiros, deputados, advogados e até polícias”.
“O Benfica está a recolher benefícios de ter a elite portuguesa no seu exército de adeptos, ou são as próprias elites portuguesas que fazem do Benfica o clube perfeito para criar ligações? A verdade, provavelmente, está no meio. Mas, além do que possa ser a resposta para este dilema, permanece o facto de que o clube encarnado é, realmente, algo muito semelhante a um Estado-nação”, conclui o autor.
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