domingo, 26 de dezembro de 2010

Extracto duma sensacional entrevista ao jornal OJOGO


Jorge Nuno notabilíssimo presidente da Direcção do FC Porto concedeu uma entrevista ao jornal OJogo, da qual achei por bem dar aqui relevo a algumas passagens da dita entrevista.
P. - Houve algumas críticas do Benfica às arbitragens, e Jorge Jesus até já disse que o campeonato está desequilibrado por causa delas... 
R. - Claro que disse. Teve de dizer, porque foi o que resultou de uma reunião de alguns senhores do Benfica para delinearem uma estratégia de ataque ao FC Porto. O Jorge Jesus sabe muito bem porque é que o Benfica falhou e porque é que o FC Porto venceu. Isso são entretenimentos ridículos, as chamadas desculpas de mau pagador. Se eu dirigisse o FC Porto e orientasse o FC Porto reunindo-me com um "staff" onde estavam comentadores de televisão e jornalistas de jornais amigos, é evidente que tinham de sair asneiras; se o sr. Delgado e o sr. Guerra tivessem capacidade para dirigir o Benfica, já estariam lá. Quando são esses iluminados que vão lá dar opinião e iluminar, é óbvio que levam à situação ridícula de pôr o presidente da Assembleia Geral a pedir aos sócios para não irem aos jogos fora. Isto realmente é uma ideia peregrina, que ninguém percebe. Claro que ninguém lhes ligou nenhuma; quando muito, perceberam mal, porque deixaram foi de ir à Luz, onde as audiências baixaram drasticamente. Depois forçaram o presidente a desdizer numa carta aquilo que os órgãos sociais tinham decidido inicialmente. Claro que quando não há uma orientação séria e se dirige ao sabor das opiniões de meia dúzia de opinadores e jornalistas, é óbvio que tem de dar asneira. 
P. - Jorge Jesus considerou anteontem os elogios que lhe dirigiu uma tentativa de dividir a família benfiquista, questionou a capacidade de Villas-Boas para resistir à pressão e duvidou do êxito do FC Porto sem a ajuda de terceiros. Era a resposta que esperava?  
R. - Só tenho uma objecção: é que fico admirado por ele não considerar um jogo de pressão a final da Supertaça contra um campeão nacional em título. Aí fico admirado; de resto, entendo perfeitamente. Essas declarações só reforçam o que disse: além de ser um grande treinador, é muito inteligente. Acho que o único falhanço dele foi ter considerado jogos sem pressão os dois FC Porto-Benfica que já disputou, um até para a final de uma Taça. 
P. - Fala-se de eleições para a FPF. Ainda recentemente se falava na hipótese de Fernando Seara avançar com Octávio Machado. Tem seguido essa corrida? 
R. - Não tenho, não. Acho que o presidente da Federação deve ter passado no futebol, obra feita no futebol. Ouvi há dias alguém dizer do doutor Fernando Seara que é um homem do futebol. Não sei onde jogou, não sei onde treinou, não sei que clube dirigiu. Não sei se ir para a televisão falar de árbitros já define um homem de futebol. Se for assim, proponho o Eduardo Barroso para vice-presidente, que ele também fala tanto de árbitros como o Seara. Mas o presidente deve ser uma pessoa com passado e obra no futebol. E isenta. E quando digo isenta, é equidistante dos clubes. Alguém que assume as posições do Benfica contra os outros, um indivíduo que é mandatário de campanha do presidente de um clube, acho que esse indivíduo não tem os requisitos de isenção para desempenhar o cargo de presidente da FPF. P. - A recandidatura de Gilberto Madail seria uma boa solução? R. - O dr. Madail é simpatizante do Benfica, mas não há ninguém que não seja simpatizante de um clube ou de outro. Agora, não toma posições a favor de um lado contra outros, não foi mandatário de ninguém em nenhum clube e, portanto, parece-me que esses requisitos, ele tem. Mas essa corrida não é nada comigo. Acho é que o facto de alguém ser comentador na televisão não habilita essa pessoa para a presidência da FPF.

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