quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Tomás Costa, apresentação

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Os portugueses ainda não conhecem o Tomás Costa. Apresente-se como jogador...
Sou um jogador que cumpriu o sonho de chegar ao F. C. Porto e à Europa. Um médio que gosta de jogar preferencialmente pela direita, que corre muito e procura deixar tudo em campo.
Também já desempenhou o posto de lateral direito...
No Rosário, houve um treinador que me colocou nessa posição. E senti-me muito cómodo.
Parece que gosta muito de tentar o remate de meia distância...
Sim, procuro sempre rematar. Na Argentina, remata-se pouco de fora da área, mas já percebi que em Portugal é diferente.
Acha que as características de lutador podem ajudá-lo a vencer no futebol europeu?
Sim, porque sou um jogador rápido, alto e tenho grande dinâmica. A diferença entre o futebol europeu e o argentino é que o vosso é mais veloz, com menos toques, o que me agrada.
O F. C. Porto costuma jogar com três médios. Na Argentina, em que sistema jogava?
Já joguei em qualquer das quatro posições do meio-campo e isso deixa-me tranquilo.
Há algum jogador português com o qual se identifique na forma de jogar?
Sou parecido com o Deco. Gosto muito da forma como ele toca a bola, como consegue chegar à área e fazer golos.
Afirma ter um futebol rápido e com muito garra. De onde lhe vem esse espírito lutador?
Não me foi nada fácil jogar na primeira divisão. Sempre combati muito para vencer. Agora, ainda vou lutar mais, pois tive a felicidade de poder jogar na Europa. Apenas penso em conquistar a titularidade e confirmar a confiança que os dirigentes e a equipa técnica depositaram em mim.
Chegar ao futebol europeu pela porta do F. C. Porto tem um significado especial?
Fiquei surpreendido com o interesse do F. C. Porto. Não esperava jogar num clube tão importante. É praticamente o único clube português conhecido na Argentina. Não vacilei um segundo, conversei com o meu empresário e não tive dúvidas. Havia outras opções, como o Nápoles, mas desde a primeira hora apostei no F. C. Porto. Para além de ser um emblema muito grande, há vários argentinos no plantel, o que me poderia beneficiar na adaptação.
Costumava ver, na Argentina, os jogos do F. C. Porto?
Lá, só passam as partidas da Champions. Apenas transmitem os jogos dos campeonatos de Espanha, Itália e Inglaterra. Passei a acompanhar e a documentar-me a partir do momento em que conheci o interesse. Quando cheguei aqui, as primeiras palavras que me ensinaram em português foi “ganhar” e “campeões”.
No Rosário, era titular indiscutível. Agora, a concorrência é maior. Está preparado para se sentar no banco de suplentes?
A competição dentro do grupo é saudável, pois encontrei um plantel muito amigo, onde fui muito bem recebido. Quero mostrar-me e depois o técnico é quem decide.
Tem acompanhado a polémica em redor da presença do F. C. Porto na Liga dos Campeões?
Ouço falarem disso e li alguma coisa na Internet. Mas o F. C. Porto é um clube onde os jogadores apenas se têm de preocupar em trabalhar e jogar. O caso está bem entregue, nas mãos dos dirigentes, que certamente sabem o que fazer para o clube disputar a Liga dos Campeões.
É esse o sentimento do balneário?
Sem dúvida. Existe uma grande estrutura, muita gente a trabalhar em redor dos jogadores. Portanto, eles não têm que se preocupar com esses problemas.
Uma mensagem para os adeptos do F. C. Porto...
Tomás Costa e todos os companheiros vão dar o melhor. Só pensam em ganhar e em serem campeões.
O arranque da Liga é muito exigente. Na segunda jornada, o F. C. Porto desloca-se à Luz e na quinta vai a Alvalade, onde medirá forças com o Sporting, outro candidato ao título...
É verdade, mas acho melhor defrontar os mais fortes no começo do campeonato. Isso transmite-nos ainda maior motivação. Por outro lado, teremos possibilidades de podermos marcar alguma diferença logo no arranque.
O Tomás Costa já conhecia o Estádio do Dragão?
Visitei-o no meu primeiro dia em Portugal. É surpreendente, muito bonito. Espero acostumar-me ao público e ver a casa cheia, a conviver com pressão. Quando pisei o relvado, pensei na possibilidade de fazer alguns golos. Aproveitei para tirar muitas fotos, que mandei aos amigos e à família.
Cumpridas as primeiras duas semanas em Portugal, sente saudades da Argentina?
Claro que tenho saudades da família, mas como me sinto bem no clube e na cidade, tudo se torna mais fácil. Adaptei-me depressa e estou muito feliz.
Qual a primeira impressão da cidade do Porto?
O Porto é uma cidade muito bonita e tranquila. Visitei-a com o meu pai. As pessoas são educadas e falam, cumprimentam-nos. Todos são adeptos do F. C. Porto. Quando for mais conhecido, ainda será melhor, pois todos me tratam muito bem.
Como é o Tomás Costa fora do futebol?
Muito tranquilo e divertido. Sempre de bom humor. Gosto de passear e de estar com os amigos.
E o que gosta de fazer nos tempos livres?
Jogo Play Station, ouço música e converso com os amigos e a família através da Internet.
Também gosta de pescar...
É verdade! O doutor já me prometeu que quando houver tempo, vamos pescar. E também quero ir à pesca com o Lisandro.
O Tomás Costa não é o único futebolista da sua família...
Somos quatro irmãos. Um deles jogou no Equador e está numa liga secundária, na Argentina. O meu pai, que me acompanha em Portugal, é patologista e trabalha num laboratório de análises. A minha mãe é funcionária administrativa, num hospital psiquiátrico, e a minha irmã é contabilista. O mais novo, de 15 anos, ainda estuda. Cresceu a ver os irmãos jogar futebol... Quero que venha a Portugal, para perceber a grandeza deste clube.
E a namorada, quando vem a Portugal?
Em Dezembro, quando vier a minha mãe. Estar sozinho não é um problema para mim, pois é isso que acontece desde há quatro anos. Tenho os meus compatriotas do F. C. Porto, que me ajudam nesta fase de integração.
Acredita que o facto de estar no mesmo clube de Lucho González e de Lisandro Lopez pode dar-lhe maior visibilidade para chegar à selecção argentina?
Bom, esse é um sonho. A selecção argentina é o máximo. O Lisandro e o Lucho estão nas selecções... É claro que penso nisso, mas o primeiro objectivo é mesmo conquistar um lugar na equipa do F. C. Porto. Por agora, só penso nisso.
Com que idade começou a jogar futebol?
Comecei muito cedo, aos quatro anos, num pequeno clube. Quando tinha 17 anos, um treinador perguntou-me se queria ir para o Rosário. No início foi complicado, pois não jogava muito. Com o tempo melhorei, acostumei-me à mudança para a cidade e tive, finalmente, a possibilidade de jogar no clube de que sou adepto, que é o Rosário Central.
O futebol é, portanto, uma paixão que o acompanha desde os primeiros anos de vida. Já pensou no que vai fazer quando deixar os relvados?
Quando deixar os relvados, a minha ambição é ficar para sempre ligado ao futebol. Não quero ser empresário... Talvez venha a ser treinador ou observador de jogadores, quem sabe! Tenho mesmo é que fazer alguma coisa, pois não consigo estar parado.
Dragão desde os 15 anos
O dragão está na pele de Tomás Costa desde os 15 anos. Parece difícil de acreditar, mas é verdade. É claro que, há oito anos, nem no mais cor de rosa dos sonhos Tomy imaginaria representar o F. C. Porto. A história do dragão que o argentino tatuou na perna direita tem explicação. Tomás Costa adora jogar PlayStation e, quando era mais jovem, o Mortal Combat – cujo símbolo é um dragão –, era o jogo preferido. Tomy já encontrou um adversário no plantel. “Costumo jogar com o Fernando. E ganho sempre”, garante...
Benítez ao volante Lisandro é o GPS
Em ritmo de adaptação à Invicta, Tomás Costa não dispensa a máquina fotográfica e o motorista... Benítez. O companheiro argentino, também ele reforço do F. C. Porto para a época 2008/09, tomou conta do volante nestes primeiros dias em Portugal. “Estamos no mesmo hotel, pelo que vamos juntos para os treinos”, conta Tomy. Quando a dupla se perde nas ruas do Porto, recorre a um GPS muito especial: “Pegamos no telemóvel e ligamos para o Lisandro”.
Ao telefone com Maradona
Os olhos de Tomás Costa enchem-se de brilho quando entra na conversa o nome de Diego Maradona. O médio conta, com enorme orgulho, que já falou com Maradona... pelo telemóvel. Mas o que Tomy queria mesmo, era uma fotografia ao lado do astro, que considera “o melhor jogador de todos os tempos”. “O_Lucho tem uma foto ao lado dele!”, conta, acrescentando que El Comandante é um dos jogadores argentinos que “mais admira”.
Tomás Costa (substituto de Lucho?)
Características
"Corre muito, está sempre em jogo e tem um bom toque de bola. Ainda colabora sem problema nas acções defensivas"
Posição
"É um número oito - num esquema de 4x3x3 -, que deve jogar descaído sobre a direita. Dificilmente jogará a lateral ou a extremo nessa táctica"
comparações
"Tem algumas semelhanças com Lucho González, sobretudo no estilo. É muito alto (1,86m), mas tem uma boa mobilidade"
Tomy. Médio. Garra e qualidade técnica.
O argentino correu imenso. No meio-campo apareceu em todo o lado. Sobretudo pela direita, mas também ao centro, onde se entendeu com Guarín, sem se atrapalharem um ao outro. Pode ter os caminhos da titularidade tapados, mas tem mostrado muita vontade. Pode acabar como segunda opção, mas será sempre valioso. À garra junta capacidades técnicas.

Tomás Costa 7
Fez uma festa a solo depois do primeiro golo e o lance justificou-a. Insistiu numa jogada que parecia perdida, cruzando para Meireles assistir Lisandro. Mérito nesse e azar depois, quando o árbitro considerou ilegal um encosto a Moutinho. Tomy protestou o penálti e Jesualdo protestou com ele, pedindo-lhe que se acalmasse. Voltou a exceder-se na segunda parte e, antes que visse vermelho, foi substituído. Mas não pela exibição…

Tomy enche o campo
PEDRO MARQUES COSTA
Tomás Costa tem valido por três. Dito assim, sem mais explicações, parece um exagero. Compreensível. Mas, a verdade é que as boas exibições do argentino nos jogos em que foi chamado, aliado às suas características, têm-lhe permitido influir significativamente em todos os sectores do campo. A começar pela defesa. A jogar sobre a direita protege Sapunaru das investidas dos adversários, tal como aconteceu, com sucesso, nos jogos frente ao Sporting e Benfica; depois, oferece ainda uma maior consistência ao meio-campo - permitindo jogar com quatro médios em alguns momentos do jogo - mas também outra liberdade de movimentos a Lucho González, como se detalha em baixo. Mais: Tomy tem servido igualmente para disfarçar a ausência de um extremo-direito: Mariano continua demasiado intermitente; Candeias mantém-se a trabalhar para encontrar espaço na equipa; e Tarik ainda não foi utilizado esta temporada pelas razões que se conhecem. Jesualdo Ferreira anda encantado com Tomy e apelidou-o de "superactivo", por ser capaz de emprestar energia positiva ao jogo da equipa. O médio argentino já recebeu, de resto, os mais rasgados elogios do treinador portista, ele que até costuma ser alérgico a individualizar nas análises. "Só tem 23 anos, mas possui uma tremenda capacidade de participar no jogo colectivo da equipa. Tem de aprender as questões práticas do futebol europeu, mas pode vir a ser um jogador de top no futuro", referiu Jesualdo Ferreira numa recente entrevista ao jornal "Público". Elogios que não se ficaram por aí. No final do jogo com o Paços de Ferreira, o treinador portista insistiu: "É notável como este miúdo consegue correr tanto e ocupar tantos espaços". Para já, tem sido assim, positivo e capaz de justificar os 3,2 milhões de euros investidos na sua contratação. O futuro parece estar ali.
Médio com influência directa em todos os sectores
Defesa
Tomás Costa é uma espécie de protector de Sapunaru. Isso viu-se em Alvalade, jogo em que o romeno surgiu mais tranquilo enquanto teve a ajuda do médio. A diferença notou-se assim que Jesualdo foi obrigado a substituir Tomy. É verdade que isso coincidiu com uma fase de maior pressão do Sporting, mas o lado direito, com Mariano e Sapunaru, não voltou a ter a consistência evidenciada antes. Não terá sido por acaso.
Meio-campo
Com Lucho em fraca condição física, Tomás aparece como muleta ao compatriota para toques curtos e progressão rápida. Os dois entendem-se bem, permitem povoar o meio, que defende com quatro médios, e Lucho vai poupando esforços com a generosidade do companheiro e ganha outra liberdade.
Ataque
Mariano não convence; Tarik continua à procura da melhor forma; Lisandro prefere o meio; Hulk não tem sido aposta regular e não é líquido que renda o seu melhor nas alas; Candeias está em processo de aprendizagem. Sem um extremo que se afirme claramente à direita, Jesualdo recorreu à polivalência de Tomy. Foi dele o cruzamento para o primeiro golo em Alvalade e já tinha sido ele a cruzar para Rodríguez cabecear à barra, em Londres.


PS - De Londres a Alvalade, do pesadelo à ilusão (Nortada do M. Sousa Tavares)
Meus Amigos,não se pode seguir à letra tudo quanto o Miguel diz.Porque o Miguel embora portista está em Lisboa e por conseguinte longe da realidade do Porto cidade e do FC Porto clube.O que eu percebo é que o Miguel gostaria de ter motivos para exaltar sempre o nosso Clube,mas por vezes devido a precalços como o de Londres,nem sempre é possível.O ano passado afirmei no FC Porto-site que dadas as diferenças entre a nossa equipa de futebol e as dos grandes "tubarões" da Europa, a equipa do FC Porto para ter hipóteses de chegar longe teria de trabalhar sempre nos limites.Se possível mais do que os outros.E o que vejo é o Jesualdo continuar a conceder dias de férias a mais antes da equipa estar completamente afinada.Quando ainda é notória a falta de adaptação dos jogadores novos que entraram,ao futebol português e à equipa do FC Porto.A minha proposta é a de que depois de estarem bem entrosados e o conjunto afinado,então poder-se-ia facilitar.Neste momento não.Tambem concordo com aqueles que referem ser preciso dar tempo ao tempo,para ver se certas aquisições dão frutos ou não.Os melões tb só depois de abertos é que se sabe se são bons ou não.Quero dizer com isto,que não há ninguém que acerte sempre.Umas vezes a coisa resulta e outras não.É preciso é no fim,ao fazer-se a contabilidade verificar se se acertou mais vezes do que se errou.

3 comentários:

dragao vila pouca disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
dragao vila pouca disse...

O Tomás Costa que só tem 23 anos, é bom lembrá-lo, vai ser mais um jogador de referência, pois tem tudo:força, técnica, remate e, principalmente, garra e alma, o que para um jogador do F.C.Porto é fundamental.
Um abraço

Dragaoatento disse...

Esta opinião reflecte o meu pensamento.

Álvaro Magalhães
Jogador em destaque | Nenhum
Nenhum dos reforços desta época agradou plenamente. Simplesmente, há aqueles que revelaram potencial que pode exprimir-se no futuro: Tomás Costa, Hulk e Candeias. Rodríguez também, tal como Pelé, apesar de não ter jogado. Fernando, Sapunaru, Guarín e Benítez são jogadores medianos. São fiascos.

Só não acho que o Sapunaru seja totalmente fiasco.Acho que tem potencial para evoluir.