quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Secretário de Estado do Desporto Laurentino Dias, quer entregar os orgãos do poder da FPF aos clubes de Lisboa

Nacional contradiz presidente da Associação de Futebol da Madeira

O Nacional disse hoje que estranha e discorda da intenção da Associação de Futebol da Madeira (AFM), com a decisão de votar a favor da revisão estatutária na Assembleia-geral da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) que decorrerá este sábado.
Em comunicado o clube madeirense diz estranhar a afirmação do presidente da AFM, Rui Marote, que, numa entrevista recente, diz ter tomado a decisão em função”de uma consulta aos seus filiados”.
O Nacional refere no comunicado que a situação é ainda mais estranha devido á revisão estatutária “vai ao encontro do que é pretendido pelo secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, conhecido inimigo do desporto regional e da própria autonomia da Madeira.”
Por isso, o clube conclui que esta proposta de Estatutos "está ferida de inconstitucionalidade, pelo que a sua aprovação acaba por ser um acto de validação de uma ilegalidade", lê-se ainda.
O Nacional, adverte ainda que, "enquanto filiado da Associação de Futebol da Madeira, manifesta-se claramente contra esta posição assumida pelo presidente", considerando que tal não defende "os interesses dos clubes da região e, muito menos, a legalidade e a própria constituição do país".
PS - Comunicado da Associação de Futebol de Braga: 
”Relativamente à apreciação do projecto de Estatutos e respectivo Regulamento Eleitoral, constantes da Ordem de Trabalhos da Assembleia-Geral da FPF, a AF Braga comunica:
I.- a) Como é conhecido a AF Braga interveio e contribuiu para a elaboração das propostas de Estatutos e Regulamento Eleitoral, ora em apreço, não porque defenda ou queira o seu conteúdo, mas sim porque dessa forma tentou e parcialmente conseguiu minimizar as imposições estabelecidas no Regime Jurídico das Federações Desportivas (RJFD). Foi conscientemente uma opção de, por essa via, impedir um mal maior;
b) Como é do conhecimento geral a AF Braga sempre tem afirmado a sua profunda discordância com a interferência do Estado em violação de normas e princípios consagrados na Constituição da República Portuguesa (CRP), nomeadamente o princípio da autonomia e relevância do movimento associativo, emanação do principio da liberdade de associação artº 46º, nº 2 da CRP : – A liberdade de organização e de auto-gestão, “consubstanciadas na autonomia estatutária (não podendo os estatutos das associações estar dependentes de qualquer aprovação ou sanção administrativa e muito menos ser impostos pelas autoridades), a liberdade de organização (não podendo a designação dos órgãos directivos das associações estar dependente de qualquer aprovação ou controlo administrativo e muito menos de imposição administrativa) e a liberdade de gestão (não podendo os seus actos ficar dependentes de aprovação ou referenda administrativa) ” – cfr. JJ Gomes Canotilho e Vital Moreira, em anotação ao artigo 46º da CRP; ...


PS1 - Futebol - FPF - Associações debatem em plenário próxima AG
As associações distritais e regionais vão reunir-se, esta sexta-feira, em plenário, na sede da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), em Lisboa, para preparar a Assembleia-geral (AG) de sábado.
Em vésperas da reunião magna, não se espera grande consenso no que respeita à adequação aos estatutos, apesar da alegada "luz verde" dada por 11 associações à proposta preconizada pelas estruturas de Lisboa e Aveiro.
É mais provável uma cisão do que uma decisão, porque 15 das associações subscreveram a candidatura à liderança da FPF de Horácio Antunes, presidente da Associação de Futebol de Coimbra, que foi o único a avançar para as eleições de 05 de fevereiro, mas, entretanto, desistiu.
Gilberto Madaíl já anunciou que se recandidatará caso os novos estatutos sejam aprovados, a mesma condição que o presidente da Câmara Municipal de Sintra, Fernando Seara, colocou para avançar, com o apoio do Benfica.
O movimento associativo, que vê a sua influência reduzida em 20 por cento nas reuniões magnas, de 55 para 35 por cento, lidera a contestação ao Regime Jurídico das Federações Desportivas (RJFD), que entrou em vigor a 31 de dezembro de 2008 e determinava a obrigatoriedade de adequar os estatutos até 27 de julho de 2009.
Por seu lado, a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) anunciou que vai votar a favor da revisão dos estatutos, depois da reunião do Conselho dos Presidentes, quinta-feira, no Porto.

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