Extracto dum artigo de Heitor Ramos
Depois do jogo jogado, surge o jogo falado – uma tentativa para fazer passar uma visão manhosa do jogo.
Há uma grande tendência para se associar a “malta da bola” numa linguagem mais actual o consumidor de futebol, à “iliteracia”, ao baixo nível cultural e à alienação.
Duma maneira geral tratar-se-ia de gente pouco dada à leitura, cujos hábitos culturais se esgotam nos jornais desportivos ou seguidores dos programas desportivos nas televisões.Alguma coisa mudou nos últimos tempos: intelectuais e executivos passaram a integrar a “tribo da bola” e contribuíram para a construção duma outra imagem do público que se interessa pelo futebol.
Estão neste grupo os comentadores (instrumentalizadores,manipuladores) que funcionam como os leitores profissionais, aqueles que lêem para nós, como se fossemos puros analfabetos, incapazes de ler uma letra do tamanho do castelo.
Lêem muitas vezes mal. Umas vezes porque não sabem. Outras porque lêem pela cartilha, ou seja, vestem a camisola do clube. E outras ainda porque lêem da forma que mais lhes convém… (deturpam os acontecimentos).
Os rostos do descaramento elevado à exorbitância!
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