quinta-feira, 15 de julho de 2010

A CHAMA ESTÁ A CRESCER: TRABZONSPOR - FC PORTO, 0-1

15/07/2010 - Ao segundo ensaio alemão, o FC Porto exibiu um novo andamento no crescimento que visa dotar a equipa de processos colectivos consistentes. Frente a um adversário muito exigente e competitivo, a equipa de André Villas-Boas pressionou com qualidade, trocou a bola de pé para pé e descobriu espaços em zonas ofensivas. As oportunidades, por isso, sucederam-se e validaram a justeza do rumo que está a ser traçado.
 Belluschi e Hulk ficaram muito perto de concretizar ainda no primeiro quarto de hora, já depois de o FC Porto se ter instalado por completo no meio-campo do Trabzonspor, procurando romper, pressionar e reconquistar rapidamente a bola.
 Foi, portanto, com naturalidade que o golo surgiu, num movimento mágico de Hulk. Já depois de ter permitido uma defesa no limite ao guarda-redes turco, o «Incrível» voltou à carga no minuto 32 e, a culminar uma excelente transição ofensiva conduzida por Ruben Micael, flectiu da direita para o centro e disparou um tiro fulminante. Mais um grande golo. Até ao descanso, Falcao ficaria também muito perto de festejar, num movimento agressivo dentro da grande área.
 Na segunda parte, o treinador azul e branco voltou a cumprir o plano de rotatividade que tem marcado esta preparação, mas o FC Porto conseguiu manter níveis colectivos interessantes e que atestam a qualidade do trabalho que foi produzido no Olival e agora em Marienfeld.
 Com James, Farías e Rodríguez na frente de ataque, o Dragão tentou sempre ser dinâmico e colectivamente capaz. E de cada vez que o oponente ousava esticar o jogo, o FC Porto lembrava que era o mais forte de um amigável rodeado de excelente ambiente, com milhares a assistir e muitos emigrantes a tributarem simpatia ao azul e branco.
FICHA DE JOGO
Wullen Stadium, em Witten
Árbitro: Guido Winkmann (Alemanha)
TRABZONSPOR: Kivrak; Balci, Kacar, Korkmaz e Cale; Baris Atas, Selçuk e Alanzinho; Yattara «cap.», Bulut e Baris Memis
Jogaram ainda: Guselam, Gabric, Badur, Oztorum, Glowacki, Tosum e Yumul
Treinador: Senol Gunes
FC PORTO: Kieszek; Sapunaru, Sereno, Maicon e Emídio Rafael; Fernando «cap.», Belluschi e João Moutinho; Hulk, Falcao e Ukra
Jogaram ainda: Ruben Micael, Helton, Stepanov, André Pinto, Tomás Costa, Souza, Rodríguez, Farías, James, Addy e Castro
Treinador: André Villas-Boas
Ao intervalo: 0-1
Marcadores: Hulk (32m)
Disciplina: Cartão amarelo a Fernando (36m), Korkmaz (36m) e Balci (58m)
O meu comentário: Por aquilo que pude apreciar, a mim pareceu-me mais um jogo para fazer experiências. Achei a máquina ainda muito perra, com pouco entrosamento, sem um sector defensivo que dê garantias e sem um meio-campo capaz de praticar um futebol ofensivo fluido e eficaz a municiar o ataque .
Saliento no entanto o Fernando, o Ruben  e o Hulk, estes já num momento de forma apreciável.
Extracto da crítica n'OJogo - O FC Porto voltou a utilizar o 4x3x3 ao longo de todo o jogo, embora com protagonistas diferentes consoante o desenrolar da partida e, também, com níveis de futebol desiguais. Melhor na primeira parte, pior na segunda, mas sempre com o controlo do jogo. Na primeira parte, a pressão sobre os turcos foi mesmo asfixiante e durante esse período assistiram-se a boas jogadas de entendimento, com uma defesa capaz de ajudar o meio-campo a roubar a bola ao adversário e criatividade na organização do ataque, a partir do meio-campo. João Moutinho voltou a mostrar qualidade e serenidade, fazendo uma boa dupla com Rúben Micael a partir da meia hora, quando o madeirense substituiu o argentino Belluschi (teve o golo nos pés aos 26', mas um turco salvou em cima da linha). Com a ajuda de Fernando, estes intérpretes permitiram libertar Hulk e o brasileiro, a partir da direita, enquadrou-se com a baliza e marcou um grande golo (mais um) aos 33 minutos. Dez minutos antes, havia sido Ukra a ter a melhor oportunidade de golo. Antes do intervalo, Falcao ainda teve a hipótese de aumentar a vantagem.
Na segunda parte, André Villas-Boas apresentou praticamente outra equipa, que pareceu menos oleada do que a inicial. A frente de ataque, composta por Rodríguez, James e Farías revelou-se menos agressiva, mas foi sobretudo no meio-campo que se verificou a grande diferença. Souza, Tomás Costa e Castro formaram um sector de combate, embora menos criativo. O Trabzonspor lá foi conseguindo atacar mais vezes, mas só em duas ocasiões esteve perto do golo. Helton negou-os, com uma grande defesa para canto e depois a afastar o perigo com os pés. A defesa portista, comandada por Stepanov, conseguiu anular o adversário. Depois de ter feito dupla com Maicon na primeira parte, Sereno voltou a entrar no jogo para o quarto de hora final, mas para jogar a defesa-direito (no lugar de Sapunaru). 
André Villas-Boas mantém sistema - 4x3x3 | Pressão total - Quanto a equipa não tinha a bola, a defesa e, sobretudo, o meio-campo fez uma pressão imensa sobre o adversário. Isto resultou numa enorme percentagem de posse de bola e largos minutos a atacar o último reduto turco. Aos 30 minutos Belluschi deu o lugar a Rúben Micael e pouco depois Hulk marcou.
4x3x3 | Menos ideias - A segunda parte mostrou uma equipa menos pressionante e com menos ideias na construção do jogo. A qualidade do passe diminuiu e o ataque ressentiu-se. Tanto mais que Rodríguez mostrou não estar na melhor forma física, dada a paragem. Mas a defesa esteve segura e Helton mostrou a habitual classe.
João Moutinho dá-lhes ritmo
Os novos um a um
Kieszek - Voltou a ser utilizado na primeira parte, altura em que o Trabzonspor não realizou nenhum remate à baliza. Sem trabalho de relevo, limitou-se a segurar as poucas bolas que foram caindo na área.
Emídio Rafael  - Uma agradável surpresa. Integrou-se bem nas acções ofensivas, tendo oferecido um golo a Falcao depois de um cruzamento tenso (39'). Para além disso, ocupou sempre bem os espaços, com a excepção de um lance, quando se deixou bater em velocidade por Yattara (18').
Sereno - Uma agradável surpresa (?!)
Moutinho - Surgiu na equipa titular e voltou a ser um dos principais responsáveis pela boa primeira parte da equipa. Pressionou sempre alto, recuperou algumas bolas no meio-campo adversário e ainda emprestou qualidade à equipa para uma boa circulação de bola. É ele que marca os ritmos da equipa.
Ukra - André Villas-Boas ofereceu-lhe uma oportunidade na equipa titular e o extremo português não desiludiu. Começou com uma iniciativa individual (6'), depois rematou à figura após mais um bom trabalho (9') e ainda lhe sobrou tempo para isolar Hulk com um passe de excelência (23').
André Pinto - Juventude e muita qualidade. Na retina ficou um excelente corte em carrinho perante o perigo do adversário. Muito promissor e a merecer uma aposta continuada.
Souza - Começou a médio-interior e terminou a trinco mas esteve sempre ausente e demasiado cauteloso nos passes. Continua a integrar-se a uma nova realidade.
James -Não teve culpa no menor fulgor ofensivo da segunda parte. Revelou uma boa técnica e uma enorme coragem para assumir duelos individuais. Sofreu algumas faltas, porque parece não haver outra forma de o travar.
Os antigos um a um
Helton - Duas grandes defesas voltam a reforçar-lhe o estatuto de titular indiscutível. Surgiu em grande forma no estágio e parece não haver forma de perder o lugar.
Maicon - Está a aproveitar a ausência dos dois titulares da época passada. Forte no ar e intransponível pelo chão.
Stepanov - Não comprometeu, o que não deixa de ser uma boa notícia.
Sapunaru - Seguro a defender e pouco activo no ataque. Registo para uma desatenção, já no final da primeira parte, quando deixou a bola cair nas costas depois de um cruzamento vindo da esquerda.
Fernando - Ocupa um dos lugares mais importantes no esquema de Villas-Boas e revelou que não está na disposição de dar grandes hipóteses à concorrência. Esteve perfeito em termos tácticos e ainda conseguiu acrescentar qualidade nas movimentações ofensivas.
Belluschi - Arrancou mal, com alguns passes falhados, mas melhorou com o passar do tempo. Destacou-se pelos dois remates perigosos que executou de fora-da-área.
Falcao  - Três oportunidades, zero golos. O colombiano ficou novamente sem marcar, apesar de se ter movimentado sempre bem, sobretudo dentro da área. Só falta afinar a pontaria.
Hulk - Mais um grande golo. Desta vez, partiu da direita, flectiu para o centro e rematou ao poste mais distante em arco (33'). Antes disso, já tinha estado perto de marcar duas vezes: na primeira rematou forte para uma boa defesa e depois obrigou o guarda-redes do Trabzonspor a bilhar (23').
Rúben Micael - Foi o primeiro a entrar (31') para se juntar no meio-campo a João Moutinho. Ainda está longe da boa forma evidenciada na época passada, mas com as qualidades do costume: entrega e perfeição no passe.
Tomás Costa - Começou por ser trinco, antes de subir para o meio-campo; está com vontade de conquistar um lugar no plantel às ordens de André Villas-Boas e sai do estágio com o estatuto reforçado.
Rodríguez - Surgiu muito preso de movimentos e incapaz de imprimir mudanças de velocidade.
Farías - Apatia incrível e 45 minutos de puro desperdício.
Castro - O mesmo jogador raçudo de sempre.
Addy - Alguns minutos no último jogo com a camisola do FC Porto.
PEDRO MARQUES COSTA n’OJogo

Sem comentários: