quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Falta de prática e "Sole Mio"


Jesus disse que o Benfica está cansado de ganhar. É normal. O facto é que nos últimos anos, os encarnados não têm tido hipótese de treinar muito isso de ganhar e estas coisas também exigem prática. No FC Porto, por exemplo, ninguém está cansado de ganhar. Claro que nos últimos quatro anos, o FC Porto ganhou quatro vezes o campeonato nacional, ganhou uma vez a Taça de Portugal, ganhou duas vezes a Supertaça e ainda ganhou o direito a disputar quatro vezes a Liga dos Campeões, garantindo em duas delas a presença entre as oito melhores equipas europeias. Lá está, o FC Porto treina isso de ganhar regularmente e assim se explica por que nunca se ouviu Jesualdo Ferreira, ele próprio tricampeão nacional, dizer que estava cansado de o fazer. Ora, se calhar, foi por estar cansado de ganhar que Jesus quis ter um fim-de-semana retemperador e torceu pelo Braga no jogo com o FC Porto. Por isso, ou por lhe incomodar mais uma equipa habituada a ganhar a seis pontos, do que com uma sem prática apenas a um.

Jorge Maia n'OJOGO

PS - Um depoimento (artigo) importante
Para todos e em especial para o realizador, o "Sole Mio" desta semana, que tem como título,
" O problema":
«Tanto trovejou que por fim choveu granizo grosso. O cenário estava montado desde há dois meses e as profecias até eram bem mais apocalípticas: meses ou anos de suspensão para Hulk e Sapunaru! Tudo conjurou para que a pulsão justicialista da CD acabasse por ser aquela que foi, o que não dignifica ninguém:nem quem a fomentou nem quem a proferiu nem quem a aplaude. Para se compreender o alcanse desta farisaica sentença é preciso remexer no caldo de cultura do fanatismo clubístico, onde tudo vale: a radicalização do discurso e do confronto verbal; a teorização da legitimidade do ódio; o insulto e a injúria gratuitos sob a capa de humor barato. Em suma, a justiça desportiva está de rastos. Para fugir à controversa classificação dos stewards como agentes desportivos, o sr. comissário recorreu a um sofisma lexical, chamou-lhes intervenientes, como se agir e intervir não fossem sinónimos. É só consultar os dicionários. De bolso. Razão tem o magistrado da Procuradoria de Turim, Raffaele Guariniello: " O futebol? É mais omertoso ( cúmplice, conivente)do que a máfia."
Bem vistas as coisas, porém, o maior responsável por todos estes desconchavos é Hermínio Loureiro. Com efeito, não é ele o presidente e o principal responsável pelas decisões oriundas do seio da Liga? Então porque não as assume? Porque se refugia sempre na atitude pilatesca e camaleónica ( que ,de resto, lhe é proverbial) de fazer de conta que não é nada com ele? É claro que os regulamentos são maus e é inconcebível que sejam os clubes a elaborá-los. Mas - mesmo com maus regulamentos - é possível ditar veredictos justos se os juízes forem honestos e imparciais. Sensatos. Este é o problema. Em Itália, cuja justiça desportiva é convenientemente invocada a toda a hora, tanto os regulamentos das competições como os da disciplina, justiça e arbitragem são aprovados pela Federação que, além disso, controla a sua correcta aplicação e tem instâncias de recursos céleres.»
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Para além de mais uma vez realçar a excelência do artigo, de alguém acima de qualquer fervor clubístico, ao contrário dos Guerras, Freteiros, Bonzinhos e afins, e de destacar o facto do autor tocar em vários pontos importantes... deixo de lado o Pavão e o Poncio Pilatos, Hermínio Loureiro e concentro-me no último paragráfo, sobre a Federação, para dizer que, Madaíl é um presidente omisso, que não é da Federação, mas da Selecção e não diz nada sobre esta matéria, quando a última decisão é do Conselho de Justiça, que, li algures, só reune no final de Março. Uma vergonha!

Surripiado do blog dragaodoente

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