terça-feira, 3 de julho de 2012

É um claro atentado à evolução do jogador português


Antero Henrique: director Geral da SAD portista, vê o futebol nacional “a andar para trás” e defende que “alguns clubes andam hipnotizados”
A deliberação que proíbe os empréstimos entre equipas do mesmo escalão é, na forma e no conteúdo, um retrocesso para o futebol português. Esta é a posição do FC Porto, que votou contra a proposta apresentada pelo Nacional. "É um claro atentado ao jogador português", resume Antero Henrique, diretor-geral da SAD, que explicou, a O JOGO, as razões do voto portista. "É um grande retrocesso no que diz respeito à necessidade de desenvolver o jogador português, que assim vê o seu espaço diminuído. As equipas B são uma excelente medida, mas é preciso um nível intermédio", sustenta o responsável, que cita Atsu, Kelvin, Cédric, Adrien ou Pizzi como exemplos de um modelo que deu frutos.
 "Isto caminha num sentido muito escuro, porque o que se defende é a solidariedade no futebol português, sobretudo num contexto de dificuldades financeiras", lembra Antero Henrique, que lamenta que se tenha adbicado de uma discussão ampla: "Não acredito em sucesso sem planeamento. Uma decisão destas tinha de ser discutida com tempo, porque há vários modelos para a questão e basta ver o que aconteceu na liga mais comercial do mundo, a inglesa, onde as regras foram amplamente debatidas."
 Criticando ainda o "timing" para a apresentação da proposta (a três dias do arranque oficial da época e com contratos de cedência assinados), o diretor-geral da SAD questiona-se sobre o que terá levado algumas das equipas que mais beneficiavam dos empréstimos a votar favoravelmente à sua proibição: "Muitos clubes andam hipnotizados, não sabemos muito bem com o quê. No fim deste hipnotismo vamos perceber como é que isto está..."
 O FC Porto regista uma tendência que, na leitura dos seus responsáveis, não favorece a competitividade nem a saúde financeira do nosso futebol. "Na última assembleia geral, por exemplo, propôs-se a retirada de espaço publicitário nos estádios para dar visibilidade aos patrocinadores da Liga. Isto só pode ser a necessidade de financiar a sua pesada estrutura", entende Antero Henrique.

2 comentários:

Penta disse...

caríssimo,

esta presidência da Liga Portuguesa de Futebol (muito pouco) Profissional é o maior erro de casting da História do Dirigismo Nacional.

abr@ço
Miguel | Tomo II

Dragaoatento disse...

Sem dúvida, Miguel

Abraço,
AMonteiro