sexta-feira, 28 de março de 2014

Texto importante e extracto da crónica de PML

Sempre foi assim, mas, então nos últimos anos, cada vez mais se nota, a excessiva (exagero é estupidez) tendência da comunicação social alfacinha para exaltar os feitos do clube da águia, ou até dar cobertura aos exageros de interpretação (para não dizer patetices) de Bruno Carvalho, sempre em detrimento do principal clube da região norte de Portugal, e menosprezar as (proezas) vitórias do FC Porto.
Isto serve para justificar o facto de dar relevo a uma voz que se levanta todas as semanas para exaltar os feitos dos Dragões e colocar os pontos nos is...!

Extracto da crónica do Pedro Marques Lopes

Vimos o "melhor" plantel do Benfica dos últimos 30 anos amedrontado com a entrada no jogo do "pior" plantel do FC Porto dos últimos vinte

O jogo de quarta-feira provocou-me, e desconfio que a todos portistas, sentimentos díspares.

O primeiro, claro e óbvio, foi de alguma tristeza por termos desperdiçado uma goleada histórica. O FC Porto teve seguramente mais de meia dúzia de oportunidades flagrantíssimas, que só por noite inspirada dos centrais e guarda-redes benfiquistas, alguma inexperiência e falta de sangue frio e um tremendo azar não resultaram em golo.

O segundo foi o de mais uma vez constatarmos o pânico que o brasão abençoado do FC Porto provoca a quem quer que vista a camisola benfiquista. Ver o melhor plantel do Benfica dos últimos trinta anos, segundo as palavras de Luís Filipe Vieira, amedrontado com a entrada no jogo do pior plantel do FC Porto dos últimos vinte, nas palavras dos detractores do nosso clube e até de alguns portistas bem intencionados, só pode ser explicado pelo terror que os benfiquistas têm do FC Porto - que já tinha sido evidente, por paradoxal que pareça, no jogo da Luz. Nem o facto de o Benfica se preparar para vencer o seu segundo título de campeão em nove anos, (os outros sete sabemos onde estão) conseguiu afastar o evidente complexo de inferioridade de quem enverga as camisolas encarnadas perante aquele que é o dominador incontestado do futebol português.

O terceiro foi, logicamente, de alegria misturada com alívio. Já merecíamos uma exibição assim. Temos sofrido demasiado nestes últimos meses. Ao contrário do jogo contra o Nápoles, ganho com sangue, suor e lágrimas, na quarta-feira houve fibra, vontade de ganhar, mas não faltou classe, organização, rasgo. Ou seja, continuamos no bom caminho. Não foi milagre nenhum termos tido apenas uma falha defensiva, não foram os três pastorinhos a fazer com que não falhássemos passes atrás de passes, não foi nenhum anjo a roubar a bola aos adversários em zonas adiantadas do campo - acontecimento estranho, ultimamente, só a vergonha de Alvalade (PProença).
Falta muito, bem entendido. Desconfio que ainda vamos ter alguns desgostos até ao fim da época. Os danos na equipa foram profundos, a confiança não se adquire dum dia para o outro, os rapazes não estão bem fisicamente, é impossível criar rotinas e automatismos sem poder treinar (com o número de jogos é impossível). Mas o que foi feito em quinze dias é merecedor de enormes elogios.

Como mantenho, sem tirar uma virgula, que não havia no mundo treinador tão bem preparado para treinar a equipa do FC Porto, neste momento, como Luís Castro, tenho também que referir que o que mudou a nível táctico e de jogadores foi a sua tarefa menos importante - apesar de não se poder subestimar o que tem sido feito para injetar confiança aos jogadores, por ventura o que mais faltava à equipa. O decisivo, repito o que escrevi na semana passada, foi passarmos a ter um homem que percebe a dimensão da tarefa de trabalhar no FC Porto. E, que sem dúvida nenhuma, soube transmitir isso aos jogadores.

Não vale a pena chorar o leite derramado. As grandes instituições e os grandes homens aproveitam os erros, que inevitavelmente cometem, para crescer. Digamos, ainda para mais, que no caso do FC Porto as falhas na escolha dos que nos servem têm sido tão escassas que só servem para confirmar a excelência de quem dirige os destinos da nossa casa. Mas, ao ver o jogo de anteontem, e o que quinze dias de trabalho provocaram, a vitória e a boa exibição deixaram, também, um travo amargo: esta época podia ter sido muito, muito diferente. Corações ao alto, ainda há muito para ganhar. Jogando como jogamos quarta-feira não há equipa que nos ganhe.

Momento vaidoso

 Senti um prazer especial quando ouvi Luís Castro a dizer que os jogadores do plantel do FC Porto eram muito melhores do que para aí tinha sido apregoado.
Quem me honra com a leitura deste espaço é testemunha do que aqui repeti vezes sem conta: temos excelentes jogadores. Nunca duvidei da enorme qualidade deste plantel. Talvez seja curto. Falta um lateral, mais um seis não seja demais e talvez um extremo diferente dos que temos. Mas, o mal nunca esteve no lote dos jogadores. Há ali muitíssima qualidade e ainda vamos ter grandes alegrias com muitos daqueles rapazes. É só preciso ajudá-los a crescer. Aos mais novos e aos mais velhos.

El clássico

Tive o enorme privilégio de poder ver, ao vivo, o fantástico jogo de Madrid.

...Se é verdade que em muitas situações um plano tático pode limitar o talento, a regra não é, nem pode ser essa. Ou, melhor, o desenho ideal duma equipa tem de potenciar o talento, nunca prescindindo das capacidades individuais. São essas, no limite, que fazem a diferença.

O jogo de Madrid foi o grande exemplo dessa realidade. Os três melhores jogadores em campo, Iniesta, Messi e Xavi, são jogadores que podem decidir um jogo, tal como Ronaldo, Benzema ou Di Maria, mas ganharam, neste jogo, uma dimensão muito superior porque fazem parte dum plano, duma organização onde toda a gente sabe o que e como fazer. Um exército bem organizado contra um grupo de guerrilheiros, por muito bons que sejam, ganhará a maior parte das vezes.

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