terça-feira, 8 de julho de 2008

Providência cautelar para impedir o êxito de "manobras"

Publicado no JN
Providências cautelares suspendem decisões da Federação
00h27m
Manuel Luís Mendes e Vítor Santos

As providências cautelares que Boavista e Pinto da Costa vão apresentar nos tribunais administrativos têm efeitos suspensivos. A pantera ainda não desceu, pois as decisões ficam congeladas. A bola salta para os tribunais.
Hermínio Loureiro, presidente da Liga de Clubes, disse, ontem, no sorteio da edição 2008/09 da Liga, que começou uma nova era no futebol português, mas a realidade é que se repete o imbróglio de há duas temporadas, então devido ao Caso Mateus. Desta vez, Boavista e Paços de Ferreira esgrimem por um lugar no principal campeonato. Em rota de colisão com a Liga de Clubes, a F. C. Porto, SAD não esteve presente no sorteio. A turbulência mantém-se, no arranque de mais uma época.

Ontem, na sede da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), os funcionários receberam ordens para darem seguimento às decisões do Conselho de Justiça (CJ), emanadas a partir de uma reunião que pode estar ferida de ilegalidade, uma vez que o presidente do órgão havia encerrado os trabalhos sem analisar os recursos de Boavista e Pinto da Costa, presidente do F. C. Porto, relativos ao Apito Final.

O presidente da FPF, Gilberto Madail, lamentou a imagem deixada pelos elementos do CJ, mantém-se vigilante e passa acção, com a abertura de um processo de averiguação às ocorrências dos acontecimentos de sexta-feira. O procedimento será conduzido por uma entidade externa à Federação. Certo que as notificações estarão hoje nas mãos dos clubes. As duas actas também seguem anexadas ao processo, para que os clubes/entidades interessadas possam recorrer para os tribunais administrativos.
As providências cautelares, que, segundo juristas consultados pelo JN, como José Manuel Meirim ou Pedro Macieirinha, que defendeu o Gil no Caso Mateus, terão provimento, implicam a suspensão das deliberações do CJ, gerando-se, assim, uma curiosa situação que passamos a descrever: ontem, o Boavista estava na Liga (com asterisco), uma vez que o organismo que tutela o futebol profissional ainda não havia sido notificado; hoje, após a notificação, deixará de estar; dentro de poucos dias, após a mais do que provável aceitação da providência cautelar, estará novamente...
Entretanto, como a sentença deve demorar de um mês a mês e meio, ela poderá ser dada já com os campeonatos em andamento. Assim sendo, a FPF pode fazer como fez com o Gil Vicente e solicitar o "interesse público" e anular a decisão em relação ao Boavista.
Depois de ser avaliada a argumentação, as providências poderão dar lugar a acções principais. E, se vencer a posição de Boavista e Pinto da Costa, os recursos terão de ser reapreciados pelo CJ. A questão, agora, reside em saber por qual CJ... Pelo "grupo dos cinco", que levou a reunião até ao fim? Aparentemente, não. Isto no caso de prevalecer a posição dos axadrezados e do líder dos dragões. Para os juristas que defendem as causas dos portuenses, a reunião do CJ terminou sem os recursos serem julgados.

Gilberto Madail apela ao consenso, mas as partes estão extremadas, como prova a carta enviada por Gonçalves Pereira ao presidente da Mesa da AG da FPF, Mesquita Machado, a pedir a suspensão dos cinco conselheiros, ao abrigo do Art.º 70 dos Estatutos da Federação. Este pedido, no entanto, apenas será avaliado depois de estar concluído o processo de averiguações determinado pela Direcção da FPF.
Em simultâneo, existem movimentações para a convocação de uma AG com o objectivo de fazer cair o actual CJ, uma tese que foi derrotada na reunião de Direcção de ontem.

PS - Os nomes dos asquerosos, abjectos monstros que geraram toda a confusão, e, responsáveis pelo autêntico "golpe de estado" no Conselho de Justiça da FPF : João Carrajola Abreu e Álvaro Batista .

1 comentário:

dragao vila pouca disse...

Monteiro, meu caro amigo, vamos começar a falar de futebol?
Falemos de jogadores, de entradas e saídas, etc.,caso contrário entramos em paranoia.
Um abraço