sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Piadas sportinguistas

Bruno de Carvalho é motivo de chacota...
Extrato de Pedro Marques Lopes

...Onze advogados

Têm andado bem os dirigentes do FC Porto em não responder às constantes provocações e desaforos do mais recente moralizador do futebol português – não posso dizer a mesma coisa sobre alguns aspectos ligados à equipa de futebol.
Não é que haja muito a dizer, mas registo a contenção e desejo sinceramente que continuem a não contribuir para este triste peditório.
Como não sou dirigente (cruzes credo) e aprecio uma boa gargalhada não resisto a ir lendo e ouvindo o presidente do Sporting. No dia da deliberação sobre a mais absurda polémica do futebol português, Bruno de Carvalho veio dar uma entrevista. Coincidência, claro está. Houve ameaças veladas aos clubes que não alinhassem na grande marcha da moralização do futebol português – leia-se vitórias por decreto – “quem não perceber que já não está na crista da onda, então vai sofrer como o mexilhão”, análises sofisticadíssimas de como o FC Porto geriu a “seu bel prazer” o jogo contra o Marítimo (não consta no texto que alguém tivesse sufocado de riso), explicações de elevado quilate jurídico sobre o tema da inversão do ónus da prova e as costumeiras teorias da conspiração.
Mas, justiça seja feita, Bruno de Carvalho não se dispersou muito do objectivo que tinha em mente para a entrevista: pressionar e ameaçar o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol.
Foi uma entrevista importante, reveladora até. Ficamos a saber que o processo de moralização e regeneração do futebol português passa por pressionar e ameaçar órgãos jurisdicionais nos próprios dias da deliberação.
Procurei textos e declarações indignadas sobre estas inacreditáveis pressões e ameaças. Não encontrei nada. Pronto, pressões e ameaças sobre órgãos jurisdicionais são legítimas, serão mesmo indicadas se o objectivo for obter uma sentença que prejudique o maléfico FC Porto. Essa terrível instituição que teima em ganhar e que consegue controlar jogos através de atrasos de duzentos e vinte cinco segundos (assim parece mais tempo).
Também andei a ver televisões e a ler jornais, para perceber se era só eu que achava estranho que no dia de derby um presidente dum clube não estivesse focado no jogo e em motivar os seus jogadores e adeptos. Também nada encontrei. Mas, vendo bem, quer lá o circunstancial presidente do grande clube português saber desse detalhe que é o futebol dentro das quatro linhas e do banho de bola que o seu clube levou. Para que se vai preocupar Bruno de Carvalho, no próprio dia, com o jogo contra o Benfica se a grande prioridade é ganhar na secretaria ao FC Porto?
Tem lógica, sim senhor.
Dentro disto tudo, só há algo que não bate certo: para que gasta Bruno de Carvalho dinheiro em jogadores? Dentro da estratégia vitórias na secretaria e de desprezo pelo que se passa em campo, talvez fosse melhor contratar mais advogados. Talvez até pô-los a jogar em vez dos jogadores. Parece, de facto, ser a única hipótese de ganhar alguma coisa.

PS - Ayoze Pérez_Ver aqui

3 comentários:

Dragaoatento disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Dragaoatento disse...

Pedro Marques Lopes
Fernando
O melhor trinco do futebol português em muitos anos renovou o contrato com o FC Porto. Daqui mando um abraço de conforto aos meus amigos sportinguistas e benfiquistas. Sei a frustração que se pode sentir quando os nossos desejos não se concretizam.
O facto é que o FC Porto continua a contar com Fernando e, apesar de Paulo Fonseca ainda não ter percebido que ele está melhor só que bem acompanhado, o meio-campo portista não perde a classe do luso-brasileiro.
Paulo Bento também está de parabéns, pode esfregar as mãos de contente já que o melhor seis disponível para a selecção Nacional vai jogar regularmente até ao fim da época e chegará em forma ao Campeonato do Mundo.

Dragaoatento disse...

PML
Entra Defour, sai Defour; entra Josué, sai Josué; chega Abdoulaye a meio da semana e joga, sem que se perceba porque é que o Maicon sai da equipa; Kelvin é o terceiro extremo, passa a não convocado; hoje é um meio-campo, amanhã é outro; hoje joga aquele naquela posição, amanhão joga o outro; Josué marca penalties hoje e marca, amanhã é o Quaresma; Ghilas marca um golo decisivo e na semana seguinte nem um minuto joga.
Claro que é o treinador que vê os treinos e que sabe do momento dos jogadores, mas não deixam de ser estranhas tantas oscilações de forma (será?), e muitas vezes no espaço de poucos dias, para que haja tanta rotação.
Digamos que tudo isto talvez não seja a melhor maneira de dar confiança aos jogadores, talvez não seja a melhor maneira de criar rotinas, talvez não seja a melhor forma de liderar um grupo.
Não me lembro deste tipo de coisas acontecer no FC Porto.
Provavelmente, a anarquia táctica, a ausência de plano de jogo, os equívocos na escolha de jogadores serã problemas menores na atual equipa do FC Porto. O facto é que a equipa do FC Porto entra em campo como se a bola tivesse picos, é evidente que os jogadores se escondem, é notório que os jogadores não mostram alegria em campo.
Uma equipa, qualquer equipa, em qualquer actividade, precisa de estabilidade, precisa de incutir confiança aos seus membros, precisa de saber que há um rumo definido. Isto pouco tem que ver com futebol. Aliás, a maioria das qualidades que um treinador tem de ter pouco, ou nada, estão relacionadas com o jogo em si. Ou se sabe gerir a ambição, a insegurança, a confiança, o talento, o fracasso, o sucesso dum rapaz ou duma rapariga dentro dum grupo, ou não. Ou se sabe gerir as dinâmicas dum grupo ou não. Ou se entende que as constantes mudanças perturbam as equipas, ou não. Mais que tudo: Ou se sabe gerir um grupo, ou não.
O que mais perturba os sócios e adeptos do FC Porto é olharem para o campeonato, perceberem que está perfeitamente ao nosso alcance, e, no dia do jogo, constatarem que jogando daquela maneira será muito difícil lá chegar. Perder porque os outros foram melhores pode acontecer e, como é muito raro, tem de se aceitar, perder por evidente incompetência própria é inaceitável. Pior mesmo, é toda a gente saber o que está mal e nada se fazer para corrigir esse erro.