Pinto da Costa esteve ontem numa homenagem promovida pelo círculo universitário do Porto e comentou as declarações de Laurentino Dias, secretário de Estado da Juventude e do Desporto, que manifestara publicamente o apoio ao Braga na final de Dublin. "Na meia final, com o Benfica, não o podia fazer, porque, se fizesse, se calhar estaria a mentir", disse, carregando nas críticas: "A sua grande dimensão corporal não é correspondida com uma intelectualidade, uma moral e com o estatuto de dirigente nacional que devia ter". Em contraponto, elogiou a postura diplomática do Presidente da República. "O professor Aníbal Cavaco Silva mandou o mesmo telegrama aos dois clubes, desejando que seja uma festa do futebol e congratulando-se por vencer uma equipa portuguesa", lembrou, retomando o fio às críticas dirigidas ao secretário de Estado da Juventude e do Desporto. "Cada um tem a sua dimensão, que não tem nada que ver com o seu tamanho. Portanto não me admira nada - o contrário é que me espantaria - o que disse o doutor Laurentino Dias. Ele ainda nem sabe que o FC Porto foi campeão, porque ainda não se dignou a mandar um simples fax, telegrama ou mensagem a felicitar; ou se calhar mandou com endereço errado".
Laurentino Dias tinha explicado que o apoio ao Braga se devia ao facto de ser natural desse Distrito e expressara o desejo de que os dragões compreendessem a preferência. Pinto da Costa fez-lhe a vontade, mas com ironia. "Pode dizer o que quiser, os maiores disparates, que nós, vindos dele, não nos ofenderemos com nada. Que esteja tranquilo. Gostaria que se juntasse ao Braga nesta festa do futebol, porque, pela nossa parte, gostaríamos de nem o ver."
Ainda sobre Dublin, o presidente portista congratulou-se com a final portuguesa. "Vamos mostrar que é possível ser adversário, ordeiro e amigo", puxando depois pela memória das quatro finais em que já participou para eleger a de 1987 como a mais marcante. "Assumi o clube em 1982 e no programa, que era para dois anos, já tinha como objectivo estar numa final, e nem sequer era ganhá-la. Conseguimos em Basileia, em 1984, e três anos depois a vitória foi inesquecível, a mais marcante de todas, embora a de Sevilha também me tenha marcado bastante", confessou, prometendo uma equipa concentrada, apesar dos festejos recentes, que valeram uma indirecta para o Benfica. "As festas não desconcentram. São perfeitamente naturais. Vir agora com desculpas de se perder pelos festejos seria ridículo. Festeja-se na hora de festejar, trabalha-se na hora de trabalhar, joga-se na hora de jogar". Foi-lhe ainda pedido que comparasse esta equipa à de 2003, que venceu a Taça UEFA. "Em termos de resultados, a de 2003 ganhou e esta ainda não. Como equipa, esta parece-me mais forte".
A propósito de outras declarações de Luís Filipe Vieira, nada. "Coisas do Benfica não comento. Não li, nem vi. Não me diz respeito comentar". Já sobre o empate com o Paços de Ferreira, criticou a arbitragem de Cosme Machado. "Se tivesse tido uma arbitragem normal e tivéssemos jogado na máxima força, não me preocupava. Estamos só numa tentativa de terminar o campeonato sem perder, mas vai-me preocupar se esse trio continuar em actividade na próxima época", rematou. Ao lado de Platini, com gosto
As relações entre FC Porto e Michel Platini, presidente da UEFA, foram tensas devido à intenção de excluir os portistas da Champions, na sequência do Apito Dourado. O reencontro, garante Pinto da Costa, será pacífico. "Claro que me sentarei com o presidente da UEFA, que já me reconheceu os méritos e a qualidade do FC Porto. Aliás, gostaria de me sentar muitas vezes nestas condições ao lado dele...", disse.
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