Pinto da Costa foi o último dos três candidatos às eleições no FC Porto a ser entrevistado no Porto Canal
Cidade do futebol: "Quando dizemos o que queremos e estamos a fazer aparecem logo a boicotar. Temos um projeto que será aprovado, mas há problemas de licenças. Há espaço e temos de pesar em grande, daí passar da academia à cidade do futebol"
A formação: "É importante. FC Porto não tem academia, mas tem lançado talentos, tido resultados. É o único clube que conquistou um título europeu nas camadas jovens. Mas queremos melhor e, por isso, o Fernando Gomes será o responsável nesse setor, aproveitando tudo o que está lá de bem feito e mudar o que tiver de ser. Em 1987 quando vencemos o título europeu tínhamos muitos portugueses, mas os jogadores mais decisivos foram o Mlynarckk, o Celso, o Juary, o Madjer, o Futre que era da escola do Sporting. Pensar que só vou ter jogadores da formação... Nunca mais poderíamos pensar em ir longe nas provas europeias. Pensar que não precisamos de jogadores estrangeiros é uma utopia"
Sem políticos: "Para mim, um presidente de Câmara não é um político. Rui Moreira não é de nenhum partido, é um autarca. Não tenha nada contra os políticos, apenas contra aqueles que nos seus cargos assumem o seu clube. Como o Mário Centeno a pedir para acelerar as coisas na Assembleia da República para ir ver o Benfica, Não estou a ver o doutor Rui Moreira a fazer isso"
Os outros candidatos: ""Ouvi as duas entrevistas e as ideias eram ter muita vontade e competência. Em nenhum deles, salvo os nadadores, têm a mínima experiência de FC Porto. Gostava era de ver candidatos com experiência que acompanham o clube, que vão às Assembleias Gerais. Então um indivíduo de 50 anos tão interessado no clube e não vai às Assembleias?"
A sucessão: "Rui Moreira e Villas-Boas sempre disseram e a mim também que se eu me candidatasse, subscreviam a minha candidatura, como o António Oliveira. Julgo que este será o último mandato. Não garanto, porque nunca sabemos. Mal do FC Porto se nenhum dos candidtos que tem capacidade para o ser não se assumir. Rui Moreira, Villas-Boas, Oliveira, embora tenha dito que nunca será. Ficaria super descansado e feliz porque poderia ver, sem responsabilidade, o FC Porto na senda do triunfo."
Palavra aos adeptos: "Não tenho de convencer os adeptos de nada. Eles conhecem-me, sabem o que era o FC Porto antes de eu assumir, Só lhes peço uma coisa: votem, dando um sinal de vitalidade e da força do FC Porto e que pensem bem o que fazem"
Resposta a Luís Filipe Vieira: "Só me custa dizer o nome do Benfica se ganhar ao FC Porto. As relações com o Benfica estão cortadas há muitos anos. Da minha parte não há hipóteses de reatarem. Digo sempre a mesma coisa e não me esqueço de como estava a Liga quando entrou o doutor Pedro Proença. Não vou em golpes para tentar, a meio, com o pretexto de uma cara ao Presidente.. As toupeiras não são crimes, mas escrever ao Presidente da República é"
Mala Ciao: "Fui saber o que é. Explicaram-me que foi uma denúncia comprovada pelos acusados de que havia jogadores do Rio Ave e de outro clube que testemunharam que tinham sido contactados para perder jogos contra o Benfica. Isso mostra que continua ter toupeiras muito eficientes sobre quem faz as denuncias anónimas."
A resposta: "O Manuel José ao referir-se daquela maneira o Fernando Gomes mostrou uma baixeza e vileza sem par e sem qualificação. Disse o que tinha a dizer, que foi considerado correto, e a prova disso é que a RTP onde ele cometeu essa indignidade, transcreveu a minha resposta. Não foi para me defender, mas porque também se sentiu incomodada. Devia pôr-se de pé para falar do Fernando Gomes."
Pinto da Costa, presidente do FC Porto e candidato à presidência nas eleições de 6 e 7 de junho, abordou o fair-play financeiro de que o clube é alvo, em entrevista ao Porto Canal.
Há 4 anos houve alguma contestação e votos em branco... Duplicou o passivo, a situação desportiva piorou. Foi um falhanço este mandato?
"Não. Uma das mais recentes e piores explicações é o que aconteceu com este vírus maldito. Antes a situação já não era boa. Ainda ontem vi (não vi, mas li extratos) que um presidente de um clube foi impossibilitado de vender dois jogadores por 100 mil cada um. Nós também tínhamos, não era assim, mas estávamos mais perto disso do que longe da metade..."
Mas antes do vírus, já estava mal, tinha fair-play financeiro...
"Já, mas se tivesse faturados 147 milhões de euros que estavam acordados não estávamos a falar de problemas financeiros. Benfica tinha 200 milhões, nós 147. Posso contrair dívidas, porque sei que estou seguro. Se aparece um vírus que nos afeta todos, temos de estar conscientes e encontrar soluções."
Fair-play financeiro:
"O que dói não é se está em fair-play ou deixa de estar. É demagogia. O que os adeptos querem é garantia de que a bola entre, ganhe títulos e mantenha em seu poder os ativos e ações da SAD do FC Porto. Não pode gastar mais do que tem, mas pode sabendo que amanhã vai ter algo que vale tanto. Não pode deixar de fazer um investimento sabendo que vem um vírus. Negócios estavam feitos antes do fim do ano. Só faltava concretizar. Vírus afetou e não só em Portugal. Tudo ficou em suspenso."
É possível não depender disso e entrar na Champions?
"É possível, é não entrar, o clube tem de moldar despesas às receitas. Nós incluíamos, até agora, receitas de venda de jogadores. Mas ninguém pensou que vinha um vírus. O senhor sabia? Era o único que sabia? Não me diga que o senhor é chinês."
Clubes dependem de venda de jogadores?
"Não. Dependem de tudo somado. Mas se vem o vírus e deixa de ter merchandising, receita de museu, bilhética, cativos... se calhar só o senhor é capaz de fazer projeções que se calhar vinha o vírus da China. Vírus foi para todos e os clubes estão todos tão bem que tiveram de cancelar os negócios que tinham connosco. Para já essas vendas estão suspensas, mas por esses valores tenho muitas dúvidas que voltem."
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