O prémio de Melhor Treinador do Mundo, muito justamente atribuído ontem a José Mourinho, chega com alguns anos de atraso. Ainda assim, como dizia a minha senhoria quando eu lhe pagava a renda, mais vale tarde do que nunca. De resto, sendo absolutamente natural que José Mourinho ganhe finalmente um título que já merecia desde 2004 e que é seu por direito próprio, não deixou de ser engraçado ver mais um acto de contorcionismo do verdadeiro bando dos sem-vergonha que passou os dois anos em que ele ganhou tudo o que havia para ganhar no FC Porto a insultá-lo e a desejar que se fosse embora. Ontem, dobrando a coluna do avesso, apareceram todos com um ar muito grave e sério a tecer-lhe os mais rasgados elogios, sublinhando como enormes qualidades as mesmas características que lhe apontavam como defeitos há seis anos. Como dizia Zeca Afonso, se alguém se engana com o seu ar sisudo e lhes franqueia as portas à chegada, arrisca-se a acordar com marcas no pescoço.
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