sábado, 14 de fevereiro de 2009

Ainda sobre Justiça - Hugo Sousa em OJOGO

Faz-me uma certa confusão que se achem normais as divergências entre o que decidiu a Justiça desportiva e o resultado que vai sendo apurado nos recursos que batem na trave assim que chegam aos tribunais comuns. Argumenta-se que é assim mesmo, que a Justiça desportiva não é uma etapa final; que não há uma verdade inquestionável até se esgotarem os canais de recurso. De acordo. Mas, puxando o filme atrás e sabendo que a UEFA emendou a mão a tempo, não deixa de ser assustador pensar que chegou a julgar, e a decidir, baseando-se em pressupostos que os tribunais têm como frágeis. Sendo verdade que não é bom para ninguém que a Justiça siga lenta, como é quase sempre, vai-se percebendo que é capaz de ser bem pior quando quer ser rápida e acaba por se precipitar. Tratando-se de Justiça, mesmo de âmbito desportivo, e independentemente dos ataques de clubite aguda, não vale a pena fingir que não se passa nada quando o problema é só do vizinho. Mais dia, menos dia acaba por passar o muro.

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