A Confederação do Desporto de Portugal realizou a sua gala anual esta semana no Casino Estoril. Para além de uma série de desportistas premiados pelos seus desempenhos no último ano desportivo, entenderam os responsáveis atribuírem o prémio Alto Prestígio ao Benfica e ao Sporting.
Estas distinções valem sempre o que valem, mas não deixa de ser surpreendente e estranho que os responsáveis pela Confederação tenham distinguido dois grandes clubes de Lisboa e tenham esquecido, por exemplo, os finalistas da última Liga Europa, FC Porto e Braga, os dois clubes que nos últimos anos mais têm feito pela imagem internacional de Portugal.
Pela primeira vez dois clubes portugueses disputaram uma final europeia, pela quarta vez nos últimos oito anos uma equipa portuguesa venceu um troféu internacional – e só para recordar o quão difícil é vencer competições internacionais basta recordar que os agora distinguidos venceram troféus internacionais há 47 anos (Sporting) e 49 anos (Benfica) – mas os senhores da Confederação do Desporto de Portugal decidiram homenagear esses emblemas com o prémio Alto Prestígio.
Desconhecem-se os critérios de tais escolhas, necessariamente muito criativos, mas para os mais desatentos convirá também recordar que caso queiram retirar o futebol e concentrar a argumentação nas chamadas modalidades, o FC Porto venceu todas e até tem uma equipa (hóquei em patins) que há dez anos consecutivos conquista o campeonato nacional, mas isso ainda deve estar no “quase prestígio”, longe de atingir o épico “alto prestígio”...
É este funcionamento em circuito fechado, alheado da realidade, que o FC Porto continuará sempre a denunciar e a combater. Para ao menos no Desporto o país ser realmente do Minho ao Algarve, sem esquecer as regiões autónomas.
Surpreendida com esta tomada de posição, a CD respondeu, ao fim da tarde, em comunicado e em carta endereçada a Pinto da Costa. "Em cada edição, a gala é subordinada a um tema, a que corresponde a atribuição do Prémio Alto Prestígio. Este ano, o tema foi CPLP. A CD considerou os contributos dos dois clubes, ao longo de muitas décadas, para os particulares laços desportivos com os países que têm o Português como língua oficial", justificou.
PS - Perante tal decisão (atitude): arbitrária, subjectiva, injustificável e discriminatória, a CD de Portugal teria de encontrar uma justificação. E encontrou de facto, mas tão esfarrapada, que o tema (discutível) a que era subordinada a gala, parece ter sido propositado e deliberadamente, escolhido para premiar os dois clubes de Lisboa e excluir o FC Porto do critério adoptado!
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