segunda-feira, 3 de maio de 2010

Liga Sagres - FC Porto 3 SL Benfica 1

Afinal o superbenfica goleador era boato, só existiu realmente na excessiva propaganda que certa Comunicação Social vesga, faciosa, fastidiosa, até dizer basta, fazia dos encarnados. A equipa do FC Porto a jogar com dez elementos a partir dos 7 minutos da segunda parte aplicou-lhes o respectivo correctivo (3 bombas). E apesar de jogar desfalcada do seu melhor goleador Falcao e do Benquerença ter descoberto uma simulação ao Fucile aos 7 minutos da segunda parte amputando a equipa azul e branca de mais um jogador, e ainda não obstante todas as maquinações, todos os processos escabrosos da CD da Liga, os Dragões acabariam por vencer e convencer desfazendo todo aquele "mito" criado pela tal Comunicação Social encarnada doente, esquizofrenica.
Destaques
Toda a equipa do FC Porto está de parabéns pelo que jogou, pelo que não deixou o adversário jogar e pelo seu talento. Afinal os marcianos somos nós.
Quero aqui salientar a actuação de toda a equipa e em particular o Beto um gigante entre os postes, o Fucile enquanto jogou, os dois centrais, Rolando e o super Bruno Alves, o lateral Álvaro Pereira inexcedível o seu esforço a sua doação à equipa, o inultrapassável Fernando, o finalmente muito útil Guarin, o talentoso Belluschi, o pendular Meireles, o espectacular Hulk fantasista  e finalmente o deveras oportuno Farias (quando a oportunidade surge ele aproveita). Miguel Lopes também cumpriu quando foi chamado.
Por vezes, há colo que não chega, expulsão que não basta, perdão que não sobra. Sobretudo se, à mistura, mesmo do lado oposto, houver um pelotão de orgulho ferido, maltratado pelas incidências do jogo, que mais não fizeram do que acelerar a combustão do génio azul, provocando o cintilar imenso numa prova de esforço e raça. Numa exibição à Porto. Absolutamente à Porto.
Intenso, mais azul do que repartido, o jogo cresceu num ritmo aceso, direccionado, por natureza, à baliza de Quim, ao ponto de a primeira vintena de minutos ter obedecido, com um fervor quase religioso, à regra de sentido único.
Com o Benfica, por fim, em jogo, acelerações e sinais de golo tornaram-se mais frequentes, com Hulk numa espécie de olho do tornado que atraía a si um, dois, três, quatro opositores. A cada drible, a cada ameaça de remate.

À custa de Hulk, aquele sem o qual o campeonato não foi mais o mesmo, Guarín teve as redes em ponto de mira e Quim, um pouco mais tarde, a oportunidade de brilhar a remate cruzado do brasileiro.
Mas o golo, merecido, chegaria pela cabeça de
Bruno Alves, imperial, soberbo, correspondendo a um pontapé de canto de Belluschi. O impensável estava reservado para depois, para lá do intervalo, quando um lance com muito mais para ser penalty foi transformado numa simulação, a pensar na expulsão de Fucile, no reequilíbrio da partida.

Da extraordinária decisão de Benquerença ao empate foi um instantinho. E daí à aplicação dum critério semelhante foi uma eternidade, numa demora perpétua e em vão, indiferente às quedas acrobáticas de Di Maria ou aos protestos sucessivos de Fábio Coentrão.
Prolongar a inferioridade numérica, só por si absurda, não derrubaria o FC Porto nem faria do Benfica campeão.
Farías, isso sim. Na área, aguentando firme, a carga e a pressão, engrenou a marcha-atrás na festa previamente montada. Golo! E outros dois pareceram brotar dos pés de Guarín, frustrados por uma questão de centímetros. Um nadinha ao lado e, logo a seguir, em cheio na trave.
Depois… Depois foi
Belluschi, num lance genial, numa sequência de dribles imparáveis, num remate indefensável, num instante de levantar estádios, gelando apenas a mais pequena porção das bancadas, a vermelha, que assistiu boquiaberta. Como Quim.
Justo não é, por isso, termo bastante para caracterizar a vitória portista. Mais do que justo talvez seja a expressão adequada, mais certa, mais… justa. Especialmente por todas as safadezas e privações que o jogo pregou ao Tetracampeão, na certeza, no entanto, de que ganhar assim sabe ainda melhor. Mesmo quando o resultado lhe fica a dever uma vantagem mais larga.

FICHA DE JOGO

Liga 2009/10, 29ª jornada
2 de Maio de 2010
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 44.902 espectadores
Árbitro: Olegário Benquerença (Leiria)Assistentes: Bertino Miranda e José Cardinal - 4º Árbitro: Cosme Machado


FC PORTO: Beto; Fucile, Rolando, Bruno Alves «cap» e Alvaro Pereira; Fernando, Belluschi, Raul Meireles e Guarín; Hulk e Farias
Substituições: Raul Meireles por Miguel Lopes (56m) e Farias por Rodríguez (61m) e Belluschi por Tomás Costa (90m)
Não utilizados: Nuno, Valeri, Maicon e Orlando Sá
Treinador: Jesualdo Ferreira
BENFICA: Quim; Maxi Pereira, Luisão, David Luiz e Fábio Coentrão; Javi Garcia, Ramires, Carlos Martins e Di Maria; Saviola e Cardozo
Substituições: Javi Garcia por Aimar (62m), Saviola por Weldon (66m) e Carlos Martins por Kardec (82m)
Não utilizados: Moreira, Luís Filipe, César Peixoto e Miguel Vítor
Treinador: Jorge Jesus
Ao intervalo: 1-0
Marcadores: Bruno Alves (42m), Luisão (56m), Farias (58m), Belluschi (83m)
Disciplina: cartão amarelo a Di Maria (5m), Fucile (5m e 52m), Fábio Coentrão (13m), David Luiz (15m); Javi Garcia (41m), Raul Meireles (45m), Ramirez (78m) e Maxi Pereira (90m); cartão vermelho a Fucile (52m).



JESUALDO FERREIRA: «A EQUIPA FOI HERÓICA»
Com menos um jogador em campo, o FC Porto foi capaz de se superiorizar ao Benfica e vencer por 3-1, em encontro da 29.ª jornada da Liga. O treinador dos Dragões, Jesualdo Ferreira, lembrou esse facto na conferência de imprensa após o jogo, destacando depois a solidariedade da equipa e o momento de génio de Belluschi, no terceiro tento.FC Porto foi superior
«O FC Porto fez um bom jogo, estragado a partir do momento em que o Fucile foi expulso. A estatística prova que fomos melhores na primeira parte, e a partir daí a equipa foi heróica, defendeu, esforçou-se muito, e teve sempre mais oportunidades do que o Benfica. A vitória foi selada com um golo fenomenal, e por isso os meus parabéns para o Belluschi. A vitória do FC Porto é incontestável. Não houve um jogo escorreito, foi muito serrado, com muita pressão e poucos espaços para se puder jogar, e aí o FC Porto foi melhor.»
Critérios
«Não quero discutir lances, nem intensidade, se é penalti ou não. Gostava de analisar critérios e acima de tudo comportamentos. Se sempre que aparecer um jogador caído na área ele vir o amarelo, e neste caso o duplo amarelo, caminhamos para um quadro de análise que deixa em aberto todas as intenções. Um árbitro destes, no Campeonato do Mundo, não apitava mais nenhum jogo.»

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