28/04/2011 - Cinco rombos no casco do submarino, quatro deles provocados por Falcao, fizeram muito mais do que encurtar distâncias para Dublin.O Villarreal, que nunca fizera segredo da estratégia, responderia em transições rápidas, que tinham Borja Valero e Bruno Soriano como cérebros e Nilmar como destino preferencial. Bem executada, a trama valenciana produzia o desequilíbrio entre a supremacia portista e exigia o melhor de Helton.
Antes de assumir proporções demolidoras, a intensidade e o volume eram, claramente, azuis e brancos, mas o perigo amarelo consumaria a ameaça e fechou a primeira parte a marcar, por Cani. Entre a desvantagem portista e o empate não h
ouve muito mais do que intervalo, porque, depois de derrubado na área, Falcao transformava a consequente grande penalidade aos 48 minutos.Antes de Falcao voltar a marcar, o que fez por mais três vezes, e recuperar a condição de melhor goleador das competições europeias, com 15 golos, foi Guarín quem deu a volta ao resultado, numa jogada individual que juntou brilho e persistência: ao tirar um adversário do caminho com o pé direito, ao rematar com o pé esquerdo e ao concluir de cabeça, depois de uma primeira defesa de Diego López.
O domínio portista era já avassalador e o contra-ataque espanhol, menos efectivo, passava a confundir-se com alívios desesperados, numa trégua efémera para a defesa do Villarreal.
Genial, intuitivo, instintivo, Falcao afundava a resistência valenciana. E confirmava, em simultâneo, o estatuto de fora de série e a invulgar propensão portista para ultrapassar jogos difíceis com a obtenção de cinco golos. E a Irlanda ficava mais perto, mesmo
que entre o Dragão e Dublin se erga ainda uma deslocação a Villarreal e um opositor frequentemente comparado, no estilo, ao esplendor do Barcelona.FICHA DE JOGO - 28 de Abril de 2011
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 44.719 espectadores
Árbitro: Bjorn Kuipers (Holanda)
Assistentes: Sander van Roekel e Berry Simons
Quarto árbitro: Pol van Boekel
Assistentes adicionais: Ricard Liesveld e Ed Janssen
FC PORTO: Helton «cap.»; Sapunaru, Rolando, Otamendi e Alvaro Pereira; Fernando, Guarín, João Moutinho; Hulk, Falcao e Rodríguez
Substituições: Rodríguez por Varela (71m), Guarín por Souza (78m) e Hulk por James (84m)
Não utilizados: Beto, Maicon, Walter e Rúben Micael
Treinador: André Villas-Boas
VILLARREAL: Diego López; Mario Gaspar, Musacchio, Marchena e Catalã; Borja Valero, Bruno, Cani Soriano e Santi Cazorla «cap.»; Nilmar e Rossi
Substituições: Borja Valero por Mubarak (67m), Cani por Matilla (71m) e Nilmar por Marco Ruben (71m)
Não utilizados: Juan Carlos, Capdevilla, Cicinho e Kiko
Treinador: Juan Carlos Garrido
Ao intervalo: 0-1
Marcadores: Cani (45m), Falcao (49m, g.p., 63m, 75m e 90m) e Guarín (61m)
Disciplina: cartão amarelo a Fernando (6m), Hulk (26m), Borja Valero (41m), Diego López (48m), Catalá (73) e Helton (83).
PS - extracto de comentário n'ojogo
Fechadinhos, solidários a defender, os espanhóis mantinham a defesa portista em constante sobressalto para o qual os dragões não encontravam antídoto. Pior ainda: Álvaro Pereira andava distraído e Guarín jogava a passo.
A referência a esses dois, mesmo que justa e obrigatória, também não é inocente. Ironicamente, acabaria por ser na sequência de um corte decisivo do uruguaio na área portista que começaria uma resposta desenvolvida por Guarín e na qual participou Falcao. Nasceu aí o penálti que marcou o ponto de viragem e o início da reviravolta, consumada em dez minutos e ampliada em menos de 20.
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