terça-feira, 22 de abril de 2014

Miguel Sousa Tavares e anotações minhas em itálico

 22/04/2014 - Nortada - Uns no Marquês outros na ...

Extracto de Miguel Sousa Tavares

 ...O último acto do parto foi facilitado por um simpático Olhanense, cujo guarda-redes até contribuiu com a gentil oferta dos dois golos do desafio. Mas o desfecho já estava anunciado...

Não esqueço que, onde as águas se começaram de vez a separar, no Benfica-Porto da última jornada da primeira FC Porto. Mas, por mais importantes que sejam os derbies entre os candidatos, o campeonato são 30 jornadas e, ao longo das 28 que já estão decorridas, foi o Benfica quem demonstrou ter mais equipa, mais futebol e mais capacidade competitiva

 
(neste capítulo não estou totalmente de acordo com o MST, pelo simples facto dos benfiquistas terem em muitos jogos sido ajudados pelos árbitros. Ou seja, alternaram o bom com o menos bom, só que sempre que produziram menos, foram levados ao colo pelas arbitragens).
  E raramente a melhor equipa (eu diria a menos má) ao longo da época não ganha o campeonato.

 Registo que, no reino do leão, o discurso oficial é outro: eles só não foram campeões porque, como de costume , "não os deixaram". Agora, que essa querela por uma vez não nos diz respeito, deixem-me que aproveite para dar uma opinião de fora: este ano, incentivado pelos louvores entusiásticos de toda a crítica, dei-me ao imenso trabalho de ver todos ou quase todos os jogos do Sporting, E, estranhamente, não consigo recordar-me de um único jogo verdadeiramente bom que tenham feito. Muita combatividade, muita união, muita disciplina táctica, sem dúvida. Mas um futebol incapaz de entusiasmar um moribundo, feito de vitórias tangenciais, muita sorte, algumas arbitragens determinantes, como a de Alvalade contra o Porto, e muito resultadismo traduzido em inúmeras vitórias tangenciais
 
( Miguel, se pensas que o que dizes conta, estás muito enganado, os calimeros são Camões).
 Muito pouco para fazer um campeão. Não esqueço que, de todos os candidatos, era o que de menos armas dispunha, mas isso não legitima um discurso que é intelectualmente desonesto. Já estou a adivinhar a gritaria que vai ser o próximo ano!

 2 - Quanto ao FC Porto, perdemos o campeonato para o Benfica, a oito ou nove jornadas do fim - um recorde. Perdemos o segundo lugar para o Sporting. Perdemos a qualificação na fase de grupos da Liga dos Campeões sem ter ganho um jogo em casa - outro recorde. Perdemos a Liga Europa na segunda eliminatória em que entramos, esmagados e humilhados por uma banal equipa do Sevilha. Perdemos a Taça de Portugal para o Benfica. já só resta para perder a Taça da Liga e, para evitar nova humilhação (tanto mais que Jorge Jesus deve apostar na reserva), o melhor seria desistirmos e dar o nosso lugar ao Sporting, que tão valorosamente se bateu pela vitória na secretaria. Como disseram o Varela e o Folha, depois da vergonha do jogo da Luz, "há que levantar a cabeça" - essa frase tão original, que tanto consola os jogadores e tão pouco serve de consolo aos adeptos.
Pois é, como dizia o meu filho portista, não se pode ganhar sempre. Eu próprio escrevi isso aqui, na semana passada. Mas, se não se pode ganhar sempre, também não se pode perder sempre - e este ano já perdi a conta às derrotas e aos jogos que não se podiam perder e se perderam. Não nos podemos conformar a um destino de sportinguistas, de nos ficarmos a lamuriar que foram os outros, os meninos maus, o sistema, os malandros dos árbitros, que não nos deixaram ganhar. É verdade que esses malandros também não nos deram tréguas: na Luz, no Estoril, no Funchal e em Alvalade, contra todos adversários próximos, tivemos sempre um adversário a mais, que foram os árbitros. E em S. Petersburgo, contra o Zenit, num jogo em que merecemos vencer e devíamos ter vencido, tivemos um árbitro compadre e amigo do Spalletti, treinador do Zenit, que nos sentenciou. Mas nada disso serve de consolo. Contra isso, tivemos sempre aquilo a que eu chamo espírito de conquista, a raiva de nunca nos conformarmos, a coragem de lutar sempre e só pela vitória. E é isso que agora nenhum portista dos que verdadeiramente sofrem, consegue reconhecer nesta equipa desmantelada pela SAD, educada para voos baixinhos por Paulo Fonseca e penosamente arrastada até ao cemitério por Luís Castro (que tão bem acolhemos e tão pouco aproveitou para marcar a diferença). O que vimos na Luz quarta-feira passada, e já tínhamos visto em Sevilha, foi uma equipa borrada de medo em todos os momentos do jogo, quer a defender, quer a atacar. Uma equipa cobarde, sem alma, sem estratégia, sem personalidade: onze tristes personagens à procura de um destino.
Parece-me a mim, que não é preciso ter o curso de treinador de terceiro grau para, depois de ter visto os 5 minutos iniciais de Reyes em Sevilha, concluir que o miúdo, que tem talento para vir a ser um grande central, não está ainda à altura de jogos desta responsabilidade: quando o vi avançar sobre o Sálvio, já sabia que aquilo acabava em penalty, verdadeiro ou falso, e mesmo que Pedro Proença não estivesse em posição de ver coisa alguma. Não é preciso ter o curso de treinador para adivinhar que a repetição do meio-campo de Sevilha, apenas com a entrada de Fernando, ia resultar no mesmo desastre: a mesma desesperante impotência de criar jogo ofensivo, mesmo jogando de novo contra dez. Não é preciso ter o curso de treinador para perceber (depois de dez ou vinte insistências) que o Defour é um jogador rigorosamente inútil

(também aqui discordamos. O Defour senão for outra coisa é um bom carregador de piano): não sabe passar, não sabe abrir jogo, não sabe rematar, não sabe cruzar, sabe sequer dominar uma bola
(Miguel não estarás a exagerar?!).
Ah, pois, é verdade, o Varela marcou um grande golo! Pois marcou: foi a única coisa aproveitável que fez em toda a época e, à conta disso tem o lugar garantido por mais um ano. Para mim, isso só prova o que sempre disse, que o problema dele é diferente do de Defour: ele sabe jogar à bola, não está é para se esforçar a demonstrá-lo, pois parece que não precisa.

Pior cenário era impossível: perdemos o jogo e a eliminatória, mas o Varela marcou um golo e com isso garantiu a continuação da sua maravilhosa inamovibilidade.

Eis, então, o nosso presente: o Herrera faz de James Rodriguez, o Defour faz de João Moutinho, e o Varela faz de Hulk.
E o futuro é ainda mais risonho, pois que, como escreveu a SAD no último relatório de contas, mesmo com a venda de James e Moutinho por 70 milhões ao Mónaco, vai ser preciso vender outra vez os melhores, no final da época, pois que o dinheiro... já se foi. O problema é que, depois de ter proporcionado ao planeta futebol algumas exibições tão exuberantes como as desta época, não sei quem é que quererá dar 50 milhões pelo Mangala ou 40 pelo Jackson. E, ainda por cima, depois de misteriosas desavenças ou conspirações que o comum dos portistas ignora, o único homem capaz de conseguir negócios desses, Jorge Mendes, se ter incompatibilizado com a SAD do FC Porto e ter virado os seus serviços para o Benfica - com os resultados que estão à vista. Mas isso, meus amigos, são altas cavalarias em que é melhor não entrar pois que lá em cima eles são muito susceptíveis à critica e a perguntas incómodas.
Há, pois, que levantar a cabeça como eles dizem. Para olhar para onde é que não sei.

3 - Uma palavra obrigatória para a arbitragem de Pedro Proença na Luz. Depois do trabalho politicamente correcto que havia feito em Alvalade contra o FC Porto, repetiu a dose na Luz- não de forma tão ostensiva, mas igualmente perdido sem honra na tarefa de não ferir quaisquer susceptibilidades benfiquistas. Porque precisava de fazer as pazes com o Benfica e porque sabe que esta é a melhor altura para pisar em cima do FC Porto, sem consequências.

 Nem vale a pena entrar em pormenores, basta dizer isto que toda a gente viu: os dez minutos finais do jogo, Proença deixou que apenas fossem efectivamente jogados dois.
E, entre um Quaresma que o público queria expulso desde o pontapé de saída e um Maxi que goza de um estatuto à parte que lhe permite ser impunemente o maior sarrafeiro em exibição nos relvados, um árbitro da categoria de Proença rendeu-se outra vez ao politicamente conveniente.
Espero que já tenha dado por suficiente o seu reajustamento.

1 comentário:

Antit-tripeiro disse...

Este simpático Olhanense, terá alguma semelhança com o simpático Paços de Ferreira da época passada?
E com o simpático árbitro Hugo Miguel que apitou esse jogo?
Ou esses não foram simpáticos?
Só os que jogam com o Benfica é que são simpáticos?
Mas do mal o menos, MST apesar de ser um verdadeiro idiota, tem o discernimento e o bom senso de reconhecer aquilo que há muito salta à vista, o Benfica foi um justo vencedor e tem a melhor equipa e foi a equipa mais regular, aliás facto reconhecido por todos aqueles que independentemente do clube a que pertencem, sabem ver futebol e não são doentes nem facciosos. Depois temos aqueles que são burros que nem uma porta e doentes e parvos a toda a hora, que nunca conseguem ver as mesmas coisas que as pessoas normais veem, logo nunca conseguem reconhecer mérito a quem o tem, é o caso do imbecil dono deste blogue, que pelo que costuma escrever só demonstra que só tem merda dentro daquela cabeça oca.