quinta-feira, 3 de abril de 2014

Decisão adiada para o jogo da segunda mão

03/04/2014 - Os Dragões venceram pela margem mínima. Mostraram atitude, raça e intensidade.
A equipa do Sevilha provou que é um conjunto afinado e difícil de bater, porque no campeonato espanhol está habituada a jogar com grande agressividade sobre a bola e em ritmos mais elevados do que a grande maioria dos jogos do campeonato português.
O FC Porto terá mais individualidades, mas os sevilhanos têm (pareceu-me) melhor entrosamento, um conjunto afinado e com grande entreajuda entre todos os sectores.

Na equipa portista destacaram-se:
Fabiano defendeu tudo que lhe apareceu pela frente. O Danilo pareceu-me em melhor forma do que Alex Sandro e os centrais: Mangala e Reyes chegaram para as encomendas. Mangala mais voluntarioso, marcou um belo golo, mas Reyes na minha opinião entrega melhor, normalmente a bola sempre jogável aos colegas da frente.
Fernando foi o melhor dos médios. Defour muito esforçado faltou-lhe uma pontinha de sorte no remate que apontou ao poste (deu-me a sensação que Beto antes ainda tocou na bola). Carlos Eduardo muito macio, pareceu-me faltar-lhe agressividade necessária aos jogos europeus. Varela continua a faltar-lhe velocidade para abordar os lances e vencer a oposição dos contrários. O mesmo para Quaresma que se perdeu em dribles quando lhe falta velocidade para ultrapassar os contrários. Jackson jogou bem, foi sempre uma ameaça à baliza contrária só lhe faltou um golo moralizador.


FC PORTO
SEVILHA
QUARTOS-DE-FINAL, 1.ª MÃO
131'  Mangala (c)
0









Competição: Liga Europa - Estádio: Dragão, Porto

Assistência: 31.122

Árbitro: Wolfgang Stark (Alemanha)

Assistentes: Jan-Hendrik Salver e Mike Pickel; Marco Fritz e Robert Hartmann

4º Árbitro: Christoph Bornhorst

FC Porto: 24 Fabiano, 2 Danilo, 13 Reyes (69'), 22 Mangala (c)(87'), 26 Alex Sandro
25 Fernando (86') (86'), 35 Defour, 20 Carlos Eduardo
17 Varela, 9 Jackson Martínez (42'), 7 Quaresma

Suplentes: 41 Kadú, 10 Quintero, (57' Carlos Eduardo), 11 Ghilas, (76' Varela), 16 Herrera
(70' Defour), 19 Licá, 21 Ricardo, 46 Mikel

Treinador: Luís Castro

Sevilha: 13 Beto, 23 Coke, 21 Pareja, 3 Fernando Navarro, 16 Moreno (15'), 12 Iborra 
6 Carriço, 11 Rakitić (c), 7 Marin, 9 Bacca, 19 José Antonio Reyes (69')

Suplentes: 1 Varas, 5 Diogo Figueiras, (63' Iborra), 15 Trochowski, 17 Samperio

18 Kevin Gameiro, (63' Marin), 20 Vitolo, (74' José Antonio Reyes), 31 Luismi

Treinador: Unai Emery

FC Porto - Site


Um cabeceamento fulgurante de Mangala, aos 31 minutos, permite ao FC Porto deslocar-se a Sevilha em vantagem, para a segunda mão dos quartos-de-final da UEFA Europa League. Os Dragões dominaram quase todo o encontro, tiveram mais oportunidades e viram o segundo golo, que lhe daria mais tranquilidade para a visita à Andaluzia, bater por duas vezes no poste. Resta o conforto de não ter sofrido golos em casa e de este mesmo resultado ter valido a passagem na eliminatória anterior, frente ao Nápoles.

Aos 12 minutos, o FC Porto já tinha beneficiado de cinco cantos a seu favor, o que foi bem demonstrativo do sentido do jogo dos primeiros minutos. Perante uma equipa intensa, o Sevilha respondeu com calculismo, recuando as 11 unidades para trás da linha de bola e procurando condicionar a circulação dos Dragões. De resto, no "onze" estavam dois médios de características eminentemente defensivas: Iborra e Carriço.

Apesar de tanto domínio, a primeira situação de alguma aflição foi dos espanhóis, aos 28 minutos, na sequência de um livre que Fabiano afastou como pôde. Mas como uma andorinha não faz a Primavera, os Dragões inauguraram o marcador apenas três minutos depois: Fernando marcou com rapidez uma falta a meio-campo, Quaresma cruzou de trivela na esquerda e Mangala apareceu na área de rompante para fazer o 1-0.

As ocasiões de golo demoraram a surgir mas depois sucederam-se até ao intervalo: Mangala falhou a bola na sequência de um canto e depois Quaresma encheu o pé, mas o ex-portista Beto respondeu bem; ainda antes do intervalo, Defour acertou no poste, num lance que deveria ter dado pontapé de canto. De resto, o árbitro também errou no amarelo exageradíssimo mostrado a Jackson, aos 42 minutos, (o juiz do apito alemão foi enganado pelo teatro do adversário) que o afasta do encontro da segunda mão. É caso para dizer que o colombiano não pode mesmo saltar.

Apesar da desvantagem, a atitude dos andaluzes só se modificou aos 63 minutos, quando Unai Emery desfez o duplo-pivô, fazendo entrar Gameiro (que se juntou a Bacca na frente de ataque) e Diogo Figueiras para os lugares de Iborra e Marin. Luís Castro já tinha então trocado Carlos Eduardo por Quintero e preparou-se ainda mais para o aumento de espaços no meio-campo contrário com a substituição de Defour por Herrera.

Jackson, aos 67, e Quintero, aos 72, tentaram o 2-0, mas ambos os remates saíram por cima. Com o passar dos minutos, o Sevilha foi crescendo pouco a pouco, mas só esteve perto do empate por uma ocasião: a 15 minutos do fim, Bacca forçou Fabiano a defender para a frente, mas a recarga perdeu-se pela linha de fundo.

Os últimos minutos foram frenéticos, com o recém-entrado Ghilas a forçar Beto a uma grande defesa, aos 81 minutos, e Fernando a ver um duplo amarelo por duas faltas na mesma jogada, algo muito pouco usual no futebol internacional. O rigor de Wolfgang Stark deixa naturalmente o médio de fora da partida em Sevilha, mas ainda assim o segundo golo ficou por um fio, quando Quaresma, já nos descontos, acertou no poste da baliza de Beto. A felicidade não quis nada com os Dragões, mas pode muito bem sorrir na Andaluzia.


03-04-2014 - Luís Castro: "Fomos justos vencedores"

O treinador do FC Porto mostrou-se satisfeito com o desfecho da primeira mão dos quartos-de-final da Liga Europa, mas considera que o 1-0 deixa tudo em aberto para o reencontro em Sevilha. Mesmo privado de Fernando e Jackson Martínez, o técnico portista garante que, jogue quem jogar, "o FC Porto vai a Sevilha para ultrapassar a eliminatória".

​"O resultado é desconfortável para ambos os treinadores e não nos deixa descansados para o jogo da segunda mão. Como prevíamos, será uma eliminatória muito disputada entre duas grandes equipas", começou por dizer Luís Castro na conferência de imprensa que se seguiu ao triunfo sobre os andaluzes.

O técnico dos azuis e brancos elogiou os primeiros 45 minutos do FC Porto e sublinhou a justiça do resultado, ainda que este pudesse ter sido mais dilatado. "Dominámos na primeira parte e estivemos muito equilibrados defensivamente, jogando a maior parte do tempo no meio-campo adversário. Houve mais equilíbrio na segunda parte, mas creio que fomos justos vencedores. A justiça do futebol está sempre no resultado e aceito-o, apesar de considerar que poderíamos ter feito mais golos".

Considerando "exagerado" o cartão amarelo exibido Jackson Martínez, Luís Castro confessou ainda não entender o que motivou a expulsão de Fernando e deixou uma promessa: "Jogue quem jogar, o FC Porto vai a Sevilha para ultrapassar a eliminatória".

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