Walter começou à bomba

Quase duas semanas depois de ter chegado à cidade do Porto, Walter começou finalmente a treinar no Olival. Ontem, pela manhã, o avançado brasileiro sentiu pela primeira vez o ambiente no plantel; arrancou tímido, trocou algumas palavras com os brasileiros durante o aquecimento - sobretudo Hulk -, observou as explicações dos adjuntos para o primeiro exercício com bola e depois prontificou-se a confirmar alguns dos argumentos que fizeram que o FC Porto investisse seis milhões de euros em 75 por cento do passe.

Foi só um exercício, é certo, mas de finalização, um dos pontos fortes deste internacional sub-20 brasileiro. No primeiro remate, de pé direito, saiu uma bomba colocada ao poste mais distante; Kieszek limitou-se a seguir a bola com os olhos, tal a violência do remate. Na segunda tentativa, agora com o pé esquerdo, o remate voltou a sair com violência, mas desta vez menos colocado; Cadu, guarda-redes dos sub-17, defendeu com tanto estilo que Helton, o companheiro de baliza naquele momento, até lhe elogiou o gesto. Mais uma volta ao circuito montado, mais um remate, novamente a pedir o pé direito do brasileiro. E, com este pé, Walter justifica mais do que nunca o apelido; saiu mais uma bomba - e que golaço! -, desta vez em arco e ao ângulo superior da baliza de Kieszek. No pouco tempo disponibilizado aos jornalistas - cerca de 15 minutos -, Walter confirmou um dos atributos mais vezes relatados desde o Brasil: o remate forte e colocado, que lhe valeu, inclusivamente, a alcunha de "Bomba" no Internacional de Porto Alegre. Com ele, não parece haver problema com a tão propalada Jabulani.

Depois das boas indicações deixadas no primeiro treino - os companheiros também gostaram do que viram -, segue-se a confirmação nos dois jogos que o FC Porto vai realizar no Torneio de Paris. Como é lógico, Walter ainda tem a preparação muito atrasada relativamente aos restantes companheiros, razão pela qual deverá limitar-se a somar apenas alguns minutos nas partidas que os portistas vão disputar frente a PSG (amanhã, 18h00) e Bordéus (domingo, 15h45). Para já sobra apenas mais uma novidade: o número da camisola. Walter vai jogar com o 18 que na época passada pertenceu a Nuno André Coelho, agora no Sporting, e antes a Mario Bolatti.

Pedro Marques Costa n'OJOGO