sexta-feira, 3 de junho de 2011

André Villas-Boas: "Sou mais líder emocional do que mestre da táctica"

André Villas-Boas revelou aquela que diz ser o factor principal que lhe permitiu conduzir o FC Porto até ao sucesso durante a época 2010/11. Mais do que um treinador com um passado ligado à observação, aos meandros tácticos do futebol ou à organização do jogo, o técnico foi claro quanto a uma das características indispensáveis para ser um técnico competente.  "Encontrei-me como um líder emocional e um gestor de emoções e isso é fundamental no futebol actual", revelou André Villas-Boas à revista "Espiral do Tempo". "É esse gerar contínuo de revolta, de transcendência, saber quando motivar, saber quando inspirar e retirar o máximo de potencial de cada um. Nós, no staff, somos muito mais líderes emocionais e líderes motivacionais do que mestres da táctica", frisou, salientou, deu relevo, evidenciou. A dupla componente emocional/motivacional é fundamental e confirma o que vários jogadores salientaram como tendo sido decisiva no processo evolutivo, no crescimento da onda ganhadora da equipa, que arrasou a concorrência e culminou com a conquista de quatro troféus. "Evidentemente  que a  organização é também crucial no futebol e só com uma boa organização se consegue chegar aos êxitos, mas dou muita importância, valorizo muito os estados de espírito, os estados emocionais, a capacidade de transcendência, que podem contribuir para aumentar a capacidade de motivação, e acredito que um onze em campo motivado é muito diferente dum onze que não está motivado. O grande desafio dum staff técnico é tirar o máximo potencial de motivação de cada um", reforçou ainda. Mas, fazer a gestão da motivação tem o reverso da medalha, quando se sabe que num plantel de 24 jogadores só podem jogar onze de cada vez. A frustração que daí decorre é outro desafio para o técnico: "Todos querem entrar, todos se mostram competitivos e nós temos de tomar opções para continuar no rumo do sucesso. E isso é muito difícil, porque dois ou três jogadores que possam ficar de fora entram num estado de motivação diferente ( poderão entrar em desânimo parcial) dos que têm essa confiança."

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