Benfica vence Vitória de Guimarães com ajuda do árbitro

Taça da Liga - Vitória de Guimarães 1 SL Benfica 4
Rui Vitória - "Resultado não corresponde à verdade do jogo"

Rui Vitória não tem dúvidas: "O resultado é enganador e não corresponde à verdade do jogo." O treinador do V. Guimarães frisou que a sua equipa "criou dificuldades ao Benfica como até agora não tinha visto", mas sublinhou que "a expulsão de Pedro Mendes condicionou" o desfecho da partida: "Depois, com o desgaste do jogo e a qualidade dos seus jogadores, o Benfica fez o resto." Por isso, criticou a actuação de Bruno Paixão. "Houve decisões na primeira parte desajustadas. O cartão amarelo ao Javi García tinha de ser vermelho, caso contrário não mostrava nada", referiu, reforçando: "Se isso tivesse acontecido a história do jogo teria sido diferente. Queremos justiça e que quando as coisas acontecem sejam assinaladas. Vamos melhorar o que fizemos mal e espero que o árbitro também o faça." "Houve decisões um pouco desajustadas, mas se fosse ao contrário estaríamos aqui com algumas complicações. Futebol é isto. Admito que a expulsão do Pedro Mendes seria justa, mas houve outras decisões desajustadas", lamentou, realçando que "não é fácil fazer o que o V. Guimarães fez ao Benfica na primeira parte".

"Fomos muito atrevidos e criámos muitas oportunidades, que não concretizámos. Fomos penalizados por isso", admitiu, lembrando que "o Benfica não conseguia sair a jogar até que marcou na primeira oportunidade que teve".

Confrontado com o afastamentos dos adeptos vimaranenses, Rui Vitória frisou: "Temos de passar esta tempestade e de saber conquistá-los". "Estamos satisfeitos com a resposta até à expulsão, mas não com o resultado porque foi pesado. Não tem sido fácil esta situação, mas vi uma atitude de equipa a sério. Assim temos uma palavra a dizer", defendeu, sublinhando que "não vale a pena enterrar a cabeça na areia".

João Paulo queixa-se de expulsão injusta - João Paulo apontou a expulsão de Pedro Mendes como a chave do resultado. "Se já era difícil defrontar uma equipa com qualidade, mais complicado se tornou após a expulsão do Pedro. Tivemos boa atitude, e o resultado acaba por ser enganador", referiu, sem deixar de criticar o critério da equipa de arbitragem. "Acho lamentável ser tão fácil expulsar jogadores do Vitória e mais difícil expulsar os do Benfica", apontou o central, para o qual o Vitória vai a tempo de acabar bem a época: "Temos atletas de qualidade e ainda vamos formar uma grande equipa."

José Pereira - "O campo estava bastante inclinado"

José Pereira espelhou a sua indignação pelo que considerou "uma arbitragem negativa", a exemplo do que tinha acontecido, sublinhou o director-desportivo, no jogo de Setembro, para o campeonato. "Queríamos manifestar a nossa indignação e insatisfação por termos sido prejudicados pela arbitragem", começou por dizer o director-desportivo do Vitória de Guimarães.

"Houve uma dualidade de critérios gritante na mostragem dos cartões amarelos. Não se percebe porque só há amarelo a Javi García e, numa altura em que tínhamos o jogo controlado, a expulsão de Pedro Mendes levou a que perdêssemos o jogo por uma margem dilatada, nada consentânea com o que apresentámos no terreno de jogo", destacou o dirigente dos minhotos.

José Pereira não falou em fazer exposições ao Conselho de Arbitragem da FPF, mas formulou um desejo: "Esperamos que coisas destas não se repitam; este emblema deve merecer respeito. Hoje [ontem] foi um dia negativo para a arbitragem. Como se costuma dizer na gíria, o campo estava inclinado, e bastante inclinado, para o lado do Benfica", defendeu, acrescentando que "é coincidência ter acontecido o que aconteceu na primeira volta do campeonato e agora repetir-se uma arbitragem negativa com o Benfica".

José Pereira considerou mesmo que a equipa da casa foi melhor, como o mostraram as "estatísticas da primeira parte, na qual o Vitória teve mais posse de bola e mais oportunidades". "A segunda parte continuou com o mesmo caudal, mas a expulsão justificou a desvantagem no final do jogo", acusou José Pereira.

Futebol – Guimarães - Quatro directores da formação demitem-se e apontam «subserviência ao Benfica»
Quatro directores do futebol jovem do Vitória de Guimarães pediram a demissão «por divergências crescentes com o rumo que o departamento estava a seguir», pedindo uma «alteração profunda» e acusando-o de «subserviência ao Benfica».

Para Rui Leite (director do escalão de juvenis A), Jorge Freitas (iniciados A), Ricardo Almeida (iniciados C) e Jorge Rodrigues (infantis A), a «gota de água» foi a participação do Vitória de Guimarães num recente torneio juvenil – 4.º Torneio da Taça da Cidade dos Campeões - que teve lugar no Centro de Estágio do Benfica, no Seixal.

«O nosso director da formação, Manuel Fernandes, entendia que aquilo, no fundo, era um torneio de captações do Benfica, mas, este ano, sem informação atempada ao director responsável, Jorge Freitas, decidiu que o Vitória participaria, contrariando a política até então adoptada, o que entendemos ter sido uma subserviência ao Benfica», explicou à Agência Lusa Rui Leite.

Na carta de renúncia aos cargos que apresentaram segunda-feira ao presidente da mesa da Assembleia-Geral (AG), João Cardoso, e ao presidente da direcção, Macedo da Silva, os ex-directores de escalão lembram que «a política da direcção do departamento em relação a torneios, foi pautada desde o início pela recusa da grande maioria deles para esconder os atletas dos olheiros de outras equipas».

Os demissionários apontam ainda o «progressivo esvaziamento de funções dos directores de escalão de formação, que se limitam a serem meros delegados aos jogos, fazendo com que o departamento seja gerido em exclusivo por uma só pessoa», assim como «a degradação das instalações por falta de cuidados de manutenção» do complexo desportivo do Vitória de Guimarães, nomeadamente do relvado sintético.