quarta-feira, 29 de abril de 2020

Imprensa estrangeira faz "eco" dos procedimentos eticamente reprováveis dos actuais dirigentes benfiquistas

Procedimentos eticamente reprováveis dos actuais dirigentes benfiquistas na imprensa estrangeira
Depois da reportagem do New York Times (NYT), é a vez do Calciomercato dedicar um artigo ao Benfica, defendendo que o clube da Luz, "em Portugal, é uma instituição mais poderosa do que qualquer governo".
O jornal italiano Calciomercato publica nesta quarta-feira um artigo sobre a reportagem de que o Benfica foi alvo, na semana passada, assinada pelo New York Times. Aquele periódico segue a mesma linha de raciocínio do jornal norte-americano, partindo do caso que envolveu o juiz Paulo Registo. Aliás, é esse tema que dá título à peça. "O juiz ultra sorteado duas vezes", pode ler-se, numa alusão ao facto de o magistrado (adepto ferrenho do Benfica) ter sido sorteado para os processos de Rui Pinto e do e-toupeira. O episódio que envolveu Paulo Registo é classificado como “anedota”. O magistrado, recorde-se, iria julgar Rui Pinto, mas depois de ver visto posta em causa a sua imparcialidade decidiu pedir escusa. O autor destaca a reportagem do New York Times e sustenta que "para que um problema se torne evidente, é necessário denunciá-lo num órgão de comunicação internacional reputado".
"Foi o que o New York Times fez, com uma reportagem assinada pelo seu principal jornalista desportivo, Tariq Panja. O texto é acompanhado por um título eloquente: “’O clube de futebol como estado soberano’”, sublinha o autor do artigo, publicado hoje e citado pelo jornal Bancada.
Segundo o Calciomercato “o Benfica, em Portugal, é uma instituição mais poderosa do que qualquer governo”. Ainda sobre o comportamento de Paulo Registo, “o que desperta perplexidade” é o facto de o juiz ser “associado a um post em que se fala sobre Rui Pinto”, denunciante apelidado de “pirata”, nessa publicação. “O facto de Paulo Registo gostar desse comentário é inapropriado não apenas por ser juiz, mas também, e principalmente, por ser o juiz chamado a julgar Rui Pinto”, acrescenta o Calciomercato, que explica o processo do Football Leaks e as suspeitas que recaem sobre o Benfica. O jornal italiano viaja pelas controvérsias do futebol português, até ao processo Apito Dourado, “um dos mais graves casos de alegada corrupção na história do futebol português, pelo qual o FC Porto foi condenado (por Ricardo Costa conhecido como o “Pavão vermelho”)pela justiça desportiva, assim como o Boavista, sentenças posteriormente anuladas”.
Abordando os alegados poderes do Benfica em Portugal, o autor lembra que "basta ver que autoridades se encontram nas partidas disputadas no Estádio da Luz: magistrados, banqueiros, deputados, advogados e até polícias”.
“O Benfica está a recolher benefícios de ter a elite portuguesa no seu exército de adeptos, ou são as próprias elites portuguesas que fazem do Benfica o clube perfeito para criar ligações? A verdade, provavelmente, está no meio. Mas, além do que possa ser a resposta para este dilema, permanece o facto de que o clube encarnado é, realmente, algo muito semelhante a um Estado-nação”, conclui o autor.

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