segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Liga Sagres ZON - FC Porto 1 Vitória de Setúbal 0

Vantagem mínima, pontuação máxima. Com um golo, o 12.º de Hulk na Liga, o líder repôs distâncias, superando a custo a oposição do Vitória, que jogou persistentemente para o empate e terminou derrotado. Até pela sorte, que fez o especial favor de sorrir a quem mais fizera por ela. Em boa verdade, o FC Porto não merecia o sofrimento do 90.º minuto, justificando, muito antes dele, o descanso dum triunfo mais amplo.
Ascendente portista claro e gritante, fluxo de jogo proporcional, direccionado às redes de Setúbal. Nem sequer foram precisos ensaios ou um breve período de estudo mútuo, que se revelaria absolutamente supérfluo. Em segundos, o FC Porto retomava a procura do golo, interrompida quatro dias antes, em Viena, ao apito final.
Montado numa estratégia assumidamente defensiva, o adversário recuava, compacto e equilibrado, reduzindo o espaço jogável e obrigando o líder a repensar a abordagem e a reinventar linhas de passe. Ainda mais atrás, Diego adiava a vantagem azul e branca. Recorrendo, por vezes, a uma admirável capacidade teatral para protelar cada pontapé de baliza e, noutras, a um número significativo de grandes defesas. Num só minuto, o sétimo, negou o golo por três vezes, a Fucile, Rodríguez e Guarín. Cada um na sua vez. Curiosamente, Helton viu o cartã
o amarelo na primeira e única vez que prolongou uma reposição de bola.
Um livre directo superiormente transformado por Belluschi, durante o qual o guarda-redes do Vitória de Setúbal se limitou a assistir à trajectória da bola, devolvida violentamente pela trave, serviu de prenúncio. Todos os obstáculos humanos tinham sido superados, por fim. Dois minutos depois do sinal, aos 43, Hulk convertia a grande penalidade, que castigava um derrube a Falcao. E de nada serviu a Diego adivinhar o lado, porque o remate saiu colocado, fora do seu alcance.
Mais do mesmo, na segunda parte. Mas com uma nuance: a resposta do Setúbal, que não obedecia a ritmo nem frequência; apenas à ocasião. Persistia o Dragão, sempre mais perto do golo. Por Falcao, Hulk, Belluschi ou Ruben Micael. E esbarrava, então, numa intolerância incompreensível à velocidade de Hulk, repetidamente derrubado sem que a equipa de arbitragem apontasse a falta devida.
Apesar da incontestável superioridade do seu jogo, que deveria ter rendido uma vantagem mais ampla, o FC Porto quase viu os três pontos escaparem sobre o minuto 90, quando Jaílson desperdiçou uma grande penalidade, rematando por cima e falhando o empate que a partida não justificara. Ainda assim, os minutos que se seguiram, os de compensação, expuseram capacidade de resposta a uma adversidade.

FICHA DE JOGO
FC Porto-V. Setúbal, 1-0

Liga 2010/11, 13.ª jornada
6 de Dezembro de 2010
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 18.912 espectadores
Árbitro: Elmano Santos (Madeira)
Assistentes: Álvaro Mesquita e José Oliveira
4.º Árbitro: Humberto Teixeira
FC PORTO: Helton «cap.»; Fucile, Rolando, Otamendi e Rafa; Guarín, Belluschi e João Moutinho; Hulk, Falcao e Rodríguez
Substituições: Rodríguez por Rúben Micael (59m), Rafa por Sapunaru (74m) e Falcao por Walter (82m)
Não utilizados: Kieszek, Sereno, Castro e Ukra
Treinador: Vítor Pereira


V. SETÚBAL: Diego; Collin, Ricardo Silva «cap.», Valdomiro e Anderson do Ó; François, Hugo Leal, Neca e Gallo; Pitbull e Jaílson
Substituições: Gallo por Zeca (46m), François por Henrique (71m) e Anderson do Ó por Sassá (87m)
Não utilizados: Vargas, Zé Pedro, Michel e Zarabi
Treinador: Manuel Fernandes
Ao intervalo: 1-0
Marcadores: Hulk (43m, g.p.)
Disciplina: Cartão amarelo a Collin (44m), Fucile (67m), Valdomiro (69m), Helton (75m), Otamendi (90m) e Neca (90m).


No rescaldo do vigésimo triunfo da época, sobre o Vitória de Setúbal (1-0), o treinador adjunto do FC Porto, Vítor Pereira, destacou o esforço dos jogadores azuis e brancos. Hulk admitiu que a equipa não esteve ao seu nível máximo, mas a vantagem de oito pontos sobre o segundo classificado foi preservada.
Vítor Pereira: «Tivemos uma primeira parte bem conseguida, contra uma equipa que praticamente abdicou de atacar na primeira parte. Havia uma grande aglomeração de jogadores atrás da linha da bola e poucos espaços. Fizemos 15 remates e tivemos oportunidades para construir outro resultado. Na segunda parte, a equipa ressentiu-se do esforço que teve em Viena e é compreensível que os jogadores tenham sentido algumas dificuldades do ponto de vista físico. Quando é assim, começamos a pensar mal o jogo. Houve uma equipa que fez tudo para ganhar, que assumiu as despesas do encontro do princípio ao fim. A outra equipa esperou pela segunda parte para crescer um bocadinho, através de bolas longas e de segundas bolas, criando-nos algumas dificuldades. É normal que tenhamos jogos mais bem conseguidos e outros menos conseguidos».

Para Vítor Pereira, a noite valeu pela resistência, pelo "espírito de sacrifício tremendo". "Os campeões fazem-se assim", referiu, no rescaldo da vitória que mantém os dragões invencíveis, a uma jornada do final de 2010. "Oito pontos de vantagem que vão retirando vantagem ao adversário, vão massacrando, é assim que temos de continuar. O FC Porto tem feito uma época excepcional. Os jogadores têm sido constantes, consistentes na qualidade do jogo, merecemos a época que estamos a fazer."
Hulk: «A equipa não esteve ao melhor nível, mas conseguimos os três pontos, que são o mais importante para nós. Vamos manter o nosso trabalho, para conseguirmos sempre os três pontos, esquecendo quem está em segundo ou terceiro, de modo a não errar».

2 comentários:

Dragaoatento disse...

Vila Pouca!

Bom texto o teu!É assim mesmo!

Mais, na minha opinião, a equipa teve tempo suficiente para recuperar do esforço do jogo de Viena.Se se tivessem preocupado em descansar.
Se não descansaram o suficiente para se apresentarem frescos para o jogo com o Setúbal, a culpa é deles por terem "facilitado" e possivelmente acreditado que a vitória no jogo "seriam favas contadas".
E como se viu não foi só por culpa do adversário mas também por inépcia dos Dragões.

FC Porto acima de tudo!

Dragaoatento disse...

Porque gostei destas ideias aqui deixo registo das mesmas:

Os Lampiões e os Choringas, não podem dizer nada porque as arbitragens dos seus jogos estão marcadas por muitos casos, (bolas metidas com ajuda dos guarda-redes penaltis por marcar, mão a desviar bola para a grande área para fazer golo, golo anulado só porque o nariz estava fora de jogo, etc, etc) o melhor é meterem a viola no saco.