segunda-feira, 12 de setembro de 2011

FC Porto- Futebol: teorias a constatar na prática.

Alterações tácticas devido à influência do número e da excelente qualidade dos médios existentes no Plantel. O papel do Defour na constituição dum possível novo meio campo.
Dada a quantidade e qualidade dos médios existentes no Plantel, estará na forja um novo projecto para a formação do meio-campo, o qual Vítor Pereira já estaria a procurar engendrar desde a pré-época. A composição do meio campo na segunda parte do jogo com o Setúbal, pode já ter sido um ensaio de como pode vir a ser formado, em certos jogos, o meio campo azul e branco.
E o motivo é a abundância de soluções para o miolo dos dragões, que terá despertado a atenção do Vítor Pereira para o facto, e, levado a tentar conciliar todas essas mais valias, de modo a que o técnico possa aproveitar todas as potencialidades dos médios existentes em proveito dum jogo mais eficaz e produtivo, de modo a retirar um maior rendimento dos elementos disponíveis, isto, segundo a sua própria percepção do que melhor serve a equipa e a sua concepção do modelo ideal de futebol.
E é neste plano que entra o Defour. O internacional belga é um elemento novo muito importante nesta ideia dum possível funcionamento diferente do meio campo do FC Porto, em que abdicaria, em alguns jogos, da figura do trinco de modo a obter mais virtuosismo na zona do meio campo. Villas-Boas pretendeu outro perfil, outra forma de actuar, para a posição de trinco, mas acabou "preso" à eficácia do Fernando. E não é que Vítor Pereira descarte o titular das últimas três épocas, nem sequer Souza, conforme se tem visto.
O que acontece é que, assumida a obsessão pela posse de bola e por uma posse de qualidade e objectividade, os dragões entendem que é fundamental fazer evoluir para um tipo de jogo que permita conciliar jogadores da qualidade de Moutinho, Belluschi, Guarín e até James, candidato fortíssimo ao papel de estratega neste tridente mais próximo do duplo-pivô. Velocidade e movimento (desmarcação constante dos jogadores) é um conceito-chave, daí que a intenção passe por romper com ideias mais estáticas em benefício dum futebol mais pro-activo e acutilante, e, promovendo grande rotatividade entre quem joga no meio-campo e nas alas.
Chegados a este ponto é aqui que entra Defour, que se exibiu como um sósia do Moutinho, o médio que fez todos os lugares no meio campo do Sporting. A dupla Moutinho/Defour mostrou sintonia e foi capaz de manter o sector do meio campo coeso, consistente e organizado, para reagir às eventuais ofensivas dum determinado adversário, em cada momento do jogo. O que Defour mostrou contra o Setúbal agradou aos portistas, dando-lhes a perceber que têm ali matéria-prima mais do que capaz para desempenhar as tarefas pretendidas.
E se não é provável que adopte já este sistema perante adversários mais exigentes (como por exemplo o Shakhtar), a verdade é que a equipa técnica já terá estas ideias no pensamento há muito tempo, e se estará portanto a preparar para as implementar, pelo que estão a  trabalhar para dotar a equipa dos  automatismos necessários que lhe permitam consolidar esta alteração com pleno rendimento. A intenção é clara: ser mais ofensivo, mais acutilante e mais objectivo nas imediações da grande área dos adversários.

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