terça-feira, 24 de julho de 2018

FC Porto 2018-19 - Balanço Tribuna Expresso


O que a pré-época nos diz: o novo FC Porto está parecido ao velho FC Porto... mas mais fraco
By Tiago Teixeira (analista de futebol) Tribuna Expresso
Baliza: o melhor é o mesmo
Com Iker Casillas, José Sá, Fabiano e Vaná, o Porto tem a baliza fechada, ficando a faltar apenas saber qual dos últimos dois não irá fazer parte do plantel de Sérgio Conceição. Casillas, que é de longe o melhor guarda-redes entre os quatro referidos, será o titular da baliza portista, sendo que José Sá deve permanecer como segunda opção - a não ser que haja alguma proposta aliciante que mude o cenário.
Defesa: problemas, problemas, problemas
Com as saídas dos dos laterais Ricardo e Dalot e dos centrais Marcano e Reyes, o sector defensivo é neste momento o mais fraco do FC Porto em relação à época passada. Para a posição de lateral direito foram contratados Saidy Janko (22 anos) aos franceses do Saint-Étienne e João Pedro (21 anos) aos brasileiros do Palmeiras. Contudo, o primeiro já foi dispensado por Sérgio Conceição, ficando no plantel apenas o segundo.
Com a renovação de Maxi Pereira, João Pedro deve ser a segunda opção para a posição de lateral direito. O brasileiro tem dado nas vistas no momento ofensivo pela sua velocidade e pela sua qualidade técnica, embora ainda tenha muito para aprender no momento defensivo, onde é pouco agressivo na recuperação e tem dificuldades no posicionamento.
O brasileiro João Pedro tem 21 anos e foi comprado pelo FC Porto ao Palmeiras 1
Ainda no que diz respeito ao sector defensivo, é demasiado evidente que o eixo central está longe de apresentar a qualidade necessária para uma equipa que, além de querer revalidar o título de campeão nacional, também vai querer voltar a chegar pelo menos aos oitavos de final da Liga dos Campeões.
Além do titular Felipe, Sérgio Conceição tem no plantel três jovens, e apesar de Diogo Leite e Diogo Queiroz (está atualmente no Europeu sub-19) revelarem bastante potencial (ao contrário de Chidozie, que pouco mostrou na pré-época), faltam urgentemente dois centrais ao FC Porto: um que entre diretamente no onze inicial para a vaga deixada por Marcano e outro para se juntar a Diogo Leite ou Diogo Queiroz como segundas opções .
Na posição de lateral esquerdo, Alex Telles vai continuar a ser o titular indiscutível mas falta uma alternativa. No ano passado foi Dalot a jogar a lateral esquerdo quando Alex Telles não estava disponível, mas este ano o FC Porto terá mesmo de ir ao mercado.
Meio-campo: mais problemas
Com apenas Danilo Pereira, que ainda recupera de lesão, Sérgio Oliveira, Óliver e Herrera para as duas posições de meio campo no 4-4-2, o FC Porto necessita de mais uma opção para acrescentar qualidade, sendo que o ideal é alguém capaz de jogar tanto a médio defensivo como a médio centro, como por exemplo faz Herrera, que na ausência de Danilo recua no terreno e assume a posição de médio defensivo. Relativamente às características de um possível reforço, e tendo em conta o modelo de Sérgio Conceição, tem de ser um médio que consiga juntar a qualidade técnica, principalmente no passe e na condução de bola, à capacidade física (forte na recuperação de bola e com capacidade de aparecer na área adversária).
Sérgio Conceição não brinca. “Precisamos de soluções”, disse nesta pré-época, depois de ter dispensado supostos “reforços” 1
Nos corredores laterais, Brahimi, Corona, Otávio e Hernâni são as principais opções, sendo que Marega também pode jogar no corredor lateral direito, principalmente quando Sérgio Conceição optar por jogar em 4-3-3.
O facto de Hernâni não apresentar a qualidade necessária para ser uma opção válida no ataque portista deve levar o Porto a reforçar-se na posição de extremo, uma vez que ter apenas um suplente com qualidade q. b. para entrar no onze é bastante curto para uma equipa que estará presente em tantas competições.
Uma análise direta ao assunto: o novo FC Porto está mais fraco
Note-se também que, durante a pré-época, Sérgio Conceição optou por dispensar outras soluções: Ewerton, contratado há poucas semanas, e Waris e Paulinho, adquiridos no mercado de Janeiro.
Ataque: atenção a André Pereira
Saiu Gonçalo Paciência e regressaram André Pereira e Adrián López, que se juntaram assim a Marega, Soares e Aboubakar no lote de avançados.
O facto de serem cinco jogadores (devem passar a quatro com a provável saída de Adrián, já que André Pereira tem sido um dos destaques da pré-época) para apenas duas posições e de serem quase todos avançados muito fortes fisicamente e, por isso, capazes de explorar as costas da linha defensiva adversária (aspeto fundamental na ideia de jogo de Sérgio Conceição), faz com que este seja o único setor que não precisa, à partida, de nenhum acréscimo de qualidade. Mas os outros...

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