segunda-feira, 26 de outubro de 2009

FC Porto 3 Académica 2

25/10/2009

Exibição pouco consistente da equipa azul e branca, possibilitou boa réplica da equipa dos estudantes. A equipa do FC Porto pareceu acusar algum desgaste devido aos jogos das selecções e da liga dos campeões. Veremos se nos próximos jogos jÁ sem dispensas de jogadores para as selecções o que vai acontecer.


Corria o minuto 65 e o jogo estava difícil de desatar. O FC Porto enfrentava uma Académica muito defensiva, com o objectivo quase exclusivo de deter o ataque portista. Na segunda parte, os Dragões aumentavam o ritmo de jogo, mas a bola teimava em não entrar (até Hulk tinha acertado no poste, dois minutos antes). Mas eis que o golo surge de uma forma improvável, através de um cabeceamento corajoso de Mariano, à entrada da área, após um canto apontado por Raul Meireles. Estava feito o mais difícil e a partir daí o adversário teve de esticar as suas linhas, abrindo espaço para o suplente Farías bisar. Os «estudantes» ainda apontaram dois tentos, um prémio imerecido para quem quase só se limitou a defender.

Em relação à primeira parte do encontro não há muito dizer. O FC Porto perdeu Fucile logo aos dois minutos, por lesão, e gastou o tempo restante a tentar furar a autêntica muralha montada pela equipa conimbricense, que concentrava todos os seus jogadores, em postura defensiva, no raio de uns 25/30 metros. No
segundo tempo, o jogo dos Dragões foi mais fluído, com as oportunidades a sucederem-se: primeiro foram Falcao e Raul Meireles a não chegar ao cruzamento-remate de Hulk (49m), depois Mariano a rematar por cima da barra (61m) e, por fim, o «incrível» acertou no poste (63m), numa espécie de epílogo do 1-0. Com o tento inaugural, aos 65 minutos, o caminho para o triunfo foi desbravado.

Depois da cabeça de Mariano, surgiu o pé de Farías, que aproveitou uma hesitação mínima de Orlando, aos 68 minutos, após cruzamento do autor do primeiro golo, para concretizar o 2-0. O resultado parecia definido, mas o «estudante» Miguel Pedro, com um pontapé de fora da área, fez o 2-1 e os portistas fizeram questão de repor uma vantagem confortável no marcador. Aos 80 minutos, num belo desenho de ataque, Fernando libertou Hulk, que assistiu Falcao, com o colombiano a não conseguir ultrapassar Rui Nereu. O 3-1 surgiria dois minutos mais tarde, novamente pelo pé de Farías, que, com grande frieza, aproveitou a oportunidade que lhe surgiu após lance individual do também suplente Guarín. Já no período de descontos, o resultado sofreu uma enganadora inflexão, que colocou o FC Porto na condição de vencedor pela vantagem mínima. A injustiça d
o 3-2 de Sougou é sublinhada pelo facto do senegalês ter tocado a bola com a mão antes do tiro certeiro, pelo que o lance nunca deveria ter sido validado.

FICHA DE JOGO

Liga 2009/10, 8ª jornada
25 de Outubro de 2009
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 29.209 espectadores.


Árbitro: Hugo Miguel (AF Lisboa).
Assistentes: Ricardo Santos e Pedro Garcia.
Quarto árbitro: Bruno Esteves.


FC PORTO: Helton; Fucile, Rolando, Bruno Alves e Alvaro Pereira; Fernando, Raul Meireles e Mariano; Hulk, Falcao e Rodríguez.
Substituições: Fucile por Sapunaru (5m), Rodríguez por Farías (58m) e Raul Meireles por Guarín (69m).
Não utilizados: Beto, Maicon, Nuno André Coelho e Sebastián Prediguer.
Treinador: Jesualdo Ferreira.

Académica: Rui Nereu; Pedrinho, Orlando, Berger e Emídio Rafael; Nuno Coelho, Tiero e Cris; Sougou, João Ribeiro e Lito.
Substituições: Lito Por Miguel Pedro (66m), Nuno Coelho por Éder (71m) e Tiero por Diogo Gomes (84m).
Não utilizados: Ricardo, Amoreirinha, Paulo Sérgio e Hélder Cabral.
Treinador: André Villas Boas.


Ao intervalo: 0-0.
Marcadores: Mariano (65m), Farias (68m), Miguel Pedro (76m), Farias (82m) e Sougou (92m).
Disciplina: cartão amarelo a Bruno Alves (66m), Nuno Coelho (71m) e Berger (87m).




JESUALDO FERREIRA: «PERDEMOS 45 MINUTOS»

Ao contrário do resultado, a exibição portista, em particular a da primeira parte, mereceu vários reparos por parte de Jesualdo Ferreira. O treinador dos Dragões falou, inclusive, na perda de 45 minutos e assegurou que esse período será sublinhado a negro, para que a equipa não o repita. Mas tudo mudou após o intervalo. A seguir veio o clique, os golos e os outros que ficaram por marcar.

Em 30 metros
«A Académica jogou em 30 metros, procurando fechar as laterais, onde sabe que o FC Porto é forte. Não fizemos uma boa primeira parte e não creio que isso tenha sido da responsabilidade exclusiva da Académica.»

Pura ilusão
«Um resultado de 3-2 dá a sensação de que houve um jogo muito bem disputado, com duas equipas a procurar a vitória, o que não corresponde, de todo, àquilo que se passou.»

Perder… 45 minutos
«O quadro da primeira parte ficará registado apenas pela negativa. Este jogo servir-nos-á de exemplo, porque perdemos 45 minutos. O clique mental tinha, forçosamente, de acontecer.»

Outros golos por marcar
«Depois da conversa no balneário mudou tudo. Radicalmente. A primeira parte do FC Porto foi má, mas, a dada altura, o resultado poderia ter sido amplo, se fossemos calmos e tranquilos. Poderíamos ter feito mais golos e, na parte final, não controlámos o jogo como deveríamos ter feito, mas também se tornou claro que havia alguma fadiga.»

Disponibilidade física
«Este é o sexto jogo consecutivo que fazemos num espaço temporal muito curto e também é verdade que, para que as coisas corram com alguma normalidade, é preciso que todos estejam fisicamente disponíveis.»

Melhorar processos
«Nos últimos 12 jogos oficiais, ganhámos nove e a equipa tem vindo claramente a subir, independentemente do números de lesionados, mas todos sabemos que os nossos processos, que nos levam a ganhar jogos, têm de ser melhorados.»

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