No jogo do ano passado, sabíamos nós e sabiam os jogadores que o campeonato estava perdido, mas estava em causa o nome do FC Porto, um certo sentimento de orgulho e uma dose considerável de revolta por causa de tudo o que tinha acontecido ao longo da temporada e que tinha limitado a nossa capacidade para discutir o título. Impedir a festa do Benfica em nossa casa foi uma questão de honra. Em poucas palavras, foi um jogo em que fomos melhores e isso apesar de termos de ultrapassar obstáculos sucessivos. Sofremos o golo do empate muito cedo na segunda parte, perdemos o Fucile (por expulsão) e estivemos mais de 35 minutos a jogar com dez, mas mesmo assim conseguimos chegar ao 3-1.
...Os problemas que começaram antes do jogo, com a indisponibilidade do Falcao...
O Falcao tinha sido expulso em Setúbal (não foi por acaso), na jornada anterior, e com isso não prejudicaram apenas o FC Porto, mas também as hipóteses de ele lutar com o Cardozo pelo título de melhor marcador que, como todos sabem, o Falcao perdeu por apenas um golo. Aliás, essa expulsão coincidiu com a minha expulsão como treinador, porque há uma altura em que atingimos o limite. Mas é claro que a ausência do Falcao foi mais um obstáculo que tivemos de ultrapassar com um grande jogo no plano táctico, com uma grande disciplina, uma boa preparação, mas essencialmente com uma grande vontade de mostrar que ainda éramos nós os campeões.
Por aqui se vê como as instâncias do poder do futebol podem condicionar, influenciar, (direi mesmo: viciar) e de que maneira(!), os resultados dos jogos!
Só espero que desta vez o juiz do apito nomeado para apitar o jogo não seja protagonista, não invente de modo a agradar ao clube da casa, e, deixe que sejam os interpretes a decidir o resultado do jogo. Quero significar com isto que exijo isenção e o mesmo critério disciplinar na avaliação das faltas quer do lado do FC Porto quer do lado do Benfica.
É que às vezes a dualidade de critérios enerva decisivamente os interpretes visitantes.
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