quinta-feira, 24 de março de 2011

Villas-Boas: "Não tenho jeito para ser piloto"

Quem não se lembra dos mundialmente famosos saltos na classificativa de Fafe/Lameirinha do Rali de Portugal? Milhares de espectadores, uns mais temerários que outros, bordejavam, então, a estrada, em busca de emoções fortes, e entre eles esteve por mais de uma vez, na década de 90, o jovem André Villas-Boas, na companhia de amigos. Era fã de pilotos como Carlos Sainz ou Colin McRae e também admirava o já então veterano Miki Biasion. Grande entusiasta do desporto automóvel, desde miúdo que guarda essa paixão e ontem o agora treinador do FC Porto, a poucas jornadas de conquistar o título de campeão nacional, teve oportunidade de concretizar um sonho antigo: viver por dentro as emoções ditadas pelo ritmo de andamento de um piloto do Mundial de Ralis.
..."Foi óptimo, único, fantástico", disse, ao deixar o banco do lado direito do Ford Fiesta RS WRC nº 15 que o britânico Matthew Wilson tripulará, a partir de hoje, na terceira prova do campeonato do mundo, cuja primeira classificativa, esta tarde, terá como palco a zona do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa. O convite ao treinador do FC Porto para substituir, num curto espaço de tempo e sem ditar notas de andamento, Scott Martin foi endereçado pelo presidente do Automóvel Clube de Portugal, organizador do rali, depois de a equipa M-Sport Stobart Ford World Rally Team se ter disponibilizado para colaborar, aproveitando o tradicional shakedown (3,2 km), uma pequena classificativa no qual as equipas procedem à afinação dos carros na véspera da prova.
Quanto recebeu o telefonema de Carlos Barbosa, Villas-Boas não hesitou um segundo que fosse, entusiasmado com a experiência de andar ao lado de um piloto profissional e num carro da nova geração WRC estreada esta época do Mundial de Ralis.
..."Não vou andar no máximo, mas o suficiente para o nosso convidado se divertir e ficar com uma ideia de como andamos numa classificativa e também do funcionamento do carro. De certeza que vai gostar…", comentava o simpático Wilson.
..."Se travei muito? Não, de modo algum, claro que foi uma experiência nova e gratificante, pois tive sensações que nunca antes experimentara. André Villas-Boas confessou que o seu bichinho pelos desportos motorizados, e particularmente pelos automóveis, esteve "sempre presente", relevando os aspectos que mais o impressionaram: "A potência do motor, a travagem, aquelas acelerações. São tudo situações difíceis de viver numa situação normal." As emoções são comuns ao futebol e aos ralis e o treinador do FC Porto não se escusou a compará-las. "Trata-se de estímulos diferentes, a potência do carro, o talento dos pilotos, tal como o talento dos jogadores faz a diferença. Esta relação máquina/piloto é fundamental.

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