O meu comentário
Derrotados pela margem mínima a equipa do FC Porto deixa no fundo a sensação que poderia e deveria ter feito mais para pelo menos ter trazido um ponto de Londres.Quando de posse da bola a equipa do Chelsea provou que a sabe fazer circular na sua defesa (sabe e fê-lo) para depois em lançamentos longos e oportunos tentar abrir a muralha defensiva do FC Porto. E água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Depois do lado dos londrinos houve um jogador com capacidade, serenidade, e, engenho para desequilibrar: Anelka. O francês conseguiu marcar praticamente na única oportunidade que teve. Por outro lado a defesa do Chelsea tentou e conseguiu quase sempre anular os avançados mais perigosos do FC Porto ao marcar em cima e jogar em antecipação, pelo que deste modo secou-os completamente.
Pelo que acima está escrito depreende-se, conclui-se, que a equipa do FC Porto jogou encolhida procurando acima de tudo defender. Dadas as circunstâncias, pode dizer-se que a defesa e o meio campo se exibiram a um nível aceitável, com o senão de não conseguirem jogar em antecipação e marcar em cima os avançados do Chelsea, pelo que o Helton desta vez foi um heroi ao evitar que os Dragões fossem goleados. O único defesa do FC Porto com estofo e capacidade física para consegui-lo foi o Bruno Alves vindo muitas vezes ao meio campo cabecear bolas bombeadas pelos defesas do adversários. Quanto ao ataque, pouco ou nada fez para inverter o rumo dos acontecimentos, para se libertar das amarras colocadas pelos defesas contrários, desmarcando-se, vindo atrás buscar jogo, ou até pressionando os defesas do Chelsea.
Então o Hulk bem vigiado pelos defesas adversários, foi pouco mais que um zero à esquerda. Foi por demais evidente que quando é marcado em cima não sabe desenvencilhar-se dos problemas colocados pelos defesas contrários. Na minha opinião vai ter de progredir muito se quiser um dia chegar à selecção do Brasil.
Mariano Gonzalez tentou ajudar a fechar pelo seu lado e pouco mais fez.
Rodriguez começou bem, a dar a sensação de que iria fazer qualquer coisa, porém cedo se apagou.
Falcão por sua vez emparedado pelos possantes defesas do Chelsea, pareceu-me cansado e sem força física e anímica para fazer mais.
Guarin foi a surpresa! É um jogador possante e com técnica. Pena foi notar-se que não está bem entrosado com a equipa (faltam-lhe rotinas de jogo) e denunciar alguma falta de ritmo.
Varela, pelo pouco que o vi fazer, neste momento, parece-me em melhor forma(mais eficaz) que o Rodriguez.
Filme do jogo
O jogo terminou, a chuva continua e é provável que o quadro se mantenha. É assim em Londres, especialmente para os lados de Stamford Bridge, onde o sol raramente se impõe e o cinzento prevalece sem que se perceba bem porquê. O FC Porto perdeu com o Chelsea, mas não merecia. E as linhas que se seguem não são a crónica de uma vitória moral. São constatação de factos. O Dragão jogou mais que suficiente para desanuviar o clima do costume.
Minuto 2. O ponteiro dos segundos deu mais de uma volta completa e o FC Porto prossegue no meio-campo do adversário, a trocar a bola, à procura de espaços numa exiguidade, ciente de que os nomes e as tradições não acertam dois passes. Muito menos ganham um jogo…
O FC Porto não foi feliz e Cech foi o mais decisivo dos ingleses. Ficamos por aqui? Não seria justo. A produção do Dragão merece ficar registada. Minuto 5. Hulk arranca da linha para o miolo e dispara de pé esquerdo… O gigante checo defende como pode, com os joelhos, num pânico precoce. Chove mais intensamente…
O Chelsea joga firme. Aposta nos tackles, troca a bola sem grandes habilidades, abrevia processos. Mas a defesa do FC Porto está impecável. No ar, pelo chão, na asfixia colectiva. Helton transmite segurança. E solta a máquina. Em meia hora Rodríguez cabeceia por cima e remata cruzado, com veneno, Guarín aparece a cabecear rente à trave e Raul Meireles ameaça.
Aceita-se o empate ao intervalo. O Chelsea podia ter marcado, o FC Porto podia ter marcado. E talvez merecesse mais, uma vez que jogou melhor. Se o jogo tivesse um filtro para a qualidade, o laranja do fogo do Dragão seria o tom preponderante. Está 0-0. E chove.
Minuto 47. Pelo ar, aos repelões, Anelka ganha um ressalto e dispara. Helton faz mais uma grande defesa, mas a bola volta ao pé direito do francês. Alvaro Pereira tenta barrar o remate, mas nada há a fazer. A combinação assemelha-se a acertar no Euromilhões. Sequência de repelões, bola a sobrar para Anelka, Helton a voar, a bola novamente a chegar ao francês, Alvaro Pereira a colocar as pernas entre o remate e a baliza, o tiro a passar pelo «buraco da agulha»… Por momentos, a chuva sente-se como um balde de água fria.
Depois de uma primeira parte equilibrada, o Chelsea marca sem conceber perigo. E recua, abdica da iniciativa, criando uma espécie de bailado defensivo que pode ser interpretado como a dança da chuva. Os ingleses queriam bátegas, o FC Porto queria sol. Mesmo em horas tardias. Falcao, Guarín, em duas ocasiões, e Varela exigiram o melhor de Cech, Hulk acertou na rede lateral. Tudo isto depois de Ancelotti ter trocado Kalou por Belletti.
O Dragão acabou a encostar o adversário às cordas, numa demonstração de personalidade e futebol que os portistas não esquecerão. Esta, repete-se, não é a crónica de uma vitória moral. É a certeza de que este FC Porto tem tudo para ser grande. À chuva, na neve, ao sol. Contra quem defende, diante de quem tem sorte, cara a cara com tradições enfadonhas.
FICHA DO JOGO
UEFA Champions League (Grupo D – 1ª jornada)
Estádio Stamford Bridge, em Londres
Árbitro: Konrad Plautz (Áustria)
Assistentes: Bernhard Zauner e Andreas Fellinger
4º árbitro: Stefan Messner
CHELSEA: Cech; Ivanovic, Ricardo Carvalho, Terry «cap.» e A. Cole; Essien, Ballack, Malouda e Lampard; Kalou e Anelka
Substituições: Kalou por Belletti (76m)
Não utilizados: Turnbull, J. Cole, Sturridge, Hutchinson, Bruma e Borini
Treinador: Carlo Ancelotti
FC PORTO: Helton; Fucile, Rolando, Bruno Alves «cap.» e Alvaro Pereira; Fernando, Guarín e Raul Meireles; Mariano Gonzalez, Hulk e Rodríguez
Substituições: Mariano González por Falcao (54m) e Rodríguez por Varela (64m)
Não utilizados: Nuno, Belluschi, Maicon, Tomás Costa e Sapunaru
Treinador: Jesualdo Ferreira
Ao intervalo: 1-0
Marcador: Anelka (47m)
Disciplina: Cartão amarelo a Essien (15m), Malouda (18m) e Fernando (77 e 90m). Cartão vermelho, por acumulação, a Fernando (90m)
Minuto 2. O ponteiro dos segundos deu mais de uma volta completa e o FC Porto prossegue no meio-campo do adversário, a trocar a bola, à procura de espaços numa exiguidade, ciente de que os nomes e as tradições não acertam dois passes. Muito menos ganham um jogo…
O FC Porto não foi feliz e Cech foi o mais decisivo dos ingleses. Ficamos por aqui? Não seria justo. A produção do Dragão merece ficar registada. Minuto 5. Hulk arranca da linha para o miolo e dispara de pé esquerdo… O gigante checo defende como pode, com os joelhos, num pânico precoce. Chove mais intensamente…
O Chelsea joga firme. Aposta nos tackles, troca a bola sem grandes habilidades, abrevia processos. Mas a defesa do FC Porto está impecável. No ar, pelo chão, na asfixia colectiva. Helton transmite segurança. E solta a máquina. Em meia hora Rodríguez cabeceia por cima e remata cruzado, com veneno, Guarín aparece a cabecear rente à trave e Raul Meireles ameaça.
Aceita-se o empate ao intervalo. O Chelsea podia ter marcado, o FC Porto podia ter marcado. E talvez merecesse mais, uma vez que jogou melhor. Se o jogo tivesse um filtro para a qualidade, o laranja do fogo do Dragão seria o tom preponderante. Está 0-0. E chove.
Minuto 47. Pelo ar, aos repelões, Anelka ganha um ressalto e dispara. Helton faz mais uma grande defesa, mas a bola volta ao pé direito do francês. Alvaro Pereira tenta barrar o remate, mas nada há a fazer. A combinação assemelha-se a acertar no Euromilhões. Sequência de repelões, bola a sobrar para Anelka, Helton a voar, a bola novamente a chegar ao francês, Alvaro Pereira a colocar as pernas entre o remate e a baliza, o tiro a passar pelo «buraco da agulha»… Por momentos, a chuva sente-se como um balde de água fria.
Depois de uma primeira parte equilibrada, o Chelsea marca sem conceber perigo. E recua, abdica da iniciativa, criando uma espécie de bailado defensivo que pode ser interpretado como a dança da chuva. Os ingleses queriam bátegas, o FC Porto queria sol. Mesmo em horas tardias. Falcao, Guarín, em duas ocasiões, e Varela exigiram o melhor de Cech, Hulk acertou na rede lateral. Tudo isto depois de Ancelotti ter trocado Kalou por Belletti.
O Dragão acabou a encostar o adversário às cordas, numa demonstração de personalidade e futebol que os portistas não esquecerão. Esta, repete-se, não é a crónica de uma vitória moral. É a certeza de que este FC Porto tem tudo para ser grande. À chuva, na neve, ao sol. Contra quem defende, diante de quem tem sorte, cara a cara com tradições enfadonhas.
FICHA DO JOGO
UEFA Champions League (Grupo D – 1ª jornada)
Estádio Stamford Bridge, em Londres
Árbitro: Konrad Plautz (Áustria)
Assistentes: Bernhard Zauner e Andreas Fellinger
4º árbitro: Stefan Messner
CHELSEA: Cech; Ivanovic, Ricardo Carvalho, Terry «cap.» e A. Cole; Essien, Ballack, Malouda e Lampard; Kalou e Anelka
Substituições: Kalou por Belletti (76m)
Não utilizados: Turnbull, J. Cole, Sturridge, Hutchinson, Bruma e Borini
Treinador: Carlo Ancelotti
FC PORTO: Helton; Fucile, Rolando, Bruno Alves «cap.» e Alvaro Pereira; Fernando, Guarín e Raul Meireles; Mariano Gonzalez, Hulk e Rodríguez
Substituições: Mariano González por Falcao (54m) e Rodríguez por Varela (64m)
Não utilizados: Nuno, Belluschi, Maicon, Tomás Costa e Sapunaru
Treinador: Jesualdo Ferreira
Ao intervalo: 1-0
Marcador: Anelka (47m)
Disciplina: Cartão amarelo a Essien (15m), Malouda (18m) e Fernando (77 e 90m). Cartão vermelho, por acumulação, a Fernando (90m)
O que eles disseram
15/09/2009
JESUALDO FERREIRA: «REVELÁMOS GRANDE PERSONALIDADE»
Apesar de não ter ficado satisfeito com o resultado do jogo frente ao Chelsea (vitória por 1-0 dos londrinos), Jesualdo Ferreira não quis deixar de elogiar a atitude dos seus jogadores, sublinhando que o FC Porto revelou grande personalidade em Stamford Bridge, tendo chegado mesmo, em alguns momentos, a dominar a equipa da casa.
«No momento da época em que estamos e atendendo aos jogos que cumprimos até agora, penso que fizemos uma boa partida. Não fomos tão felizes nem competentes na primeira parte, mas dominámos o segundo tempo. Podíamos ter saído de Stamford Bridge com um ponto, mas não fomos felizes em alguns lances.»
«A derrota nunca nos deixa satisfeitos, mas temos de nos concentrar no que fizemos de positivo. O FC Porto revelou grande personalidade e chegou mesmo a dominar o Chelsea em alguns momentos do encontro. Há que pensar no que conseguimos de bom e procurar melhorar ainda mais para os próximos jogos.»
«Em termos de classificação, o resultado não foi tão mau quanto isso, uma vez que o Atlético de Madrid e o APOEL empataram.»
JESUALDO FERREIRA: «REVELÁMOS GRANDE PERSONALIDADE»
Apesar de não ter ficado satisfeito com o resultado do jogo frente ao Chelsea (vitória por 1-0 dos londrinos), Jesualdo Ferreira não quis deixar de elogiar a atitude dos seus jogadores, sublinhando que o FC Porto revelou grande personalidade em Stamford Bridge, tendo chegado mesmo, em alguns momentos, a dominar a equipa da casa.
«No momento da época em que estamos e atendendo aos jogos que cumprimos até agora, penso que fizemos uma boa partida. Não fomos tão felizes nem competentes na primeira parte, mas dominámos o segundo tempo. Podíamos ter saído de Stamford Bridge com um ponto, mas não fomos felizes em alguns lances.»
«A derrota nunca nos deixa satisfeitos, mas temos de nos concentrar no que fizemos de positivo. O FC Porto revelou grande personalidade e chegou mesmo a dominar o Chelsea em alguns momentos do encontro. Há que pensar no que conseguimos de bom e procurar melhorar ainda mais para os próximos jogos.»
«Em termos de classificação, o resultado não foi tão mau quanto isso, uma vez que o Atlético de Madrid e o APOEL empataram.»
JOGADORES SAEM DE STAMFORD BRIDGE DE CABEÇA ERGUIDA
A derrota não era o resultado esperado; ainda assim, os jogadores do FC Porto deixam o Estádio Stamford Bridge de cabeça erguida, com a certeza de que fizeram um bom jogo e demonstraram grande personalidade. Resta à equipa continuar a trabalhar e procurar ser mais feliz nos próximos desafios.
Bruno Alves
«Temos de dar mérito ao FC Porto. Jogou com grande personalidade num campo que não é fácil. O colectivo esteve forte e fez o que o treinador pediu. Fomos infelizes em algumas situações, mas vamos continuar a trabalhar e procurar ganhar já o próximo jogo. Queremos pensar em fazer uma boa caminhada na UEFA Champions League.»
Helton
«O que nos faltou foi o golo. Sabíamos que não era fácil (o Chelsea é uma grande equipa), mas estamos de parabéns. Conseguimos respeitar as indicações do mister, demonstrámos forte atitude, determinação e personalidade, mas acabou por valer o golo do Anelka. Há que continuar de cabeça erguida. Sinto que temos condições para conseguir o apuramento.»
PS - O manhoso do Ricardo de Carvalho agarrou-o disfarçadamente pela camisola, mas o Falcão se tivesse força para tornar o agarrão mais evidente,convincente, o árbitro do jogo teria assinalado falta...
PS 1 - GAZZETTA.IT
Caiu um bom FC Porto em Stamford Bridge
Como no campeonato, o Chelsea mantém o vício: sétimo jogo da época, sétima vitória. Caiu um bom FC Porto em Stamford Bridge, punido pelo remate de Anelka no início do reatamento. O francês, chamado a fazer o papel do castigado Drogba, aproveitou bem a assistência de Kalou, por sua vez hábil a antecipar-se à algo lenta dupla de centrais portugueses, Rolando/Bruno Alves. Só à segunda bateu Helton, que no primeiro remate se opôs bem. O empate seria aceitável, tal a quantidade de defesas de Cech, mas os avançados do FC Porto não tiveram a mesma frieza dos adversários.
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