quinta-feira, 10 de junho de 2010

A evolução do Villas-Boas como técnico de futebol


"O FC Porto vai ser avassalador" Carlos Gouveia n'OJOGO 
O FC Porto vai ser avassalador e jogar um futebol atractivo. A garantia é de Vítor Frade, antigo adjunto de Bobby Robson que acompanhou de perto a carreira de André Villas-Boas. Conheceu-o quando este tinha apenas 16 anos e não parava de fazer perguntas aos mais velhos. "Tinha sede de conhecimento e raciocinava como os adultos", frisa. A primeira impressão que deixou foi de uma pessoa obcecada por futebol. "Era vizinho de Robson e foi através da sua curiosidade que o conheceu. Interpelava-o com constantes opiniões e conversas que já denotavam uma grande maturidade para quem tinha 16 anos. Era muito curioso e interessado. O Robson passou a levá-lo consigo para as Antas e pediu para ver se lhe arranjavam o que fazer na estrutura. Foi assim que eu, o Mourinho e o Inácio, os adjuntos na altura, o conhecemos", recordou Vítor Frade em conversa com O JOGO. Na altura, não sabia que futuro teria o tal jovem extrovertido, mas Vítor Frade cedo percebeu que poderia tornar-se num caso sério, tamanha era a vontade de aprender. "Já era completamente obcecado pelo futebol, raciocinando ao nível dos adultos. Não era um caso normal. Continuou a evoluir, a estudar e não me admirou que o Mourinho o tenha levado para o Chelsea porque ele só quer os melhores", frisou, recordando que o agora técnico portista conseguiu colocar a Académica a jogar bom futebol. "Estava em último e em muitos jogos fez um futebol vistoso, discutindo partidas com o Benfica e o FC Porto", considerou. Por isso, espera um FC Porto diferente na próxima temporada. "Tenho a certeza de que vou ver o FC Porto praticar um futebol atractivo e eficaz que vai discutir todas as competições. Será um FC Porto avassalador como foi com Robson e Mourinho e como deve ser sempre, independentemente de ganhar ou não os jogos. Fiquei muito satisfeito por vê-lo como treinador do FC Porto", admitiu.
"Pegou na Académica e colocou-a a jogar futebol atraente"
Para reforçar as expectativas que tem em torno do trabalho que Villas-Boas vai fazer no FC Porto, Vítor Frade apoia-se nos meses passados pelo técnico em Coimbra onde não só conseguiu o objectivo principal como, considerou, colocou a equipa a jogar um futebol vistoso. "Costumo dizer que a um talento só falta uma oportunidade e ele é um talento. Conheço-o bem, é um indivíduo com um contacto enorme num contexto onde as coisas se resolvem ao mais alto nível, como acontece no FC Porto. Não é para qualquer um o que ele fez na Académica. Com o devido respeito pelos seus jogadores, mas ele pegou na equipa e colocou-a a jogar um futebol atraente e positivo, alcançando facilmente o objectivo da manutenção."
Além disso, Vítor Frade recorda que Villas-Boas "estava sempre a fazer perguntas a toda a gente porque era muito curioso e interessado". Isto antes de ir "tirar o curso de treinador à Escócia, de ter ido treinar as ilhas Virgens, e de colaborar com José Guilherme no FC Porto. Dos 16 anos até agora tem sido uma constante de curiosidade e competência", destacou o professor da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

"Adjuntos eram excelentes alunos"
Os dois adjuntos que André Villas-Boas fez questão de levar consigo para o FC Porto, Vítor Pereira (que treinou o Santa Clara nas duas últimas temporadas) e José Mário Rocha (que tratou do físico dos jogadores da Académica durante a vigência de Villas-Boas), foram alunos de Vítor Frade na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. "Ambos eram excelentes alunos que se distinguiram muito cedo nas carreiras", recordou. Além disso, acompanhou a evolução dos dois nas camadas jovens dos portistas. Vítor Frade desenvolveu aí "A Periodização Táctica", um método de treino que consiste em distribuir no tempo a aquisição de comportamentos inerentes a uma forma de jogar concreta, com o subjacente arrastamento das dimensões técnica, física e mental, que Vítor Pereira e José Mário Rocha seguiram a determinada altura. Tal como Mourinho, Carlos Carvalhal, Van Gaal ou Cruyff. "O Vítor deu mais nas vistas por ter estado estes anos no Santa Clara enquanto que o Zé Mário tem estado mais recatado, na sombra, embora já tenha sido adjunto do José Couceiro e trabalhado nas camadas jovens do FC Porto. Aliás, não foi por acaso que o André o levou para a Académica", referiu.

1 comentário:

Jovem Treinador disse...

Sim concordo com tudo isso.Mas para tudo isso existem adjuntos, nutricionistas, preparadores fisicos. Na minha optica um treinador so deve receber os relatorios dos seus adjuntos, e com eles escolher os melhores. O treinador principal tem de treinar os jogadores, as taticas e melhor a inteligencia dentro de campo. O resto confia nos adjuntos e ta atento a esses treinos.